Prefeitura de Poço Fundo (MG) decide não usar mais agrotóxicos na cidade

Rosângela, agricultora da Coopfam, foi uma das lideranças na luta pelo fim da capina química em Poço Fundo

Em audiência pública realizada na última quinta-feira (14), o prefeito de Poço Fundo, Renato do PT, consultou a população sobre o uso de agrotóxicos herbicidas na limpeza do mato em vias urbanas e rurais. Apesar de ser proibida, a capina química é uma prática comum em muitas cidades brasileiras.

A audiência pública foi um compromisso firmado pelo prefeito durante o I Encontro Sul Mineiro de Agroecologia, realizado na mesma cidade em abril de 2018. Na ocasião, foram feitas denúncias de que os agrotóxicos foram aplicados em goiabeiras com frutos na beira de estrada, expondo a população a riscos graves de contaminação. Além disso, a cidade é uma referência na produção de café orgânico, e agricultoras relataram perdas da certificação em partes do cafezal por conta da aplicação de agrotóxicos nas vias rurais. No encontro, uma moção foi entregue ao prefeito pedindo o fim da capina química.

A população de Poço Fundo – tanto da zona urbana quanto rural – foi unânime na opção pelo fim do uso de agrotóxicos para limpeza de vias urbanas e rurais. O prefeito então se comprometeu a cessar o uso dos herbicidas, e a encaminhar uma lei para a Câmara formalizando a decisão. O prefeito também conclamou a população a contribuir com a limpeza do mato em frente às suas casas. Será iniciada uma campanha de conscientização para isso.

Em dezembro, uma nova reunião avaliará os resultados da campanha e as medidas a serem tomadas para garantir a limpeza da cidade.

O prefeito de Poço Fundo, Renato do PT, escutou a população e decidiu pelo fim da capina química na cidade.

Capina Química

A resolução n. 4/2016 da Anvisa dispõe claramente que “é proibida a capina química em ambientes urbanos de livre circulação (praças, jardins, logradouros etc.), em que não há meios de assegurar o adequado isolamento”. Além disso, o principal produto utilizando normalmente para a capina química – o Glifosato – é considerado provavelmente cancerígeno pelo IARC, a agência sobre câncer da Organização Mundial da Saúde. O parecer n. 01/2015, elaborado pelos professores Dr. Rubens Onofre Nodari e Profa Dra. Sonia Corina Hess, da UFSC, afirma que o glifosato é responsável por desordens gastrointestinais, obesidade, diabetes, doenças cardíacas, depressão, autismo, infertilidade, câncer, mal de Alzheimer e mal de Parkinson; doença celíaca e intolerância a glúten.

Alan Tygel, da Campanha Contra os Agrotóxicos, também esteve presente na audiência

2 comentários

  1. Parabéns a toda população de Poço Fudo MG, pelo compromisso com a saúde da CASA COMUM. Que outros municípios possa fazer o mesmo.

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