Cercado por soja, cana e outros monocultivos, a pulverização de agrotóxicos tem contaminado as plantações e a água de poços e do Rio dos Bugres, que abastece a comunidade com mais de 300 famílias. “Trabalhamos muito para produzir orgânico, aí por causa da soja e da cana, que não alimenta ninguém, contaminam tudo”, desabafou Neri.
Por Maiara Rauber e Carolina Colorio, Brasil de Fato RS – Publicado em 26 de Janeiro de 2023 às 17:20 Nos dias 23 e 24 de janeiro, as famílias Sem Terra participaram do Fórum Social Mundial de Porto Alegre e…
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou para a história do país como o que liberou, em média, mais de um agrotóxico por dia, considerando os três primeiros anos de mandato à frente do Palácio do Planalto. A gestão do ex-capitão do Exército autorizou, até o início de 2022, uma média de 1,4 por dia, muitos deles altamente perigosos à saúde e ao meio ambiente e, por isso, proibidos em muitos países.
Em depoimentos, autuados bolsonaristas que promoveram terrorismo contra as sedes dos três poderes em Brasília admitiram terem sido financiados por "gente do agro".
A situação aconteceu em março de 2021. Além da contaminação direta pela poeira, as famílias estavam expostas à pulverizações constantes de agrotóxicos nas lavouras de soja muito próximas às moradias.
Cerca de 150 crianças e funcionários foram intoxicados por agrotóxicos aplicados na plantação de soja de Carlos Henrique Moreira Alves, a menos de 20 metros da Escola Municipal de Educação Básica Silvana. O caso ocorreu no dia 2 de dezembro na zona rural de Sinop, Mato Grosso. Conhecido como “o berço da soja”, Sinop é um dos municípios mais ricos do agronegócio no Brasil.
Com duras críticas de organizações científicas e da sociedade civil, na tarde desta segunda-feira (19) a Comissão de Reforma Agrária e Agricultura do Senado aprovou parecer favorável ao Pacote do Veneno (PL1459/2022). O texto flexibiliza a liberação e o uso de agrotóxicos no país, além de conduzir a Anvisa e o Ibama a um papel secundário nos registros, fiscalização e análise das substâncias.
Entra ano sai ano, governos entram e saem ,crises abalam a economia, mas uma coisa nunca muda: a indústria de agrotóxicos sempre aumenta seus ganhos no Brasil. Este é um dos destaques do relatório anual apresentado pela Abiquim, associação que reúne as empresas do ramo químico no Brasil.
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), 14.549 pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos no Brasil. Levantamento inédito feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022 do sistema de notificações do Ministério da Saúde, mostra que essas intoxicações levaram a 439 mortes — o que equivale a um óbito a cada três dias. Nesse período, o Brasil bateu o recorde de aprovações de pesticidas, com mais de 1.800 novos registros, metade deles já proibidos na Europa.
A Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, por meio do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia (Nudam), ajuizou uma ação civil pública para que a empresa Suzano indenize, por danos morais, a comunidade quilombola do Morro da Onça, em Conceição da Barra. Os moradores tiveram a saúde e plantações prejudicadas quando drones da empresa jogaram agrotóxicos na região. Para Instituição, o uso dos produtos químicos precisa ser limitado para não causar ainda mais prejuízos.
Numa carta enviada ao Senado brasileiro, parlamentares alemães pediram que o Congresso Nacional não aprove o Projeto de Lei 1459/2022, conhecido como "Pacote do Veneno". Ele facilita a aprovação de novos pesticidas e altera diversos pontos sobre os agrotóxicos.
Assinada por 21 parlamentares alemães, a carta foi enviada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e para o presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador Acir Gurgacz (PDT).
Por Allan Pereira I MidiaJur – Publicado em 6 de dezembro de 2022. Alunos e servidores da Escola Municipal de Educação Básica Silvana, na zona rural de Sinop (a 500 km de Cuiabá), foram expostos a produtos agrotóxicos e dispensados do dia…