Integrante da Campanha compartilha experiências sobre agroecologia em Fórum na Alemanha e pede apoio internacional pelo banimento dos agrotóxicos

Por Roberta Quintino I Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

No Fórum Global de Orgânicos, Fran Paula foi convidada a compartilhar as iniciativas da luta contra os agrotóxicos e em defesa do meio ambiente e promoção da agroecologia no Brasil.

A pesquisadora e educadora da Fase, que integra a Campanha Contra os Agrotóxicos, Fran Paula, esteve na Alemanha, durante dez dias, para participar de atividades de incidência internacional promovida pela Misereor, organização que apoia projetos sociais e ambientais ao redor do mundo.

No Fórum Global de Orgânicos, realizado nos dias 26 a 30 de junho, Fran Paula foi convidada a compartilhar as iniciativas da luta contra os agrotóxicos e em defesa do meio ambiente e promoção da agroecologia no Brasil.

Com participantes da África, Índia e países da União Europeia, o evento oportunizou a troca de experiências e análise do cenário global. Para a pesquisadora, o Fórum foi um importante espaço para “alinhar estratégias e analisar os desafios enfrentados no debate sobre a produção orgânica e agroecológica em diferentes contextos, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul”.

Em reunião nos Ministério da Agricultura e no Ministério da Economia, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Internacionais de Stuttgart na Alemanha, Fran Paula expôs os impactos dos agrotóxicos na América Latina, incluindo um panorama específico do Brasil, bem como, a atuação dos movimentos sociais na temática dos venenos. Ela enfatizou a luta da Campanha pelo banimento no Brasil das substâncias já proibidas na União Europeia.

A troca de experiências entre diferentes países, possibilita a pressão por medidas que proíbam a exportação dessas substâncias tóxicas e reforçam a necessidade de tratar o problema dos agrotóxicos como uma questão global.

Na ocasião, ela destacou a importância de se estabelecer medidas que proíbam a exportação de agrotóxicos altamente tóxicos para países do sul global, como o Brasil. Ela apresentou dados de pesquisas e casos de contaminação na água, no solo, nas pessoas, inclusive, no leite materno causados pelos agrotóxicos banidos em países como a Alemanha, por exemplo. “Se é proibido pelo dano causado em alguns países, não deveria ser utilizado em nenhum outro lugar”, argumentou.

“O problema dos agrotóxicos é de dimensão global e as multinacionais alemãs, como a Bayer e Basf, têm responsabilidades no que ocorre no Brasil e em outros países. Agrotóxicos proibidos na Europa continuam sendo comercializados para outras nações, o que reflete uma postura de dois pesos e duas medidas, ou seja, proibindo em seu país, mas lucrando bilhões vendendo substâncias altamente perigosas para o Brasil”, pontua a educadora da Fase.

Durante as atividades, Fran evidenciou também a necessidade de avanço no decreto que estabelece a proibição da exportação de agrotóxicos já proibidos na União Europeia e altamente tóxicos. Nesse sentido, ela pediu agilidade na aprovação da proposta que já está em tramitação no parlamento alemão.

Para a Campanha, as atividades de incidência internacional são fundamentais na luta contra os agrotóxicos e a promoção da agroecologia. A troca de experiências entre diferentes países, possibilita a pressão por medidas que proíbam a exportação dessas substâncias tóxicas e reforçam a necessidade de tratar o problema dos agrotóxicos como uma questão global.

A visita à Alemanha se encerrou no dia 6 de julho com uma reunião no parlamento europeu com o Ministério de Cooperação para tratar de estratégias e ações entre Brasil e Alemanha para o fortalecimento da agroecologia e redução dos agrotóxicos.

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