Suíça impede exportação de cinco agrotóxicos proibidos no país

Decisão é alerta para empresas como a Syngenta, cujo modelo de negócio é baseado na exportação de agrotóxicos altamente perigosos para países com menor renda e legislações mais flexíveis

Em importante decisão comunicada nesta quarta-feira (14), o Conselho Federal suíço passa a impedir a exportação de cinco agrotóxicos que são proibidos na Suíça por causa dos riscos comprovados que representam à saúde das pessoas e do meio ambiente. Com a medida, a partir de 2021, deixarão de ser vendidos para o restante do mundo a atrazina, diafenthiuron, metidationa, profenofós e paraquat – este último banido no Brasil em setembro de 2020 e proibido na Suiça desde 1989.

A decisão do Conselho Federal caminha ao encontro das investigações e relatórios produzidos pela Public Eye, que denuncia “os dois pesos e duas medidas” de organizações como a Syngenta, cujo modelo de negócio é baseado na exportação de agrotóxicos altamente perigosos para países com menor renda e legislações mais flexíveis.

A Public Eye avalia que a Suíça “assume suas responsabilidades e envia um forte sinal para finalmente colocar o fim da política de ‘dois pesos e duas medidas’, que é particularmente prejudicial aos países com sistemas regulatórios mais fracos”, e que também envia ao setor uma mensagem clara de que “deve retirar do mercado os agrotóxicos mais tóxicos, cujos impactos na saúde humana e no meio ambiente são comprovados”.

Apesar de comemorar a decisão, a organização pondera que a proibição da exportação deve se expandir para todas as substâncias proibidas no território, e impedir que empresas de origem suíça, como a Syngenta, fabriquem em outros países, como a China e a Inglaterra, estes mesmos agrotóxicos proibidos.

Na contramão da proteção à população, no Brasil a Anvisa permitiu na última semana que os estoques de Paraquat sejam usados até agosto de 2021.

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