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Campanha lança dossiê que identificou a presença de agrotóxicos na água de sete comunidades tradicionais do cerrado

O Brasil não é mais o país do futebol, como convencionou-se dizer. Em realidade, o nosso país pode ser considerado o campeão dos agrotóxicos, do veneno e da morte da sociobiodiversidade. Essa mudança aconteceu não somente pelos recentes fracassos da seleção brasileira nas últimas copas do mundo, mas por fatores como a liberação do estrondoso número de mais de 1.800 agrotóxicos nos últimos quatro anos (entre 2019 e 2022). E não para por aí.

Pesquisa em Pauta resgata ESALQ em tempos de ditadura | Unicamp

Importante documento que ajuda a compreender o que foi a modernização conservadora no campo brasileiro, mais conhecida como Revolução "Verde", quando foram introduzidos os agrotóxicos e fertilizantes químicos de forma massiva em nosso país. O papel da ditadura militar e dos EUA foi crucial. "O pesquisador examinou jornais, dossiês, revistas, fotografias, mapas e atas da congregação, além de realização de entrevistas sobre o período da ditadura militar (1964-1985), com o objetivo de relacionar o ensino superior com a agricultura e o projeto político e econômico dos militares. “Vemos o objetivo claro de modernização do campo, embora isso seja ao mesmo tempo arcaico, pois seguia os moldes do capitalismo desenvolvido no Brasil”, observa Molina."

Dossiê ABRASCO

Alguém ainda acha que agrotóxico não faz mal? Acesse o Dossiê da ABRASCO sobre Impactos dos Agrotóxicos na Saúde e veja estudos e pesquisas que comprovam a relação entre agronegócio, agrotóxicos e transgênicos com problemas de saúde. Lea también la versión…

“Eucalipto transgênico vai sugar água até que ela acabe”

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Por José Coutinho Júnior

Do Brasil de Fato

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A votação sobre a liberação do plantio do eucalipto transgênico acontece nesta quinta-feira (9) na Coordenação-Geral da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Adiada em março por conta de protestos das mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a aprovação do eucalipto preocupa especialistas, que consideram a modalidade um risco ao meio ambiente e a produtores.

Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo que já foi membro da CTNBio, afirma que “em cinco anos o eucalipto geneticamente modificado retiraria do solo o mesmo volume de água e nutrientes que o eucalipto tradicional levaria sete anos para incorporar.Uma lavoura sedenta será substituída, após cinco anos, por outra lavoura sedenta”.

Confira a entrevista de Melgarejo à Agência Brasil de Fato, sobre o eucalipto transgênico e o papel da CTNBio na sociedade:

“O uso de agrotóxicos só vem crescendo”, afirma representante de campanha

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da Associação Brasileira de Agroecologia

O Brasil é há anos o campeão mundial no consumo de agrotóxicos. É nesse cenário que os movimentos sociais ligados à agricultura familiar camponesa vêm lutando em defesa de um modelo mais justo e saudável. Criada em 2011, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, composta por mais de 50 entidades e diversos segmentos da sociedade civil, tem lutado por transformações nessa conjuntura. Reduzir os impactos dessa substância na saúde da população brasileira é um dos seus objetivos.

Nesse mês haverá uma reunião nacional para rearticulação do movimento e a construção de novas estratégicas. Para entender em que pé estão as atividades da organização, a ABA conversou com Alan Tygel, da direção nacional, sobre os temas de atuação da Campanha. Doutorando em informática na UFRJ, o militante destacou a importância de conscientizar a população sobre os efeitos dos agrotóxicos na população brasileira e mundial. Na página da organização é possível ver mais informações nesse sentido.

ASFOC divulga carta sobre agrotóxicos

A ASFOC - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz - divulgou ontem uma carta em que manifesta preocupação em relação ao desmanche da legislação sobre agrotóxicos no Brasil: " A ASFOC-SN (...) se coloca contrária à flexibilização da legislação que regulamenta os agrotóxicos e se posiciona na defesa do fortalecimento das políticas e instituições públicas, em especial a missão fiscalizadora e de registro dos agrotóxicos pelo Ministério da Saúde, através da Anvisa, enquanto funções intransferíveis de Estado, visando a defesa da saúde pública".

Na nota, o Sindicato reafirma ainda o compromisso da Fiocruz em continuar apoiando com suas pesquisas a luta em defesa da vida: " [Reafirmamos] o compromisso e a responsabilidade da Fiocruz em desenvolver pesquisas, formar quadros e prestar apoio à Anvisa, aos demais órgãos públicos e ao movimento social, no sentido de proteger a saúde e o meio ambiente."

Veja a íntegra da carta a seguir, ou no site da ASFOC:

Dois anos enfrentando o agronegócio em defesa da vida

Com dignidade e compromisso com a vida, campanha permanente enfrenta o poder do agronegócio e do latifúndio. Em 7 de abril, dia mundial da saúde, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida comemora dois anos de existência.


por Martí Méndez, da CPT/MS

Representada por uma centena de entidades e organizações sociais e com a contribuição de cientistas, pesquisadores, comunicadores, advogados, militantes populares,  artistas, defensores de direitos humanos, profissionais da saúde, atores, escritores etc., o movimento enfrenta o poder político e econômico do agronegócio com dignidade e compromisso com a vida.

A campanha foi lançada em 7 de abril de 2011 por mais de 30 organizações sociais, com o objetivo de denunciar a falta de fiscalização e os efeitos prejudiciais dos agrotóxicos e defender alternativas como a agroecologia como outro modelo de produção para o Brasil. Nestes dois anos há muitas coisas por destacar. Para citar só alguns, a conquista da produção do filme “O veneno esta na mesa” de Silvio Tendler, e a produção dos três dossiês da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva): Agrotóxicos/Segurança Alimentar e Saúde (1); Agrotóxicos, Saúde, Ambiente, e Sustentabilidade (2); Agrotóxicos, Conhecimento Científico e Popular: Construindo a Ecologia de Saberes (3). Nesse período, foram produzidos materiais como os cadernos de formação, o site da Campanha (www.contraosagrotoxicos.org), cartazes, charges, panfletos, músicas e programas de rádio, além de consolidados os comitês estaduais Contra os Agrotóxicos e criada a Frente Parlamentar de Agroecologia, no Congresso Nacional.

Campanha contra Agrotóxicos elogia samba da Vila Isabel e repudia patrocínio da Basf

por Vívian Viríssimo, com fotos de Eduardo Sá

Às vésperas do carnaval, setenta organizações que compõem a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida entregaram, nesta terça-feira (29), uma carta à vice-presidenta da Vila Isabel, Elizabeth Aquino. Com patrocínio exclusivo da empresa alemã Basf, a escola levará para a avenida o samba “A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – água no feijão que chegou mais um” que homenageia a pequena agricultura. O enredo composto por Rosa Magalhães, Alex Varela e Martinho da Vila é elogiado pelas entidades por reconhecer a importância da agricultura camponesa e familiar. No entanto, o patrocínio da Basf, uma das seis maiores empresas que comercializam agrotóxicos no mundo, é alvo de críticas.

Leia a íntegra da carta

“Denunciamos que a Vila Isabel está sendo usada pelo agronegócio brasileiro para promover sua imagem, manchada pelo veneno, pelo trabalho escravo, pelo desmatamento, pela contaminação das águas do país e por tantos outros problemas. O agronegócio, que não pinga uma “gota de suor na enxada”, nem “partilha, nem protege e muito menos abençoa a terra”, quer se apropriar da imagem dos camponeses e da agricultura familiar, retratada no samba enredo de 2013, para continuar lucrando às custas do envenenamento do povo brasileiro”, defendem os signatários.

Agrotóxicos, interesses e anti-jornalismo

Por Elenita Malta Pereira*

A matéria “A verdade sobre os agrotóxicos”, publicada em Veja (edição de 4/1/2012), revisita um tema que é alvo de polêmicas, oposições apaixonadas e amplas discussões no Brasil desde os anos 1970. No entanto, apesar de décadas de controvérsia, já no título, a revista demonstra que pretende revelar a verdade sobre o assunto. A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), em carta-resposta à Veja, considerou o tratamento dado a um tema tão controverso como “parcial e tendencioso”, apontando uma série de equívocos na reportagem.

Em Primavera Silenciosa, o primeiro alerta mundial contra os pesticidas, publicado em 1962, Rachel Carson descreveu diversos casos de pulverizações – especialmente de diclorodifeniltricloroetano (DDT) – nos Estados Unidos, nos anos 1950-60, quando morreram enormes quantidades de pássaros, peixes, animais selvagens e domésticos. As pulverizações para exterminar supostas “pragas” também contaminaram as águas de rios, córregos, dos oceanos, os solos e os humanos.