Lucro de empresas e bancos está à frente da segurança alimentar
3 de dezembro de 2014
Por João Pedro Stedile
Do Portal Uol
O Brasil consome mais de um bilhão de litros de venenos agrícolas por ano. Isso representa 20% de todos os venenos consumidos no mundo, embora sejamos responsáveis por apenas 3% da produção agrícola mundial.
Despejamos 15 litros de venenos por hectare cultivado. Essa realidade não tem paralelo com nenhuma agricultura do mundo, nem há nenhum manual de agronomia que faça tal recomendação.
Esses venenos de origem química são produzidos por poucas grandes empresas transnacionais. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), somente as dez maiores empresas do setor foram responsáveis por 75% das vendas de agrotóxicos na última safra.
Isso lhes permite a maior taxa de lucro do mundo: US$ 8,5 bilhões de dólares na safra 2010/2011, e ainda desovam por aqui seus estoques de venenos proibidos em outros países.
Os venenos matam. Matam a biodiversidade existente na natureza, já que o agronegócio visa ao monocultivo absoluto, seja de soja, milho, algodão, cana ou pastagem extensiva. Mata os nutrientes, empobrece o solo e contamina o lençol freático fazendo com que muitas cidades com poço artesiano encontrem resíduos inaceitáveis para o consumo humano.
3 de dezembro: Queremos comida sem veneno!
Hoje estamos em luta: veja a programação pelo Brasil! Brasil, 3 de dezembro de 2014 Manifesto pelo Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos Povo Brasileiro, Neste dia 3 de dezembro, saímos às ruas em todo o país para denunciar…
População vai às ruas exigir fim do uso de agrotóxicos e estímulos à agroecologia
O dia 3 de dezembro é celebrado internacionalmente como Dia de Luta contra os agrotóxicos De Belém à Porto Alegre, dezenas de cidades brasileiras já confirmaram mobilizações na próxima quarta-feira, 3 de dezembro, data em que se celebra o Dia…
CUT vai às ruas para alertar sobre riscos dos agrotóxicos
Central terá radio itinerante nesta quarta (3), em São Paulo, para dialogar com população sobre riscos dos venenos aos trabalhadores, alimentos e meio ambiente
Há 30 anos, o vazamento de um gás tóxico usado na elaboração de um praguicida da Corporácion Union Carbide, na Índia, matou 30 mil pessoas, muitas delas crianças. Como forma de protestar e alertar para os riscos dos venenos ao meio ambiente, a Pesticide Action Network (PAN) estabeleceu o dia 3 dezembro como o Dia do Não Uso dos Agrotóxicos.
Manifestações dos movimentos sindical e sociais acontecerão em todo o país e, em São Paulo, a CUT promoverá um diálogo com a população por meio de uma rádio itinerante nesta quarta-feira (3), a partir das 11h, na Praça do Patriarca, região central da capital paulista.
A mobilização ainda discutirá a necessidade de os movimentos estarem nas ruas para pressionar o governo federal a adotar políticas progressistas para o campo, contra o forte viés conservador que se apresenta e pressionam em defesa dos interesses do agronegócio.
Dia Mundial de Luta contra os Agrotóxicos

Em todo o Brasil, militantes da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida sairão às ruas para dizer: não queremos comida com veneno. Sabemos que o responsável para que Brasil siga sendo o maior consumidor de agrotóxicos do mundo…
Fazenda é ocupada por camponeses contra Kátia Abreu e transgênicos
por Ninja Onde antes só haviam milhos transgênicos foram plantadas sementes agroecológicas. Uma denúncia ao agronegócio, representado pela Senadora Kátia Abreu, e aos produtos geneticamente modificados, prejudiciais ao meio ambiente e a saúde do povo brasileiro. O vídeo ‘Contra o inimigo…
Revista Caros Amigos: Movimento pede fim de pulverização aérea de agrotóxico

Militantes promovem manifestação no dia internacional de mobilização com pauta em favor da saúde
No dia 3 de dezembro militantes contra o uso de agrotóxico por todo o mundo irão tomar as ruas no Dia Internacional do Não Uso dos Agrotóxicos, organizado no Brasil pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. A campanha é uma articulação permanente entre diversos movimentos sociais, sindicais e setores de toda a sociedade civil contra o uso dos agrotóxicos.
A campanha existe há quatro anos, e começou motivada pela mobilização contra os impactos dos agrotóxicos à saúde pública, que atingem diversos territórios e envolvem diferentes grupos populacionais, como trabalhadores rurais, moradores do entorno de fazendas, além de toda a população brasileira, que de um modo ou outro acaba consumindo alimentos contaminados. A posição que o Brasil ocupa desde 2008, como maior consumidor de agrotóxicos do mundo faz com que a mobilização seja ainda mais pertinente.
Chuva de veneno
Além da óbvia pauta principal, contra o uso dos agrotóxicos, existem cinco pontos que são almejados pelo movimento a um prazo mais curto. O primeiro deles é a pressão contra a pulverização aérea, ou seja, a aplicação de agrotóxicos por avião. O coordenador da campanha, o engenheiro Alan Tygel, afirma que o uso dessa forma de dispersão de substâncias químicas é extremamente prejudicial e já deveria estar proibido, como na Europa, onde a prática é vetada desde 2009.
“A gente sabe que uma pequeníssima parte desse veneno atinge de fato as plantas e o resto contamina rios, o solo e expõe as populações que moram no entorno das plantações a tomar chuvas de veneno, como a gente viu em Goiás, em uma escolinha de Rio Verde, entre outros casos”, disse ele, se referindo ao caso da contaminação de funcionários e alunos de uma escola do assentamento rural Pontal dos Buritis, na cidade de Rio Verde.
Campanha convoca população às ruas contra o uso de agrotóxicos

As eleições passaram e o Congresso Nacional não poderia ter ficado pior: mais da metade dos seus membros diz se identificar com a chamada Bancada Ruralista. Além de afrontarem os direitos de indígenas e quilombolas, este grupo suprapartidário é responsável pela aprovação de leis que facilitam o uso de mais agrotóxicos.
No próximo dia 3 de dezembro, data em que celebra-se o Dia Internacional do Não Uso dos Agrotóxicos, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida convoca os cidadãos brasileiros a se unir para exigirmos comida sem veneno. Para isso, é fundamental que o congresso defenda a saúde da população e a agricultura familiar, responsável pela produção de 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa.
Além disso, a Campanha defende ainda o fim da pulverização aérea, prática utilizada pelo agronegócio, e a reforma política, de maneira a reduzir o peso dos interesses econômicos e viabilizar nossa representação na Câmara e Senado. Os ruralistas defendem os interesses de cerca de 1% dos proprietários de terra do Brasil, que dominam 44% das áreas brasileiras agricultáveis. Esta é apenas mais uma mostra das distorções de representação do nosso legislativo.
Aulas públicas, panelaço, panfletagem, “feira dos envenenados”. Vale um pouco de tudo. A ideia principal da campanha é demarcar a data nacionalmente e ir às ruas mostrar que a luta contra os agrotóxicos se vincula a um governo progressista, e às ideias da reforma política e participação popular.
Atividades já estão confirmadas em diversos estados. Em breve a agenda será divulgada. Contate a Secretaria Operativa da Campanha (pelo e-mail [email protected]) para saber mais sobre as mobilizações em seu estado e monte também alguma atividade em sua cidade.
Carta da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida no 2º SIBSA

O 2º Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente, reuniu academia, gestão pública e movimentos sociais para debater o tema “Desenvolvimento, Conflitos Territoriais e Saúde: Ciência e Movimentos Sociais para a Justiça Ambiental nas Políticas Públicas”. O Simpósio contou com 25 trabalhos relacionados…
Jovens argentinos lutam contra cultivos transgênicos e fumigações indiscriminadas
Adital
A cidade de Pergamino, localizada a mais de 200 quilômetros da capital argentina, ainda na Província de Buenos Aires, é uma região promissora e com terras produtivas, contudo, seu potencial vem sendo utilizado quase que unicamente para a produção de transgênicos. Esse tipo de cultivo, como já é de conhecimento comum, demanda grande quantidade de agrotóxicos, fumigados por terra e pelo ar, causando uma série de problemas graves de saúde. Nadando contra a corrente, um pequeno grupo fundou a "Assembleia pela Proteção da Vida, da Saúde e do Meio Ambiente de Pergamino”.
A iniciativa surgiu após a professora Sabrina Ortiz, moradora do bairro General San Martín, em frente a um campo de soja, sentir na própria carne o efeito avassalador dos agrotóxicos. Um produtor vizinho fumigava seus cultivos sem se importar com a hora ou com o vento e isso fazia com que o agroquímico chegasse até dentro da casa de Sabrina. Em março de 2011, após sentir irritação nos olhos, náuseas e mal estar, a professora sofreu um aborto. Sabrina fez a denúncia às autoridades locais, mas não teve êxito. A resposta veio do produtor, que atirou no cachorro da família.
A professora não desistiu e foi à Promotoria denunciar, mas também não obteve apoio. Em março de 2013, as fumigações foram retomadas e o poder público local continuou sem tomar qualquer atitude em favor da população afetada. Após muita pressão, inspetores municipais foram verificar a situação, mas alegaram "falta de provas”, apesar de terem em mãos fotos recentes dos tratores fumigando.
Campanha realiza reunião nacional e define linhas de ação

Nos dias 9 e 10 de setembro, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizou uma reunião nacional com participação de diversas organizações e comitês regionais.
A Campanha se reafirma como uma articulação nacional que luta para denunciar os efeitos dos venenos e do agronegócio e anunciar novos modos de organização da produção agrícola através da agroecologia.
Na reunião, foi lançado o novo panfleto da Campanha, que deve ser distribuído entre os comitês e entidades que compõe a campanha.
Como linhas de ação específicas, a Campanha segue denunciando o uso de agrotóxicos no Brasil proibidos em outros países. Após banir o Metamidofós e o Endossulfam, a Anvisa engavetou o processo de outras substâncias que já têm pareceres prontos desde 2012 indicando o banimento.
“O uso de agrotóxicos só vem crescendo”, afirma representante de campanha
da Associação Brasileira de Agroecologia
O Brasil é há anos o campeão mundial no consumo de agrotóxicos. É nesse cenário que os movimentos sociais ligados à agricultura familiar camponesa vêm lutando em defesa de um modelo mais justo e saudável. Criada em 2011, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, composta por mais de 50 entidades e diversos segmentos da sociedade civil, tem lutado por transformações nessa conjuntura. Reduzir os impactos dessa substância na saúde da população brasileira é um dos seus objetivos.
Nesse mês haverá uma reunião nacional para rearticulação do movimento e a construção de novas estratégicas. Para entender em que pé estão as atividades da organização, a ABA conversou com Alan Tygel, da direção nacional, sobre os temas de atuação da Campanha. Doutorando em informática na UFRJ, o militante destacou a importância de conscientizar a população sobre os efeitos dos agrotóxicos na população brasileira e mundial. Na página da organização é possível ver mais informações nesse sentido.
Abrasco participa de Audiência Pública em Lagoa da Confusão, no Tocantins
Academia e movimentos sociais juntos para melhorar a qualidade da saúde dos trabalhadores do interior do país. A força dessa ideia ganhou materialidade ontem, 13 de agosto, na primeira audiência pública entre poderes instituídos, trabalhadores e movimentos sociais do município de Lagoa da Confusão, no Tocantins. Cerca de cem pessoas, entre pesquisadores, membros do Ministério Público, trabalhadores agrícolas e do setor do turismo, estudantes e demais funcionários públicos debateram os impactos nocivos do agronegócio à saúde humana e a importância da constituição de um plano participativo para trazer benefícios à saúde dos trabalhadores e do ambiente.
Conhecida por ser a porta de entrada do Parque Nacional do Araguaia e da Ilha do Bananal, Lagoa da Confusão não se destaca apenas pelo ecoturismo e por suas riquezas naturais: o município é também um dos maiores produtores e beneficiadores de grãos do Estado. A produção se concentra em aproximadamente 46 grandes fazendas que atraem mão de obra do Paraguai na época da colheita, fazendo a população local saltar de 10 mil para 18 mil habitantes durante a safra. Condições precárias e análogas ao trabalho escravo já foram identificadas entre os anos de 2007 e 2014. A alta produtividade carrega consigo o largo de uso de agrotóxicos. Nos últimos anos, foram notificadas seguidas intoxicações, além de mortes não identificadas na última colheita.
O apelo de cientistas ao Papa contra os transgênicos
"A questão dos transgênicos não é apenas um debate científico e técnico, também tem fortes implicações econômicas e políticas. No entanto, muitos cientistas que defendem os cultivos transgênicos escondem a maior parte de seus problemas e incertezas científicas, assim como o feito de que com os transgênicos, as grandes corporações de agronegócio avançam para o controle absoluto do sistema agroalimentar", escrevem cientistas em carta enviada ao Papa Francisco juntamente com um documento que pode ser lido aqui.
Moção de Solidariedade Da CLOC-LVC ao Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Nós, dirigentes de 21 organizações, provenientes de 15 países, membros da CLOC – Via Campesina, reunidos em San Salvador – El Salvador, para dar continuidade ao processo de construção de nosso VI Congresso que se realizará em Buenos Aires –…

