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Campanha contra os agrotóxicos e pela vida saiu fortalecida de seminário em Brasília

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DSCF3006Comunicadores, advogados, cientistas sociais e da saúde, militantes populares, representantes de entidades e organizações sociais e apoiadores da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida se reuniram em 28 e 29 de setembro no Centro de Estudo Sindical Rural (CESIR) da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) em Brasília, para melhorar a organização das tarefas, a articulação dos grupos de trabalho jurídico e da comunicação e definir estratégias de fortalecimento da luta contra os venenos usados pelo agronegócio nos diferentes estados e territórios de vida e dos povos da terra no Brasil.

Seminário Contra os Agrotóxicos lança Carta propondo outro modelo agrícola para o Vale do São Francisco

SAM 0961

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Como resultado do Seminário da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, realizado nesta terça-feira (25), no Auditório do Campus Petrolina do IF Sertão-PE, foi produzida uma Carta Aberta em que integrantes dos movimentos sociais, estudantes do IF, Uneb e Univasf, professores universitários e trabalhadores/as rurais fazem um balanço dos danos causados à saúde e ao meio ambiente pelo uso dos agrotóxicos na agricultura. Entre outras providências, apontam a necessidade de enfrentar o modelo do agronegócio, que, a partir da aliança entre latifundiários e empresas multinacionais, provoca a concentração de terra e renda, ameaça a soberania nacional, adoece as pessoas e destrói os territórios e costumes das comunidades camponesas. 

Em contraposição ao agronegócio, foi discutido e proposto outro modelo de desenvolvimento agropecuário: a agroecologia, que respeita todas as formas de vida, garante a soberania e segurança alimentar do povo brasileiro, possibilitando a troca de experiências entre o conhecimento científico e o saber popular na transformação de sementes crioulas em alimentos saudáveis e diversificados. Para tanto, é necessário romper o patriarcado e a divisão sexual do trabalho, reformular os currículos acadêmicos das ciências agrárias, desenvolver o sistema camponês de produção, banir o uso de agrotóxicos na agricultura, investir em pesquisas destinadas à produção agroecológica e em políticas públicas que assegurem a auto-sustentação das comunidades rurais.

Liberação de agrotóxico murcha no pé

Deputado promete retirar de votação, prevista hoje na Assembleia, proposta para liberar uso de substâncias proibidas

Quase 30 anos após a aprovação de uma das regras mais rígidas do Brasil sobre o uso de agrotóxicos, uma proposta de mudança da legislação reacendeu o sinal de alerta dos gaúchos sobre o tema.

Depois da pressão de associações e entidades de defesa do ambiente, o projeto, que estava previsto para ser votado hoje, deve ser retirado da pauta e passar por um novo debate.

Se aprovada a sugestão de alteração na legislação instituída em 22 de dezembro de 1982, produtos até proibidos de entrar no Estado poderiam voltar a ser vendidos no Rio Grande do Sul. Na justificativa apresentada pelo autor da proposta, deputado Ronaldo Santini (PTB), o objetivo é “corrigir uma incorreção da lei gaúcha, que tem causado sérios problemas à agricultura do Estado”. A principal alegação citada pelo parlamentar é que o produto é liberado nos demais Estados e os agricultores do Rio Grande do Sul perdem em competitividade na produção agrícola.

Campanha contra os agrotóxicos faz pressão sobre os candidatos

Cada brasieliro consome, em média, 5,2 litros de veneno por ano - Foto: Idaf
Cada brasieliro consome, em média, 5,2 litros de veneno  por ano - Foto: IdafMovimento quer que aspirantes às prefeituras e às câmaras municipais enfrentem uso de veneno em alimentos

Maria Mello, para o Brasil de Fato

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida lançou um documento que pretende comprometer os candidatos brasileiros a prefeito e vereador nas eleições de outubro com iniciativas de enfrentamento ao uso de agrotóxicos e em favor da transição agroecológica nos âmbitos Executivo e Legislativo.

Cléber Folgado, integrante da Coordenação Nacional da Campanha, explica que além do aspecto formativo da iniciativa – com o objetivo de levar aos candidatos informações sobre a situação alarmante do uso de venenos agrícolas no país -, a carta-compromisso sugere que os políticos se empenhem, fundamentalmente, em proibir o uso de agrotóxicos banidos em outros países e a pulverização aérea de venenos, além de consolidar políticas públicas de incentivo à agroecologia. “É fundamental que candidatos nestas eleições possam se posicionar frente ao que se tornou um problema de saúde pública e de meio ambiente”, pontua.

Agrotóxicos em monocultura de eucalipto intoxicam mais de 30 geraizeiros no Norte de Minas

Agrotóxicos em monocultura de eucalipto intoxicam mais de 30 geraizeiros no Norte de MinasDiversos casos de intoxicação foram relatados por famílias moradoras do Assentamento Vale do Guará, no município Vargem Grande do Rio Pardo. Cerca de 30 pessoas, entre elas, crianças, jovens e adultos, sentiram diversos sintomas depois que um avião pulverizador de agrotóxicos passou por uma enorme plantação de eucalipto. Segundo as vítimas, um inseto parecido com um piolho chegou a infestar as casas dos moradores, provavelmente, vindo da área de monocultura de eucalipto. A aplicação do defensivo por parte dos donos da plantação acabou poluindo o ambiente, causando grande mal estar entre as diversas pessoas.

O posto de saúde mais próximo ficou pequeno para tantas pessoas, todas com os mesmos sintomas. Náuseas, febre, vômitos, coceiras na pele foram os sintomas mais comuns. Pessoas que já tinham a saúde frágil ainda tiveram maiores complicações com a baixa imunidade, acabaram tendo ataque de outras doenças como gripes, resfriados e até alergia.

O pior é que as famílias não têm pra quem denunciar. Segundo elas, até pensaram em reclamar para o Conselho Municipal de Meio Ambiente, o Codema, porém proprietários das monoculturas de eucalipto possuem assento no conselho. Para as famílias a situação é de injustiça e impunidade.

Entrevista: a relação transgênico-agrotóxico

Em entrevista à Página do MST, o engenheiro agrônomo Rubens Nodari comenta os fatores dessa relação e revela a ineficácia dos transgênicos: “O custo da lavoura transgênica na verdade vai ser mais cara do que os agricultores previam a longo prazo, porque eles vão ter quer usar outros herbicidas para depois matar essas plantas resistentes.”

Campanha Contra os Agrotóxicos lança carta-compromisso aos candidatos

anaprimavesi
anaprimavesi
A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida lançou uma carta compromisso pelo fim dos agrotóxicos e a favor da agroecologia aos candidatos à prefeito e vereador nas eleições deste ano. Além de mostrar os males que os agrotóxicos causam na sociedade brasileira, a carta pede aos candidatos que se comprometam com três temas: que os candidatos, caso sejam eleitos, lutem para estabelecer uma legislação proibindo o uso dos agrotóxicos em seu município; a proibição da pulverização aérea e a construção de políticas públicas de incentivo à agroecologia.

Para Nívia Regina da Silva, da Direção Nacional do MST, a carta-compromisso é um instrumento de denúncia importante. “A carta serve como um diálogo com os candidatos, para que eles conheçam o problema dos agrotóxicos e as alternativas de produção, como o modelo agroecológico”. A carta será distribuída para candidatos nos 16 estados do país onde a Campanha está organizada.

Ibama reavalia uso de quatro tipos de agrotóxico e sua relação com o desaparecimento de abelhas no país

Abelhas e Agrotóxicos

Abelhas e Agrotóxicos
Carolina Gonçalves

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Mesmo na ausência de levantamentos oficiais, alguns registros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a restringir o uso de importantes inseticidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo.

Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas.

Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente.

Jornada da Agroecologia cobra Reforma Agrária e avanços nas políticas públicas

Com a simbologia da partilha das sementes crioulas, preservadas e multiplicadas pelos camponeses, foi encerrada no sábado (14/7) a 11ª Jornada de Agroecologia, em Londrina, no Paraná.
Cerca de 50 mil quilos de sementes foram distribuídas aos mais de 4 mil participantes. O ato político de encerramento teve participação de representantes de dezenas de movimentos e entidades, das 12 brigadas internacionalistas presentes na jornada e de integrantes de órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

“Queremos ser os maiores produtores de alimentos saudáveis para a população”

por Raquel Júnia, da EPSJV/Fiocruz

O governo federal acaba de anunciar os investimentos para a agricultura no período 2012/2013. O chamado Plano Safra contará dessa vez com R$ 115,2 bilhões. O problema é que todo esse dinheiro não vai para os pequenos agricultores e nem para a produção de alimentos saudáveis. A realidade é denunciada por Cleber Folgado, da coordenação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Segundo ele, os pequenos agricultores têm ficado com apenas aproximadamente 14% de todo o crédito agrícola, embora sejam os responsáveis por levar quase a totalidade do alimento à mesa do brasileiro. Folgado pertence a uma família de pequenos agricultores no estado de Rondônia, onde cresceu vendo as contradições trazidas pela chamada Revolução Verde, que introduziu a utilização de agrotóxicos no campo pelas mãos do Estado brasileiro. Nesta entrevista, ele faz um balanço da Campanha e fala sobre os desafios da luta por um modelo agroecológico para o campo.

RENAP e GEDIC denunciam Del Monte, empresa do agronegocio, à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência

A RENAP Ceará e o GEDIC encaminharam denúncia à Ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, solicitando providências urgentes contra a empresa Del Monte e em defesa dos trabalhadores por ela empregados, em greve desde o dia 25 de junho . Segue o documento, na íntegra:
“A Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares no Ceará e o Grupo de Estudos em Direito, vem apresentar denúncia de violação aos direitos trabalhistas e à dignidade da pessoa humana em empresa de fruticultura na Chapada do Apodi, no Estado do Ceará, da forma que se segue:

Os trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariados (as) da empresa de fruticultura Del Monte Fruit Fresh, localizada na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte-CE, encontram-se exercendo seu direito de greve desde o dia 25 de junho de 2012, em virtude de uma série de constrangimentos e violações dos seus direitos por parte da referida empresa. Tais transgressões vão de encontro não somente à legislação trabalhista, mas ao princípio da dignidade da pessoa humana, norteador da Carta Magna do País, bem como de todo o seu ordenamento jurídico.

O problema central na atualidade é o tipo de alimentação e os agrotóxicos

2 de julho de 2012
Por Raquel Rigotto, Fernando Carneiro e Anelise Rizzolo, na Revista Caros Amigos

Com a hegemonia do modo de vida urbano-industrial, cada vez menos comemos conscientes de que estamos ingerindo porções do planeta, frutos de delicadas e complexas inter-relações entre os nutrientes do solo, os mistérios das sementes, as nuvens e a chuva, o trabalho humano e a cultura dos agricultores. Que alimentos são estes, que passam a fazer parte do nosso corpo?

Se até cerca de 50 anos atrás a fome era uma preocupação central da humanidade, e se expressava pela desnutrição e carências alimentares, hoje o problema se reveste de uma nova face frente ao padrão alimentar altamente industrializado e processado ao qual todos nós temos sido submetidos. Em 20-30 anos passamos de desnutridos a obesos.

Movimento contra os agrotóxicos ganha força na Argentina

26 de junho de 2012
Por Darío Aranda, do jornal Página/12

Moradores que denunciam fumigações em oito províncias, movimentos campesinos, povos indígenas e organizações socioambientais explicitaram os impactos do modelo agropecuário atual. Eles responsabilizaram os “três poderes” do Estado pelas consequências ambientais e para a saúde e lançaram uma campanha nacional contra os agrotóxicos. Isso aconteceu no Encontro Nacional dos Povos Fumigados, em paralelo ao primeiro julgamento por fumigações, que acontece em Córdoba, onde explicaram que o agronegócio e a megamineração são parte do mesmo modelo (“extrativo”) e denunciaram a “violência provocada pelo Estado, por empresas e seus grupos armados contra os que defendem os bens comuns”.

Em Córdoba acontece, desde 11 de junho, o primeiro julgamento oral e público por fumigações. Trata-se de duas denúncias (de 2004 e 2008) por atingir o bairro Ituzaingó Anexo que foi a julgamento na Câmara Criminal I (são acusados dois produtores e um piloto de avião fumigador). O fundamento para o julgamento é a Lei Nacional de Resíduos Perigosos (24051), que prevê penas de três a dez anos de prisão aos que “contaminem” de forma perigosa à saúde.

MPE oferece denúncia aos acusados pela morte de Zé Maria

Nota do Movimento21 sobre os acusados do assassinato de Zé Maria do Tomé

Diante de tanta impunidade, a organização e unidade dos movimentos sociais conquistaram uma importante vitória: a 1ª Vara de Justiça em Limoeiro do Norte recebeu na terça-feira (26) o pedido cautelar de prisão e a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual contra os acusados da morte de Zé Maria do Tomé, liderança comunitária executada em 21 de abril de 2010.

Como o Movimento21 já anunciava, o agronegócio é o acusado pelos 25 tiros que tentaram silenciar a voz que denunciava os crimes socioambientais cometidos na região pelas empresas da fruticultura irrigada. As denúncias de Zé Maria sobre os conflitos de terra e sua luta pelo fim da pulverização aérea de agrotóxicos atingiam diretamente os interesses dos acusados, representantes da elite econômica e política do Estado do Ceará.