Campanha participa nesta quarta (8) de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos para denunciar impactos dos agrotóxicos

Por Roberta Quintino l Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Nesta quarta-feira (8), a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, em articulação com outras organizações, estará presente em uma audiência pública na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para expor os graves impactos dos agrotóxicos, em particular na saúde reprodutiva. Além disso, as organizações têm como objetivo pressionar os Estados a adotarem medidas eficazes para proteger os direitos de meninas e mulheres e comunidades afetadas pelos agrotóxicos.

A América Latina é o epicentro do uso global de agrotóxicos, como apontado pelo Centro de Derechos Reproductivos. Em 2020, 51% de todos os agrotóxicos utilizados no mundo foram aplicados na região, com o Brasil e a Argentina liderando o consumo. Do total, “30% dos pesticidas usados no Brasil são proibidos pela União Europeia”, destaca.

O Centro aponta ainda que há evidências de efeitos nocivos dos agrotóxicos à saúde reprodutiva, com distúrbios de fertilidade, aumento nas taxas de aborto espontâneo, baixo peso ao nascer em recém-nascidos, malformações congênitas, dentre outros impactos, e frisa que “no Brasil e em outros países da região, o acesso à justiça para vítimas de mortes ou danos à saúde devido à exposição a agrotóxicos tem sido deficiente”.

O integrante do coletivo jurídico da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida e professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Emiliano Maldonado, ressalta que na audiência será exposto os “dados das pesquisas realizadas nos últimos anos no Brasil que apontam que a utilização desenfreada de agrotóxicos tem gerado uma sistemática violação de direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais (DHESCA) dos povos do campo e da floresta por parte do agronegócio e as corporações transnacionais agroalimentares.”

A atividade, que acontece em Washigton (EUA), será transmitida ao vivo, às 18h (horário de Brasília) pelo canal da Comisión Interamericana de Derechos Humanos no YouTube.

A audiência pública é uma articulação do Centro de Derechos Reproductivos, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Terra de Direitos, Instituto Preservar, Fosfeminista, e outras organizações.

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