A agroecologia aparece de distintas maneiras no trabalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Se olharmos para a origem do MST, o primeiro campesinato que vai constituir o movimento vem de uma tradição que chamamos de agricultura tradicional. É um campesinato meeiro, sem terra, agregado, mas que vinha com uma larga experiência de uma agricultura de base ecológica bastante estabelecida. Parte deles, dependendo da situação, já adotava algumas práticas da agricultura industrial, sobretudo o uso de fertilizantes e de sementes certificadas. Essas famílias, na medida que foram se estabelecendo, passaram a reproduzir essa agricultura tradicional, preservando um patrimônio de conhecimento e também um patrimônio genético agrícola crioulo bastante diversificado. Isso ainda é muito forte no Norte, Nordeste e partes do Centro-Oeste do Brasil.
A Associação de Produtores de Soja de Goiás divulgou no final de maio um estudo revelando os custos de produção da soja e milho, e os preços médios de venda. A conclusão não chega a ser novidade: somados os custos com terra, sementes, agrotóxicos, fertilizantes e máquinas, o produtor pagou R$ 3.484,16 por hectare de plantação de soja. Neste mesmo hectare, com toda a tecnologia de ponta, ele foi capaz de produzir entre 58 e 60 sacas de soja. Ocorre que a saca de soja foi comercializada a R$ 58, resultando num faturamento de R$ 3.364,00/ha. Ou seja: prejuízo. Conclusão semelhante foi encontrada a partir da análise feita sobre a produção de milho.
#AgronegócioTóxico
Cada prato de comida existe uma complexa cadeia produtiva que vai desde as pesquisas científicas até a regulação do uso de substâncias químicas na produção agrícola. Tal cadeia envolve a indústria de sementes, de fertilizantes e dos defensivos agrícolas, mais conhecidos no Brasil como agrotóxicos.
A MP prevê que agrotóxicos que de cara causem efeitos crônicos gravíssimos como o câncer, distúrbios hormonais e reprodutivos ou malformações possam ser comercializados no Brasil. A nova redação dada a lei de agrotóxicos prevê que seja proibido o registro de agrotóxicos “que revelem um risco inaceitável de acordo com os resultados atualizados de experiências da comunidade científica para características teratogênicas ou carcinogênicas ou mutagênicas”, mas também para danos ao aparelho reprodutor, retirando ainda a proibição por conta de distúrbios hormonais como previsto na lei de 1989.
ALERTA!
"Em decorrência desse modelo químico-dependente de agrotóxicos, a cadeia produtiva do agronegócio se configura como um processo de insustentabilidade ambiental, pois no seu espaço cria-se um território com muitas e novas situações de vulnerabilidades ocupacionais, sanitárias, ambientais e sociais. Tais vulnerabilidades induzem eventos nocivos que se materializam em trabalho degradante e escravo, acidentes de trabalho, intoxicações humanas, cânceres, más-formações, mutilações, sequelas e ainda contaminação com agrotóxicos e fertilizantes químicos das águas, do ar, da chuva e do solo em todos os espaços ou setores da cadeia produtiva do agronegócio”.
Importante documento que ajuda a compreender o que foi a modernização conservadora no campo brasileiro, mais conhecida como Revolução "Verde", quando foram introduzidos os agrotóxicos e fertilizantes químicos de forma massiva em nosso país. O papel da ditadura militar e dos EUA foi crucial.
"O pesquisador examinou jornais, dossiês, revistas, fotografias, mapas e atas da congregação, além de realização de entrevistas sobre o período da ditadura militar (1964-1985), com o objetivo de relacionar o ensino superior com a agricultura e o projeto político e econômico dos militares. “Vemos o objetivo claro de modernização do campo, embora isso seja ao mesmo tempo arcaico, pois seguia os moldes do capitalismo desenvolvido no Brasil”, observa Molina."
O desenvolvimento da agricultura e da pecuária local, tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes sintéticos e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas) usados em quantidades inadequadas ou indiscriminadamente nas lavouras poluem o solo e as águas dos rios e lagos, onde intoxicam e matam diversos seres vivos desses ecossistemas.
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Como já temos alertado há tempos, do "fabuloso" PIB gerado pelo agronegócio pouco ou quase nada fica por aqui. Os ruralistas, que tanto brigam pelo agronegócio ficam com as migalhas, enquanto Monsanto, Bayer, Bunge, Cargill, Syngenta e demais levam o bolo inteiro.
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