Jovens em “greve pelo clima” ocupam praça em frente ao Parlamento da Suíça

Da Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Centenas de jovens que integram o movimento Greve Global Pelo Clima ocuparam, na manhã desta segunda-feira (21), a praça em frente ao Parlamento da Suíça, na capital Berna, para chamar atenção para a urgência das mudanças climáticas.

Os organizadores pretendem ficar ao menos uma semana acampados e estão em negociação com as autoridades do país, que pedem a desocupação imediata da área no entorno da sede do governo.

Os manifestantes pedem ações concretas do Governo da Suíça diante das mudanças climáticas e suas consequências, sobretudo para que fiscalize a atuação das empresas suíças pelo mundo.

:: Por que a “economia verde” é uma falácia? ::

Mudanças climáticas são variações do clima na Terra ao longo do tempo, aceleradas pela ação humana. O aumento gradativo da temperatura tem consequências graves, estimula o derretimento de calotas polares e pode inviabilizar a ocupação de certas regiões da Terra nas próximas décadas.


Manifestantes pretendem ficar no local por ao menos uma semana / Franklin Frederick

Os incêndios no Pantanal e na Amazônia, por exemplo, são agravados pelas mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, provocam impactos em escala global.

A Suíça, onde ocorrem os protestos desta segunda-feira, é a sede de corporações questionadas por sua postura em relação ao meio ambiente e por estimular mudanças climáticas. Entre as mais conhecidas, estão a Nestlé – que comercializa água engarrafada no Brasil e em dezenas de países – e a Syngenta, que produz agrotóxicos que contaminam a água e a comida dos brasileiros.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou uma nota em solidariedade ao protesto dos jovens suíços. Confira na íntegra:

“Nós, do MST e dos movimentos camponeses do Brasil, nos solidarizamos com os jovens do movimento suíço lembrando-os que empresas suíças como a Nestlé usam enormes quantidades de combustíveis fósseis para a produção de garrafas para as suas águas engarrafadas, e se apropriam da água potável na natureza, em toda parte. Em vez de garantir o direito ao acesso a água, eles se utilizam para ter elevados lucros em todo mundo.

O comercio de água, que deveria ser apenas um direito humano, como parte da alimentação, é hoje a principal fonte de lucro da empresa suíça. Por outro lado, a empresa suíça/chinesa Syngenta é uma das maiores produtoras mundiais de agrotóxicos, que matam a biodiversidade, envenenam as águas e geram desequilíbrios na natureza, provocando as mudanças climáticas.

Em particular, sua filial no Brasil foi responsável pelo assassinato, através de pistoleiros por eles contratados, de um dirigente do MST no Paraná, companheiro Keno de Oliveira, em um conflito que envolvia a reprodução ilegal de sementes transgênicas. Felizmente, o então governador Requião desapropriou a área, que hoje se dedica a pesquisas agroecológicas para o estado. Mas a vida de nosso companheiro não voltou!

Também somos solidários à luta dos jovens da Suíça, pois todos sabemos de que aquele país continua sendo paraíso fiscal e refúgio de bilhões de dólares usurpados das economias do sul .

A luta dos jovens da Suíça também é a luta do MST! Contem com o nosso apoio e nossa solidariedade!

Edição: Daniel Giovanaz

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *