da Radioagência NP, Daniele Silveira
Manifestantes pediram apuração rigorosa do caso de intoxicação ocorrido em uma escola rural. Pulverização aérea de agrotóxicos é a única forma de aplicação regulamentada no país.
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizou ato público em Rio Verde, no estado de Goiás, na quarta-feira (5). A ação debateu os riscos da pulverização aérea de agrotóxicos no Brasil e cobrou apuração rigorosa do caso de intoxicação ocorrido no início do mês de maio em uma escola rural do município.
A pulverização aérea de agrotóxicos é a única forma de aplicação regulamentada no país. Para o coordenador nacional da Campanha contra os Agrotóxicos, Cléber Folgado, o método é o mais inseguro e irresponsável já que é impossível controlar a própria ação da natureza, como o vento, no momento da aplicação.
Cléber destaca também que as determinações previstas em lei não são respeitadas.
“Os pilotos, as associações que acabam prestando esse tipo de serviço às empresas, acabam muitas vezes desrespeitando por completo o que está na legislação quanto a distância dos mananciais de água, em relação a distância que deve ser mantida das comunidades rurais”
O caso de intoxicação na escola de Rio Verde aconteceu após uma aeronave da empresa Aerotex pulverizar a área externa do prédio com o agrotóxico Engeo Pleno, da Syngenta. Entre os atingidos pelo veneno, 38 crianças e alguns funcionários apresentaram sintomas mais intensos de intoxicação, como vômito, dor de cabeça, falta de ar e desmaio. Para Cléber, o incidente deve servir de alerta.
“É um atentado contra a vida, contra os seres humanos, contra os direitos universais. Para a gente essa tragédia não pode se repetir tanto do ponto de vista de contaminação dos seres humanos quanto aos problemas causados ao meio ambiente ali na região.”