Campanha Contra os Agrotóxicos entrega documento com subsídios para as equipes de transição do novo governo

Coletivo da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida junto aos representantes do GT de Saúde da equipe de transição do governo, durante entrega de documento no 13º Abrascão. Salvador (BA). Foto: André Gouveia

Na tarde desta terça (22), representantes da Campanha Contra os Agrotóxicos, que participam do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão, entregaram ao Grupo de Trabalho de Saúde na equipe de transição do governo um documento com apontamentos de suporte para que as equipes possam avaliar a situação em cada órgão e possam propor medidas efetivas para o avanço nas ações de redução dos agrotóxicos no Brasil e num programa de combate à fome com comida saudável na mesa de cada família do país.

O texto, elaborado pela rede que compõe a Campanha, aponta que os agrotóxicos representam no Brasil um grave problema de saúde pública, afetando gravemente o meio ambiente e setores econômicos como apicultura, sericicultura, agricultura familiar e produção orgânica e agroecológica. 

Desde o início do governo de Bolsonaro foram registrados cerca de dois mil agrotóxicos, e pelo menos 30% das substâncias registradas são compostas por ingredientes ativos não autorizados na União Europeia.

Nesse sentido, a Campanha contra os Agrotóxicos indica, entre outras pautas, a implantação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), construído no âmbito da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, mas nunca implementado. Constam na lista também ações para efetivar no Brasil a proibição de agrotóxicos já banidos no exterior, acabar com as isenções fiscais concedidas aos agrotóxicos, bem como melhorar o monitoramento de resíduos na água e nos alimentos. A Campanha lista ainda uma série de decretos a serem revogados, como por exemplo o 10.833/2021, que antecipou pontos do Pacote do Veneno de forma autoriária.

Pela coordenação da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, Juliana Acosta ressaltou que a pauta da fome é central nesse processo de transição do governo. No entanto, ela reforçou a necessidade de estabelecer uma discussão sobre o atual modo de produção e colocar em pauta “quais alimentos acabam com a fome da população”.

Pacote do Veneno

Na ocasião, foi entregue também o “Dossiê contra o Pacote de Veneno e Pela Vida”, produzido em conjunto pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO),  Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, em parceria com a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e com apoio do Instituto Ibirapitanga e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o documento aponta as diversas manobras do Congresso Nacional na tentativa de aprovar o “Pacote do Veneno”, bem como, traz propostas baseadas na produção agroecológica, de caráter coletivo, democrático, de promoção da vida e produção de alimentos saudáveis.

De acordo com a publicação, “o uso de substâncias químicas que representem qualquer risco à saúde e ao ambiente na agricultura ameaça a noção de progresso humano. Inovações na agricultura coerentes com o desenvolvimento das capacidades e habilidades socioculturais não serão jamais associadas a “mais veneno”; os avanços concretos, moralmente éticos e consistentemente seguros se darão no rumo dos alimentos “sem veneno”.

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