Comida de Verdade traz presente diversidade do feijão e sua importância na alimentação do povo brasileiro

Por Solange Engelmann
Da Página do MST

Um grão essencial que não pode faltar na mesa do/a brasileiro/a, fonte principal de proteína, rico em vitaminas do complexo B, carboidratos, fibras e nutrientes essenciais como o ferro e o cálcio. Misturado com arroz, segundo os especialistas, fornece todas as proteínas que o organismo necessita – estamos falando do feijão de cada dia.

Famílias Sem Terra de assentamentos e acampamentos do MST, nos territórios da Reforma Agrária, e camponeses e agricultores familiares em áreas e comunidade da agricultura familiar camponesa estão há anos produzindo uma diversidade de variedade de feijão em sistemas de produção agroecológicos.

Mas, por que o feijão e arroz, que compõem a alimentação base do/a brasileiro/a ficam cada dia mais caro no mercado? E por que a diversidade desse alimento básico enfrenta tantas dificuldades para ampliar os cultivos agroecológicos e chegar ao um preço acessível em feiras e mercados de todo país para o consumo da população? Esta semana “vamos botar água no feijão” para discutir essa e outros questões sobre esses grãos, porque o programa Comida de Verdade já está “a toda pressão” para apresentar experiências sobre cultivos de feijão agroecológicos nos estados de São Paulo e Mato Grosso. Não perca, o programa vai ao ar nesta quarta-feira (29/9), às 19h, nas redes do MST.

Feijão orgânico vendido pela Cooperativa Da Terra, do assentamento Pirituba II, em Itaberá/SP. Foto: MST em SP

O programa desta semana também celebra a importância desse grão com uma receita nutritiva de um prato, chamado Brasileirinho, que fica melhor ainda preparado com o alimento livre de agrotóxicos, e está cheio de dicas sobre o preparo dessa proteína, que faz parte da cultura brasileira e se tornou indispensável na alimentação e nutrição do/a brasileiro/a.

Ana Terra Reis, agrônoma do setor de produção do MST, assentada no 8 de Março, em Riversul, na regional Sudoeste de São Paulo, explica que o programa dessa semana traz presente duas experiências que carregam a pauta política do MST nas construção da Reforma Agrária Popular a produção de grãos orgânicos de São Paulo e de sementes de feijão no Mato Grosso do Sul. Entre elas a produção de feijão orgânico da Cooperativa Da Terra, da marca Raízes da Terra, produzido no assentamento Pirituba II, na Agrovila VI, município de Itaberá (SP). O alimento é comercializado para grupos de consumo e feiras da região.

Cultivo de feijão orgânico do assentamento Pirituba II, em Itaberá/SP; grão é comercializado para grupos de consumo e feiras da região. Foto: MST em SP

“O principal elemento do nosso programa é reafirmar o feijão como base na soberania e segurança alimentar do nosso povo. É dialogar sobre como o feijão é um traço cultural do nosso hábito alimentar e que, portanto, deve-se assegurar sua produção e seu consumo em todo o Brasil. Pensar que o feijão carioca, o feijão preto, o feijão fradinho, o feijão de corda trazem em seu cultivo e em suas receitas a resistência do povo camponês no Brasil”, relata Ana.

Em um momento em que o feijão se encontra cada dia mais caro para o consumo da população brasileira, principalmente os mais pobres e em condição de vulnerabilidade – considerando que, conforme pesquisa da Rede PENSSAN de dezembro 2020, quase 20 mil pessoas no país passam fome ou não tem alimento a disposição todos os dias, “o programa mostra como o MST, dentro da sua definição de Reforma Agrária Popular, assume o compromisso de construir uma mudança na matriz tecnológica, com base na agroecologia e produção de alimentos saudáveis para alimentar à população brasileira; ao mesmo tempo em que se contrapõe ao modelo do agronegócio que não produz alimentos, colabora para o aumento nos preços dos alimentos e da fome no país”, resume Ana.

Ela também denuncia a destruição das políticas para a Reforma Agrária e agricultura familiar e camponesa pelo governo federal, que tornaram a produção de alimentos ainda mais difícil, cara e escassa no Brasil. “Compreendendo a agroecologia em nossos territórios como base para a construção da soberania alimentar e como prática de resistência ao modelo imposto pelo agronegócio agroexportador de commodities. Produzir feijão agroecológico é resistir ao avanço da soja e do milho transgênico, dependente do uso dos agrotóxicos, é produzir alimento saudável e com preço justo. A alta do preço do feijão está diretamente ligada ao fim de políticas públicas para a produção, até os estoques reguladores e a comercialização. O fim destas políticas impacta a sociedade como um todo, ao ver o preço aumentar em 60% entre 2020 e 2021″, conclui Ana.

Serviço

Programa Comida de Verdade: “Vamos Botar Água no Feijão”

Quando? É nesta quarta-feira (27/10), às 19h

Onde? Nas redes sociais do MST e outros parceiros

Confira os programas anteriores AQUI

*Editado por Fernanda Alcântara

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