A Dra. Whitehorn explicou: “Descobrimos que as abelhas de controle, que não estavam expostas ao pesticida, melhoraram sua coleção de pólen à medida que adquiriam experiência, o que interpretamos como uma habilidade para aprender a melhorar a polinização. “No entanto, as abelhas que entraram em contato com o pesticida não coletaram mais pólen à medida que ganharam mais experiência e, no final do experimento coletado, entre 47% e 56% menos de pólen em comparação com as abelhas controle”.
“Onde tem agrotóxicos, elas morrem”, decreta Selene Hammer Tesch, agricultora orgânica em Santa Maria de Jetibá, que observa a letalidade do contatos das pequenas e poderosas polinizadoras com as lavouras convencionais, baseadas no uso de venenos químicos para “controlar as pragas”. “Tem morrido muita colmeia por aqui”, lamenta.
Pulverização aérea é guerra química!
Um relatório apresentado pela subcomissão que debate o tema na Câmara dos Deputados aponta que cerca de 70% dos agrotóxicos aplicados por aviões não atingem o alvo, atingindo o ambiente do entorno, áreas urbanas, rios, animais, propriedades dedicadas ao cultivo orgânico, além de causar a mortalidade de insetos importantes para a polinização das plantas, como abelhas e borboletas.
Mato Grosso do Sul lança cartilha sobre impacto dos agrotóxicos nas abelhas.
Informações importantes sobre como se proteger e denunciar a morte de abelhas.
“Existe uma região na China, a qual tive o prazer de visitar, onde há 20 anos houve o uso indiscriminado de agrotóxicos e as abelhas acabaram desaparecendo. Hoje, os chineses estão fazendo a polinização das suas árvores com suas mãos, utilizando uma vareta com pena de passarinho, onde colocam o pólen nas plantas, isto é, fazem o papel da abelha. Estou prevendo que esse também será o nosso futuro, caso não haja nenhuma atitude governamental no sentido de proibir ou, pelo menos, de haver um controle no uso de agrotóxicos”.
O paraquat – um dos muitos agrotóxicos que não pode ser usado na Europa, mas é vendido nos Estados Unidos e em vários outros lugares –, é associado ao Parkinson em crescente número de pesquisas. do NYTimes. Tradução: Lila Almendra…
Embora a polinização da flor do melão seja altamente dependente das abelhas, o preço do aluguel por colmeia pago aos apicultores oscila entre R$ 20,00 e R$ 30,00. Como se usa muito agrotóxico nessa cultura para combater as pragas, geralmente há muita perda de abelhas devido ao uso indiscriminado dos pesticidas, fato que ultimamente vem desestimulando os apicultores a colocarem suas abelhas nas culturas de melão.
Alerta no RS
"Tem que escolher bem o local, nessas regiões não têm grandes plantações, não tem nada que tenha pulverização (de agrotóxicos)”, conta. O maior problema, na opinião dele, está nas plantações de soja, que chegam a receber três ou quatro pulverizações de venenos por safra.
Mais mortes de abelhas...
O fenômeno da mortandade tem um impacto muito grande no Estado, já que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do Brasil. São cerca de 30 mil apicultores, que produzem em torno de oito mil toneladas por ano (60% na primavera e 40% no outono). A metade é exportada, principalmente para a Europa, e a outra parte consumida no mercado interno.
do Greenwatchdb – Tradução: Lila Almendra Deputados membros do Parlamento Europeu (os chamados MEPs) rejeitaram esmagadoramente a tentativa de uma deputada conservadora do Reino Unido de se opor à proibição total dos agrotóxicos neonicotinóides, comprovadamente ligados ao extermínio de abelhas.…
"Após esse novo estudo, continuar afirmando que o uso de neonicotinoides na agricultura não prejudica as abelhas já não é mais uma posição sustentável", opinou, à agência de notícias Reuters, o biólogo David Goulson, da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
Dois novos estudos publicados nesta quinta-feira (29) na revista "Science" mostram que os agrotóxicos neonicotinóides prejudicam a reprodução e a vida de abelhas. Nos Estados Unidos, uma espécie do inseto já está ameaçada de extinção. Na Europa e em toda a América do Norte, as operárias estão desaparecendo abruptamente das colmeias.
Uma das pesquisas conseguiu resultados em grande escala e reuniu dados de experimentos feitos no Reino Unido, na Alemanha e na Hungria. Os cientistas expuseram três espécies de abelha aos agrotóxicos neonicotinóides.
Mais sobre abelhas e agrotóxicos...
O professor aposentado Lionel Segui Gonçalves, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP, alerta para o risco da extinção do inseto. "A abelha é o maior polinizador que existe no planeta. A extinção dela atinge basicamente a produção de alimentos. Com a falta de polinizadores, a carência de alimento passa a ser muito alta e não existe uma substituição para os polinizadores naturais", argumenta o especialista em abelhas em entrevista à Rádio USP.
O professor aposentado Lionel Segui Gonçalves, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, é um dos maiores especialistas em abelhas no Brasil. Ele alerta para a extinção gradual do inseto e aponta soluções para reverter o quadro. Entre as soluções apontadas, estão o fim do uso de agrotóxicos nocivos às abelhas e o aumento de plantio de árvores para aumentar a polinização das flores.
“Uma parte das plantas não precisa de abelhas para ser polinizada. Mas as plantas que produzem frutos dependem da polinização”, disse. E foi além ao afirma que o valor bruto da produção mundial agrícola, de acordo com estudos citados por ele, em torno de 10% dele é atribuído à importância das abelhas e que estes insetos são agentes de biodiversidade já que dois terços das plantas que produzem flores se beneficiam das polinizadoras, assim como três quartos das plantas cultivadas no mundo também se beneficiam da presença das abelhas. “Há um ganho de produtividade com a polinização das abelhas”, pontuou.