Ministério Público Federal pede a suspensão de nove agrotóxicos, incluindo o glifosato

Entre os produtos está o glifosato, agrotóxico bastante usado no país. Todos seriam potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente.

Do Globo Rural

O Ministério Público Federal entrou com duas ações na Justiça pedindo a suspensão do registro de nove agrotóxicos usados no Brasil. Uma das ações pede a suspensão do registro de produtos como o glifosato, agrotóxico muito usado pelos agricultores para controlar plantas invasoras.

Além do glifosato, a lista dos agrotóxicos envolvidos nas ações inclui ainda a parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram, paraquate e o 2,4-D.

Segundo o Ministério Público Federal, todos esses produtos já foram apontados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente e deveriam ser reavaliados.

A outra ação do Ministério Público Federal pede a suspensão do herbicida 2,4-D. A medida tem o objetivo de evitar que o uso do 2,4-D aumente no país, porque tramita no governo um pedido de liberação de sementes transgênicas resistentes ao herbicida. A ação pede que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não libere esses transgênicos.

O pedido é para que a CTNbio aguarde a reavaliação da Anvisa. O procurador Anselmo Lopes diz que esse herbicida é um componente do “agente laranja”, produto usado pelos Estados Unidos na guerra do Vietnã.

“Ele foi concebido como arma química para acabar com a floresta, no caso, mas ele gerou outros efeitos contra vários seres humanos que se encontravam ali e sofreram com a pulverização aérea. Os estudos atuais que existem apontam danos ao sistema endócrino das pessoas e a possibilidade de geração de mutações e câncer. Isso nós entendemos que deve ser melhor elucidado, esclarecido pelo próprio poder público por meio da Anvisa, que é a quem compete realizar esse tipo de avaliação técnica.”

Procurados pela reportagem, a Anvisa, a CTNBio e o Ministério da Agricultura não quiseram se pronunciar. Eles preferem esperar a notificação da Justiça para comentar o caso.

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