A operação é nacional e busca o fim imediato desse comércio e da divulgação das substâncias controladas. A lei restringe a propaganda de agrotóxicos aos agricultores ou profissionais, proíbe a venda sem recomendação prévia de agrônomo em receituário, proíbe a venda desses produtos por estabelecimento ou pessoa física que não esteja registrada nas agências estaduais de defesa agropecuária e proíbe o seu transporte pelos Correios, entre outras restrições.
Pesquisadores da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Associação Brasileira de Agroecologia lançaram, nesse sábado (28), uma versão atualizada do dossiê científico contra o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, que busca flexibilizar o uso de agrotóxicos no Brasil.
O documento apresenta 15 notas técnicas contrárias ao projeto conhecido como PL do Veneno. O vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, Paulo Peterson, rebateu o argumento de que sem agrotóxicos não há como combater as pragas nas lavouras.
Excelente reportagem sobre os perigos da aviação agrícola, não só para quem recebe a chuva de venenos, mas sobretudo para os próprios trabalhadores desta atividade.
Os dados não deixam dúvidas: a atividade é uma das mais perigosas na aviação brasileira. Para pulverizar uma plantação inteira, os pilotos precisam voar em baixa altitude e executar manobras semiacrobáticas. Profissionais experientes no setor são minoria: a maior parte chega ao mercado, em média, com idades entre 23 e 28 anos, e poucas horas de voo na bagagem.
O Ministério da Saúde registra de 12 mil a 14 mil intoxicações por agrotóxicos no país a cada ano. Em 2016 foram quase 500 vítimas fatais. E a Organização Mundial da Saúde estima que somente um em cada 50 casos cheguem às autoridades. Mas, mesmo com todas as práticas regulares, setores da sociedade defendem que não existe uso seguro de agrotóxico, como fala o subprocurador-geral do Ministério Público do Trabalho e coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Pedro Serafim.
Pesquisador da Abrasco e professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Marcelo Firpo afirmou que a discussão deve ser feita em torno do que é realmente relevante para o país. “Sem dúvida, o progresso econômico, o desenvolvimento da economia, o pagamento das dívidas públicas e a redução do déficit da balança comercial são relevantes. Mas qual é o preço disso diante da morte e da doença de crianças, jovens, adultos, velhos e trabalhadores, que morrem em função de substâncias perigosa?”, questionou Firpo.
O povoado de Tomé, de cerca de 2,5 mil habitantes, fica no município de Limoeiro do Norte, no Ceará. É famoso na região. Mas, o motivo não é tão bom: a comunidade fica encurralada por territórios do agronegócio, e é conhecida pela contaminação por agrotóxicos. Fato comprovado por cientistas, segundo a professora de Medicina da Universidade Federal do Cariri, Ada Pontes, que também faz parte do grupo de pesquisa Tramas, da Universidade Federal do Ceará.
“Eu senti náusea, tontura. É ruim porque você quer vomitar, mas fica preso na garganta”, conta Danilo, um garoto de 13 anos, sobre a pulverização de agrotóxicos em plantações próximas à sua escola, localizada em uma zona rural a algumas horas de distância de Goiânia, capital do estado de Goiás.
? ‼ AGORA AO VIVO ‼
?? Roda de Conversa para discutir os impactos, as lutas e os desafios apresentados no campo da política a partir do uso dos agrotóxicos em nosso país.
?????? Direto do Armazém do Campo em parceria com a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
? Quer saber mais? Participe! ??
Dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE mostram a existência de 5.072.152 estabelecimentos agropecuários no Brasil, em uma área total de 350.253.329 hectares, queda de 2% no primeiro caso e aumento de 5% no segundo em relação a 2006. O aumento na área equivale ao estado do Acre. As informações indicam aumento no número de estabelecimentos de grande porte: os estabelecimentos com mil hectares ou mais representam quase metade (47,5%) da área total, ante 45% naquele ano. E os de 100 a mil passaram de 33,8% para 32%. Assim, o país mostra avanço do latifúndio em relação a propriedades de médio porte.
Desenvolvido para eliminar pragas nas lavouras, os agrotóxicos também têm provocado mortes em Minas. Nos últimos sete anos, 120 pessoas perderam a vida após contato direto ou indireto com a substância química. Entre 2012 e 2018 foram mais de 2.500 internações por intoxicação.
Os números da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) vão ao encontro de uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Conforme o estudo, o avanço do uso de defensivos agrícolas em fazendas mineiras acontece em uma velocidade superior à registrada na média nacional.
O país registrou aumento de 21,2% do uso de agrotóxicos por produtores rurais em comparação com 2006. 1,68 milhões de produtores usaram esses produtos. Os dados são preliminares, e fazem parte do Censo Agropecuário 2017, divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Censo Agro 2017, com informações mais detalhadas será divulgado somente em julho de 2019.
Em separado, o ministério enviará uma aguardada proposta para criar uma “super agência” para inspeções de segurança alimentar, com maior independência e recursos. A proposta será encaminhada ao Congresso depois do final do atual recesso, em agosto, disse Rangel.
Mas a proposta, que surge depois que uma investigação revelou denúncias generalizadas de fraude em inspeções de carne no Brasil, também não deve obter aprovação legislativa ainda neste ano, segundo o secretário.
Entre os dias 31/08 e 01/09, acontecerá em São João do Triunfo-PR, a 16ª Feira Regional de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade e a 2ª Festa dos Guardiões das Sementes Crioulas. O evento acontecerá no Parque Municipal de Exposição Francisco Neves, localizado às margens da PR 151.
Localizada na divisa entre o Ceará e Rio Grande do Norte, a Chapada do Apodi é hoje um dos principais símbolos da luta que se trava no Brasil entre modelos distintos de desenvolvimento, opondo a agricultura familiar ao agronegócio. por…
Disfarçado de um programa de educação ambiental, o Agrinho ensina as crianças do campo a usarem agrotóxicos. “Pedagogicamente, o programa é uma aberração. Ao afirmar soberanamente um único modelo de agricultura (com uso indiscriminado de venenos), ignora outros modelos realmente sustentáveis, tal como a agricultura orgânica, agroecologia, permacultura, etc.”, destaca o texto.