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Brasil consome 14 agrotóxicos proibidos no mundo

Especialista indica que pelo menos 30% de 20 alimentos analisados não poderiam estar na mesa do brasileiro

Os indicadores que apontam o pujante agronegócio como a galinha dos ovos de ouro da economia não incluem um dado relevante para a saúde: o Brasil é maior importador de agrotóxicos do planeta. Consome pelo menos 14 tipos de venenos proibidos no mundo, dos quais quatro, pelos riscos à saúde humana, foram banidos no ano passado, embora pesquisadores suspeitem que ainda estejam em uso na agricultura.

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Casos: Estudante morre após tomar agrotóxico vendido como emagrecedor na internet

Dos agrotóxicos banidos, pelo menos um, o Endosulfan, prejudicial aos sistemas reprodutivo e endócrino, aparece em 44% das 62 amostras de leite materno analisadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) no município de Lucas do Rio Verde, cidade que vive o paradoxo de ícone do agronegócio e campeã nacional das contaminações por agrotóxicos. Lá se despeja anualmente, em média, 136 litros de venenos por habitante.

Um genocídio autorizado

Fernando Carneiro | UNB

Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos. Enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. As maiores concentrações de utilização de agrotóxicos no Brasil coincidem com as regiões de maior presença de monoculturas como a da soja, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE de 2006. O processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos. Qual a relação desse quadro para a saúde da população brasileira?

O Ministério da Saúde estima que, no Brasil, anualmente, existam mais de 400 mil pessoas contaminadas por agrotóxicos, com cerca de quatro mil mortes por ano. O número de casos notificados relacionados à intoxicação por agrotóxicos aumentou durante o período de 2.071 (2007) para 3.466 (2011), um aumento de 67,3%.

Segundo a OMS, na maioria das situações, a identificação de pessoas intoxicadas pelos serviços de saúde é muito precária, estimando-se que para cada caso notificado, outros 50 não o foram. Isso significa que estão provavelmente ocultos outros 300 mil casos de intoxicações, que não são identificados por diversos fatores, que vão desde a falta de acesso aos serviços de saúde pela população do campo, passam pelas dificuldades enfrentadas pelos médicos em identificar esse tipo de intoxicação, pela falta de preenchimento adequado das fichas, até o medo dos profissionais de saúde em assumir tal notificação, haja vista o poder do agronegócio nesses territórios.

Desenvolvimento traz saúde?

por Raquel Maria Rigotto Se a ideia de desenvolvimento é comumente associada a algo positivo e desejável, as diferentes dimensões da crise ambiental – energética, alimentar, climática, entre outras – estão cada vez mais explicitadas e colocam em xeque o…

Agrotóxico: agricultores morrem com suspeita de intoxicação em Campos

do Ururau

Três moradores de Rio Preto estão internados, entre eles, bebê de 11 meses

Cinco moradores de Rio Preto foram internados no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, com suspeita de intoxicação por agrotóxico. Os casos foram registrados entre a tarde de terça-feira (12/11) e manhã desta quarta-feira (13/11). Dois agricultores morreram. Dois homens continuam internados. Equipes da secretaria de Saúde e da Defesa Civil percorreram as casas das vítimas e fizeram uma trabalho de orientação com os moradores do distrito.

Na casa de Eraldo Luiz Gomes Pinto, de 65 anos, a dor da perda é sentida não só pelos familiares, como pelos vizinhos e amigos de casas próximas.  O agricultor deixou esposa e nove filhos. Segundo a filha, Marília Gomes, o pai sempre trabalhou na roça cortando cana para os animais, mas Eraldo chegou a lidar diretamente com agrotóxico na propriedade onde trabalhava.

“No sábado ele começou a se sentir mal, ficou até no soro das 11 horas, até as duas da tarde. Ele sempre reclamava de dores de cabeça e na garganta. Na terça meu pai começou a passal mal novamente, eram três horas da tarde quando ele começou a sentir câimbras, e a febre chegou a 39 graus, na ida para Campos vomitou muito. Ele ficou internado até morrer por volta das 20h30”, contou.

Portaria libera uso de agrotóxico proibido no Brasil

Viviane Tavares - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Em menos de duas semanas, uma lei, um decreto e uma portaria foram aprovados e publicados com o intuito de acelerar o processo de liberação de agrotóxicos não permitidos no país.

O oeste da Bahia foi declarado oficialmente em estado de emergência fitossanitária em relação à lagarta Helicoverpa armigera. O anúncio foi feito no dia 4 de novembro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para combater a lagarta, hoje, dia 7 de novembro, o Mapa publicou a portaria 1109, na qual permite a importação da substância benzoato de emamectina, agrotóxico até agora proibido no Brasil. Matéria publicada recentemente no Valor Econômico, dia 31 de outubro, mostrava que o governo e a iniciativa privada estão em discussão de uma reformulação completa do rito de análise, autorização e uso de agrotóxicos no país. O Valor informa ainda que a Casa Civil entrou nas discussões que envolvem questões como a a pulverização aérea e a importação de defensivos não aprovados no Brasil. Procurada pela EPSJV, a Casa Civil não quis se pronunciar.

Esta liberação só foi permita por conta da lei 12.873/13 , de 24 de outubro deste ano, e do decreto 8133 , de 28 de outubro. Ambos preveem a liberação de agrotóxicos ainda não aprovados no Brasil e o uso dessas substâncias para outra finalidade daquela aprovada anteriormente, em casos de emergência fitossanitária ou zoossanitária, como o caso apontado acima, que aconteceu uma semana depois. Estas iniciativas foram motivos de preocupação de diversas entidades, entre elas, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, AS-PTA - Agricultura Familiar e Agroecologia e Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).

Falta de controle no uso de agrotóxicos pode levar a CPI no Senado

 

Da Redação

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Info | Uso de agrotóxicos no Brasil

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Ana Rita (PT-ES), vai avaliar a possibilidade da criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o uso de agrotóxicos pelo agronegócio. Ana Rita falou ao final da audiência pública sobre o tema nesta quinta-feira (19), ocasião em que se analisou caso grave de contaminação ocorrido em Rio Verde (GO), em maio deste ano.

Num relato que deixou estarrecidos os participantes da audiência, a mãe de um garoto intoxicado e o diretor da escola rural na qual ele estuda contaram que o piloto de um avião agrícola pulverizou veneno perto do estabelecimento de ensino, atingindo 29 crianças e oito adultos na hora do recreio. Os responsáveis foram presos e liberados após pagarem fiança. As vítimas estão sem assistência médica adequada.

Diante dessa narrativa e de outros problemas abordados na audiência, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado estadual Mauro Rubem (PT-GO), propôs a instalação de uma CPI.

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Marilia Coêlho


Anisia dos Santos, mãe de criança intoxicada, pediu ajuda de especialistas

Adultos e crianças que foram contaminados com agrotóxico em maio deste ano, na escola rural São José do Pontal, em Rio Verde (GO), estão sem assistência médica. A denúncia foi feita por Anísia Andrade dos Santos, mãe de um dos alunos intoxicados e por Hugo dos Santos, diretor da unidade escolar, nesta quinta-feira (19), em audiência pública no Senado, realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que também debateu o uso de agrotóxicos na alimentação e a vulnerabilidade das populações rurais.

O diretor da escola também informou que está sofrendo ameaças e foi pressionado por um juiz para que não entrasse com processo contra os responsáveis pelo ocorrido.

Grande consumidor mundial de agrotóxicos, Brasil deve controlar o produto

Por solicitação da senadora Ana Rita, a Comissão de Direitos Humanos discutiu os abusos e irregularidades cometidos na utilização de pesticidas.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, presidida pela senadora Ana Rita (PT-ES), debateu, em audiência pública, realizada nesta quinta-feira (19), o uso de agrotóxicos na alimentação e a vulnerabilidade das populações rurais. De acordo com a senadora, a audiência se justifica, pois o Brasil exerce é um dos grandes consumidores mundial de agrotóxicos. “Esse é um tema extremamente relevante não só pelos impactos causados à saúde dos consumidores de alimentos com alta concentração de substâncias tóxicas, mas também pelos danos causados aos trabalhadores rurais e ao meio ambiente”, afirmou.

Preocupada com o tema, Ana Rita é autora de duas propostas para regular o uso do insumo: o projeto de Lei do Senado (PLS 681/2011) que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos para toda e qualquer finalidade. A matéria se encontra na Comissão de Meio Ambiente (CMA), com relatoria do senador Aníbal Diniz (PT-AC); e o projeto de Lei do Senado (PLS 679/2011), em tramitação da Comissão de Agricultura (CRA), que cria a Política Nacional de Apoio ao Agrotóxico Natural, para estimular a pesquisa e a utilização de insumos não sintéticos e não artificiais com a utilização de produtos do meio ambiente.

Confrontos científicos põem em risco defesa da Saúde Coletiva no caso Rio Verde

 

Realizada em 13 de agosto, a audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília, mostrou mais uma vez como os interesses privados se valem da ciência quando lhes interessa e como tal associação pode ser danosa à Saúde Coletiva.

O objetivo da reunião foi debater a intoxicação de profissionais e estudantes da Escola Municipal São José do Pontal, localizada na zona rural do município de Rio Verde, no sudoeste goiano, com a pulverização de agrotóxicos através de aeronave agrícola da empresa Aerotex. O acidente, ocorrido no início de maio, desencadeou uma série de ações, tanto em defesa das coletividades atingidas e do meio ambiente como tentativas de isenções por parte do agronegócio.

Na figura do procurador da República Wilson Assis Rocha, o Ministério Público convidou a Abrasco para compor a visita técnica de avaliação das condições sanitárias e ambientais do local.  Em paralelo, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida e o grupo inter-GTs de Diálogos e Convergências para Agrotóxicos da Abrasco instigou o Gwata - Núcleo de agroecologia e educação do campo, ligado à Universidade do Estado do Goiás (UEG), a conferir in loco a real situação. O resultado pode ser conferido no documentário PONTAL DO BURITI - brincando na chuva de veneno. 

Suspensa comercialização de três produtos agrotóxicos no RS

Decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, suspende a comercialização, no Rio Grande do Sul, de três produtos agrotóxicos, baseados nas substâncias paraquat e trifenil hidróxido de estanho, que tiveram cadastro negado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental do estado (Fepam). A decisão, tomada nos autos da Suspensão de Liminar (SL) 683, vale até o julgamento de mérito de um mandado de segurança (MS) impetrado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) para discutir a questão.

A empresa que teve o pedido de cadastramento negado impetrou mandado de segurança no TJ-RS para questionar a decisão da Fepam, que indeferiu seu pleito. A fundação se baseou em normas estaduais – entre elas a Lei 7.747/1982 (RS) – segundo as quais a licença estaria condicionada à comprovação de que o uso dos produtos é autorizado nos seus países de origem. Para a empresa, essas normas seriam inconstitucionais, por invadirem matéria de competência privativa da União para legislar sobre comércio exterior e interestadual, conforme prevê o artigo 22, inciso VIII, da Constituição Federal. Alegou, também, que a decisão da Fepam feriu os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Papo com feirante – O veneno nosso de cada dia, continua na mesa…

por João Siqueira da Mata

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Jales é uma cidade do noroeste paulista. 

Sábado dia de feira dos produtores. Normalmente as 3h30min da madrugada já estão montando as barracas.

Gosto de comprar na feira,  é uma oportunidade de conversar com os produtores que sempre tem uma lição de vida a dar e e além do mais, é uma forma de saber quando foi feito a última aplicação de agrotóxicos, quando compramos no supermercado não temos a garantia  por parte de ninguém que o período de carência foi observado. 

Recentemente, um colega comprou tomate em um supermercado da cidade e ao chegar em casa, sentiu um cheiro  forte de veneno e mesmo lavando o cheiro não saia e acabou jogando os tomates no lixo.

Agrotóxico na merenda: protestos eclodem na Índia após morte de 22 crianças por merenda contaminada

Dezenas de alunos de escola em vilarejo estão recebendo tratamento; segundo médicos, corpos exalam cheiro de pesticida.

do G1

Protestos violentos eclodiram no Estado de Bihar, na Índia, após a morte de pelo menos 22 crianças por causa de merenda escolar contaminada.

Multidões armadas com paus atacaram veículos policiais na cidade de Chapra, para onde foram levadas várias crianças que adoeceram depois de comer a refeição em uma escola no vilarejo de Masrakh.

Dezenas de crianças, todas com menos de 12 anos, estão sendo tratadas em hospitais da cidade de Chhapra e na capital do Estado, Patna. Muitas delas estão em estado grave.

Segundo o ministro da Educação do Estado, P.K. Shahi, médicos disseram que os corpos exalavam cheiro de organofosforados, usados em pesticidas.

Autoridades estão investigando o caso. As famílias das vítimas receberam ofertas de indenização de (US$ 3.370) cada.

Intoxicação por agrotóxicos leva mais de cem trabalhadores rurais para o hospital em Patrocínio

Dois deles estão internados em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo.

Mais de cem trabalhadores rurais de uma lavoura de cebolas procuraram atendimento médico durante a manhã desta sexta-feira (14) no Pronto Socorro Municipal da cidade de Patrocínio e em outros dois hospitais. Os pacientes apresentavam sintomas de intoxicação por defensivo agrícola e dois deles foram internados em estado grave em uma Unidade de Tratamento Intensivo. Profissionais do Pronto Socorro, pacientes e familiares destes precisaram usar máscaras para evitar a contaminação e as roupas usadas pelos trabalhadores serão queimadas.
 
De acordo com informações do Sgt. Borges, da Polícia Militar de Patrocínio, a lavoura de cebolas fica na Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande, a cerca de 12 quilômetros da cidade e o defensivo agrícola que é comumente usado no combate a formigas estava sendo aplicado ao solo para uma desinfecção. Cerca de 150 trabalhadores foram levados para a fazenda em três ônibus e se dirigiram para a lavoura de cebolas que fica a cerca de 400 metros do local onde o defensivo era aplicado. Não houve contato direto dos trabalhadores com o produto, eles foram intoxicados após inalarem o ar contaminado. Vários deles começaram a passar mal e dezoito pessoas chegaram a desmaiar. Os ônibus que os levaram para a fazenda encaminharam todos ao Pronto Socorro Municipal onde 107 receberam atendimento.