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Palestra da Campanha Permanente Contra os …

Palestra da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, apresentada no I Congresso de Agrofloresta do Futuro - Junho de 2016. O conteúdo aborda os princípios sobre a questão agrária brasileira o motivo pelo qual nos tornamos os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Em seguida, falamos sobre os efeitos sobre a saúde, o meio ambiente e a soberania alimentar, incluindo o papel dos transgênicos como vetores para o uso de agrotóxicos. Além da denúncia, falamos também sobre nosso projeto de agroecologia que está intimamente ligado à Reforma Agrária Popular. Finalmente, colocamos os principais desafios da luta contra os agrotóxicos no contexto atual de crise política e rompimento da ordem democrática.

Agrotóxicos, terra e dinheiro: a discussão que vem antes da prateleira




Por Aline Naoe
Da Página da USP


O Brasil ocupa o primeiro lugar na lista de países que mais consomem agrotóxicos. O uso massivo desses produtos é explicado por uma economia que exporta commodities em grande escala, em especial a soja, e um modelo de agronegócio baseado em grandes extensões de terra produzindo poucas culturas.


Nos últimos cinco anos, a geógrafa Larissa Mies Bombardi tem se dedicado a estudar o impacto do uso dos agrotóxicos no país, em especial a partir do mapeamento dos casos de intoxicação – segundo a professora, de 2007 a 2014 foram notificados 1186 casos de morte por intoxicação com agrotóxicos.


Coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Larissa comenta o Projeto de Lei em tramitação na Câmara que concentra no Ministério da Agricultura o controle do registro dos agrotóxicos, responsabilidade que hoje é compartilhada com órgãos dos Ministério da Saúde e do Meio Ambiente. A pesquisadora fala também sobre como os recentes casos de microcefalia associados ao vírus zika podem acabar contribuindo para a aprovação de medidas que autorizam a pulverização de áreas urbanas com agrotóxicos para o combate ao mosquito.

Atenção povo

Atenção povo: é pela aprovação da Lei da Agroecologia na Bahia. Por um São João sem milho transgênico! Queremos que a Assembleia Legislativa da Bahia aprove o Projeto de Lei 21.916/2016, que cria a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (PEAPO). Esse projeto é importante para efetivar ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica, orientando o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das populações das cidades e do campo, por meio da oferta e consumo de alimentos saudáveis, com preços justos e acessíveis a todos, e do uso sustentável dos recursos naturais.

Agrotóxicos: 70% dos alimentos in natura consumidos no Brasil estão contaminados

  

Audiência pública aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul


Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Fotos: Leandro Molina


Cerca de 70% dos alimentos in natura consumidos por brasileiros estão contaminados por agrotóxicos, sendo que 1/3 desses produtos, comprovadamente nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, têm seu uso proibido no país. Estas informações foram apresentadas pelo Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, em audiência pública na última semana no Rio Grande do Sul, um dos estados que lidera o ranking do consumo desse tipo de substância no Brasil – são em média 8,3 litros ao ano por habitante, superando a média nacional, que está em 7,5 litros. O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre ativistas ambientais, agricultores e acadêmicos, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.


A palestra da audiência ficou por conta de Karen Friederich, doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Karen reforçou que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e que nos últimos anos ocorreu um aumento expressivo do uso desses produtos nas lavouras brasileiras, principalmente do Glifosato, muito em função da liberação das sementes transgênicas.

“Com a transgenia o Brasil vem se tornando, a cada …

"Com a transgenia o Brasil vem se tornando, a cada ano, mais e mais dependente da exportação de grãos não diferenciados (commodities), que pouco agregam em termos de efeitos multiplicativos para a economia, e ainda deixam enormes estragos ambientais. E nossa economia ainda sangra pelo pagamento de direitos de patente, pelo uso das únicas sementes a que nossos agricultores tem acesso e também pela importação dos agrotóxicos associados. A quem interessa isso?"

Agroecologia e Transgênicos – Mitos e tarefas

 

 


Por Leonardo Melgarejo*
Da Carta Maior 


A agroecologia – uma introdução ao tema


Entre os anos 1980 e 2010 a temperatura do planeta subiu quatro graus (IPEA, Os desafios do desenvolvimento 2013. Ano 10, n.77, p70). Com isso a vida que conhecemos resulta ameaçada, e se aceleram os debates sobre a necessidade de reformulação no modelo de desenvolvimento dominante. Uma das certezas, neste tempo de crises, é que são necessárias relações menos deletérias, entre as atividades humanas e a capacidade suporte dos ecossistemas. Afirma-se: a humanidade precisa acordar, antes que seja tarde.¹


Reside aí o principal argumento para maiores apoios ao desenvolvimento da agroecologia. Ela mostra que em defesa da vida precisamos superar a idéia tola de que homem está acima da natureza. Ela lembra que os processos de exploração da natureza devem aprender com as leis naturais, ou não terão futuro.


Na natureza não existem espécies campeãs. Portanto, as monoculturas extensivas são antinaturais. É por isso que elas exigem uma luta permanente, contra a natureza. E se nesta luta usamos armas químicas, que envenenam o solo, a água e o ar, se faz evidente que os interesses associados a colheita das safras do presente comprometem o solo, o ar, a água e também as safras do futuro.

É preciso rever a produção de alimentos, diz …

É preciso rever a produção de alimentos, diz criador do Slow Food http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/06/1779266-e-preciso-rever-a-producao-de-alimentos-diz-criador-do-slow-food.shtml?cmpid=newsfolha ps: Engraçado que a matéria fala um monte do MDA, mas a Falha "esquece" de dizer que seu presidente, primeiramente Fora Temer, extinguiu o ministério. Se hoje Carlo Petrini, 66, o italiano fundador Slow Food, pudesse eleger seu maior desafio, ele diria que é tornar os consumidores responsáveis por suas escolhas alimentares —e mostrar-lhes o quão política são essas decisões. O movimento, que se apõe à padronização dos gostos e à perda da cultura gastronômica, imposta pelo modelo norte-americano, avançou para mais de 160 países ao longo de quase 30 anos. Hoje, o Slow Food vê na América Latina um "terreno particularmente fértil", que conjuga biodiversidade, cultura alimentar antiga e ambiente propício para movimentos sociais. No Brasil, onde fincou-se desde 2000 e envolve uma rede de 50 mil ativistas, o Slow Food acaba firmar sua primeira articulação política nacional. Em abril, passou a vigorar uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que prevê desenvolver a agricultura familiar nas cinco regiões brasileiras, junto a universidades federais, e reforçar a acessibilidade a um alimento bom ("saudável e prazeroso"), limpo ("produzido com um baixo impacto ambiental e respeitando o bem-estar animal") e justo (que respeite "o trabalho de quem produz, processa e distribui os alimentos"). Trata-se de um dos programas "mais inclusivos, impactantes e geradores de valor para o campo e para as famílias ligadas diretamente à produção alimentar", diz Petrini. Leia entrevista. Folha - O sr. diz que "a política mais importante passa pela comida". Como se faz política por meio da comida? Carlo Petrini - As escolhas dos alimentos são fundamentais para determinar a agricultura, as culturas e a política. Se uma pessoa escolhe comer carne todos os dias e comprá-la em um supermercado, vai apoiar a pecuária industrial com tudo o que tal implica (sem bem-estar animal, transgênicos, exploração de trabalhadores nas fábricas, aumento das emissões de gases de efeito estufa, desertificação da Amazônia). O que é a "crise do sistema alimentar mundial"? O modelo agroalimentar industrial moderno tem tido impacto devastador sobre o ambiente e uma perda global da diversidade, tanto biológica e cultural. A produção agrícola tem adotado o modelo de produção das indústrias, cujas principais características, como uso crescente de produtos fertilizantes e pesticidas e avanço das monoculturas, causaram consequências graves para o ambiente e ameaçam a viabilidade econômica dos pequenos produtores. E como sair da crise? É preciso pensar, com urgência, em novas formas de agricultura. Usar métodos sustentáveis capazes de compartilhar o conhecimento que ainda não tenha sido excluído da agroindústria; retornar às áreas produtivas onde a agricultura foi abandonada porque não era mais barato de acordo com critérios industriais; preservar, reforçar e disseminar as práticas tradicionais; restaurar a dignidade e as oportunidades para aqueles que foram marginalizados pela globalização. O que significa quando o sr. diz que "a humanidade não reconhece o valor da alimentação"? Em um sistema alimentar cada vez mais dominado pela lógica do mercado, estabeleceu-se a crença de que os alimentos devem estar disponíveis a baixo custo, independentemente do seu valor intrínseco. Esse modelo provocou o boom da indústria agroalimentar e quebrou o vínculo entre os que produzem a comida e quem o consome. Há um equívoco que a alimentação saudável é cara e que, em tempos de crise, a única solução é o fast food ou produtos processados. Tomo emprestada uma pergunta que Michael Pollan se faz: "O que aconteceria se fôssemos pensar na comida menos como um objeto e mais como uma relação?" Infelizmente, na era do consumismo, pessoas menos conscientes não perguntam de onde vêm os alimentos que compram. Devemos amar a terra a 360 graus: o que comemos tem um impacto sobre o futuro do planeta, e nossas escolhas diárias (reciclagem, apoio de campanhas ambientalistas) vão afetar o que comemos. E como mudar a relação do consumidor com a comida? A melhor maneira é comparar os alimentos produzidos por métodos industriais intensivos e os por métodos tradicionais: em primeiro lugar você vai notar a diferença do gosto, raramente aqueles que provaram um tomate "real" comprado de um produtor voltarão a comprar tomates que são encontrados no supermercado. Descobrir os verdadeiros sabores, falar diretamente com os produtores e ir visitá-los são maneiras de mudar hábitos. Como influenciar o consumidor para que ele passe a aceitar produtos que não seguem os critérios estéticos vigentes? Hoje estamos acostumados a comprar o que é "bonito". Uma vez em casa, no entanto, percebemos que aqueles tomates tão perfeitos não têm gosto. Tudo que cresce naturalmente da terra tem defeitos, falhas, tamanho e cores como deveriam ser. A natureza dá a cada produto individual características especiais e únicas, em oposição ao que é criado em laboratórios ou em uma estufa com hormônios de crescimento. No Eataly SP [parceiro do Slow Food], as frutas seguem, em absoluto, o padrão estético moderno. Parece-me um contra-senso com o que divulga o movimento Devemos distinguir duas realidades: Eataly é uma cadeia de lojas ao redor do mundo que promove produtos genuinamente italianos, enquanto o Slow Food é uma organização que promove produtos locais de cada país. No final do ano passado, ficaram públicos relatos de inadimplência no Eataly. Como o Slow Food se posiciona? O Slow Food trabalha com Eataly exclusivamente na Itália no que respeita à escolha dos fabricantes e produtos para promover. Fora da Itália são duas realidades diferentes e com objetivos distintos. A produção local de pequenos agricultores pode se relacionar com a ânsia capitalista? Pequenos produtores precisam participar de mercados locais e criar acordos com os mercados maiores, se necessário, para que o público possa comprar. Não há nada de errado se um fabricante decidir comercializar seu produto nas maiores redes de varejo, desde que o produto não seja descaracterizado e os métodos de produção não sejam alterados diante de um forte aumento da procura. É o agricultor e o pecuarista que devem encontrar equilíbrio entre subsistência e manutenção de tradições. A indústria alimentar vai contra a comida "boa, limpa e justa"? Não é possível aplicar métodos de produção industrial na agrícola, a natureza deve ser interpretada e não vale um modelo universal. Precisamos entender o que "industrial" significa: é um discurso quantitativo. Não é para demonizar o modo de produção que pode ser definido como industrial, desde que não afete negativamente o ambiente e aqueles que produzem a matéria-prima (pagando direito), que não crie situações de transporte excessivos, que mantenha com nível de qualidade e tenha padrões de qualidade. Não há vantagem alguma na industrialização desse setor? Geralmente, falamos de "industrial" com uma visão negativa, porque fala-se de situações que, para garantir quantidade, prejudica-se o ambiente e a qualidade do que se produz. Se a indústria seguir nesta direção, com a necessidade de vender e ganhar mais, em algum momento, ela chegará a um limite em relação ao ambiente. Por que a América Latina está nas prioridades do Slow Food? A América Latina constitui o berço da biodiversidade e possui uma cultura alimentar com raízes profundas. Por outro lado, o ativismo da sociedade civil e dos movimentos sociais faz da América Latina um continente em contínua efervescência onde o movimento Slow Food encontra um terreno particularmente fértil. O que é o acordo firmado entre o Slow Food e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, no Brasil? O acordo traz, por um lado, a filosofia e a força da mensagem da acessibilidade a um alimento bom, limpo e justo para toda a sociedade, tendo a agricultura familiar como a força motriz desse movimento, e, por outro, um dos programas mais inclusivos, impactantes e geradores de valor para o campo e para as famílias ligadas diretamente à produção alimentar. O que representa, na prática? Ele permite o desenvolvimento de uma grande iniciativa conjunta, entre as universidades federais, lideradas pela UFSC, o movimento Slow Food e o MDA. Tal iniciativa permitirá a ampliação e qualificação da participação da agricultura familiar brasileira no movimento. O Slow Food fala muito em recuperar as tradições dos campos, em revalorizar as técnicas antigas e, ao mesmo tempo, em uma "nova agricultura". O novo é voltar ao velho, será? Primeiro vamos esclarecer o fato de que as técnicas tradicionais e a "nova agricultura" muito frequentemente se encontram no mesmo nível, e não separados. A recuperação da tradição não deve ser percebida como técnicas antigas ou medievais. Ela também pode fazer uso de tecnologia moderna para ajudar na preservação. Podemos mencionar ciências modernas, como agroecologia, que hoje estudam o sistema e analisam o que os agricultores fizeram há muito tempo. E no restaurante? O sr. diz que não se pode restringir a gastronomia à figura do cozinheiro. Como deve ser um bom cozinheiro do futuro? Em um momento histórico em que o cozinheiro se tornou uma estrela, é importante que eles estejam na vanguarda da promoção do trabalho dos camponeses que são excluídos do boom gastronômico. Os cozinheiros devem afirmar enfaticamente que, sem essas pessoas, não pode haver alta cozinha. Só com uma aliança forte e sólida entre cozinheiros e produtores podemos dar um futuro à nossa alimentação. O autor argentino de "El Hambre", Martín Caparrós, diz que "a fome tem muitas causas" e que "a falta de comida não é uma delas". Não há dúvida de que em certas áreas do mundo os trágicos acontecimentos como guerras ou desastres naturais podem levar a uma falta de alimentos, mas estas situações são a minoria. O que é certo, como também atestam os documentos oficiais da FAO, é que a causa da fome é a pobreza, e não a falta de alimentos. Na maioria dos casos, as pessoas estão morrendo de fome porque não podem comprar comida. É um problema de acesso. Mata-se a fome do mundo com as pequenas produções? Certamente a pequena produção local pode ajudar muito o problema da fome. É por isso que Slow Food desenvolveu o projeto de "10.000 Hortas na África" e conseguiu criar até agora cerca de 2.093 hortas com escolas, vilarejos e periferias de cidades em mais de 35 países africanos. Uma horta tem várias funções: defende as sementes e a biodiversidade; com o plantio, envolve pessoas de todas as idades para valorizar os produtos locais e trabalhar em busca da suficiência e da soberania alimentar. RAIO-X Carlo petrini, 66 Origem Nasceu em 1949, em Bra, na Itália Formação Sociólogo e jornalista Atuação Fundou o movimento internacional Slow Food e a Universidade de Ciências Gastronômicas; em 2006, foi homenageado com o grau honorário em Letras Humanas, pela Universidade de New Hampshire (EUA)

De interesse de representantes do agronegócio, a …

De interesse de representantes do agronegócio, a proposta é criticada por pesquisadores e movimentos que pedem o banimento do uso desses produtos. O projeto dispõe sobre a regulamentação do uso de defensivos e demais produtos de controle ambiental. Na opinião do pesquisador Marcelo Firpo Porto, da Associação Nacional da Agroecologia, a medida representaria um retrocesso, tendo em vista a tendência mundial de abandono do uso desses produtos. "Há um movimento crescente de redução e o caminho aponta para o banimento do uso dessas substâncias. Como pode o Brasil caminhar na direção contrária"?, questiona.

Paulo Kageyama: toda uma vida de luta!

Paulo KageyamaRecebemos hoje a triste notícia do falecimento de Paulo Kageyama. Professor titular da ESALQ/USP, nunca se limitou à universidade: atuou em defesa da agricultura familiar, inclusive dentro do governo, contribuiu no desenvolvimento da agroecologia junto aos movimentos sociais, especialmente o MST, e nos últimos anos se dedicou fortemente ao tema dos transgênicos. Foi membro da CTNBio, onde lutou com todas as forças contra a aprovação do eucalipto transgênico e do mosquito transgênico.

Perdemos um companheiro de luta, ganhamos uma inspiração e um motivo a mais para continuar nossa batalha.

Em sua memória, deixamos a homenagem feita por Leonardo Melgarejo:
           
Pensem numa pessoa gentil, respeitosa, com disposição e humildade para ouvir a todos, demonstrando que sempre haverá o que apreender, na escuta atenciosa do que cada um tem a dizer. Pensem em um PROFESSOR disposto a enfrentar escolas, insistindo, sempre, que os mestres devem aprender com os alunos. Que devemos desconfiar das tecnologias e estudar não para divulgá-las ou ganhar com elas, mas para filtrar seus efeitos a partir das respostas da natureza e da interpretação trazida pelos que com elas interagem, em sua vivência  cotidiana. Nosso líder na luta contra os transgênicos, Paulo Kageyama.

Cuidado, veneno! Três catástrofes em termos de saúde pública se aproximam de nós

Por Larissa Mies Bombardi C. P. C. A. P. V. e Coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária USP

Vivemos um momento muito peculiar de nossa trajetória histórico-política.

De alguma forma, esta peculiaridade pode ser traduzida por três propostas políticas em voga que têm como pano de fundo o fortalecimento e consolidação do “agronegócio” e da indústria química em contraposição a um projeto maior, que visaria o bem comum: a saúde da população e do ambiente.

Eduardo Galeano, no prefácio à edição brasileira de 2010 de “As Veias Abertas da América Latina”, trouxe uma reflexão sobre a inserção dos países latino-americanos na economia mundial que define exatamente os perigos aos quais estamos sujeitos neste momento histórico:

"A independência se restringe ao hino e à bandeira, se não se fundamenta na soberania alimentar. Tão só a diversidade produtiva pode nos defender dos mortíferos golpes da cotação internacional, que oferece pão para hoje e fome para amanhã. A autodeterminação começa pela boca." (Galeano, 2010, p. 5)

A autoderminação começa pela boca!!

Nada a comemorar. …

Nada a comemorar. No Dia Mundial da Saúde, aniversário da Campanha Contra os Agrotóxicos, 2 Sem Terra foram assassinados no Paraná, um na Paraíba, e Cacique Babau foi preso na Bahia. Em comum, os 4 lutam por um pedaço de chão para produzir alimentos saudáveis. A nossa luta contra os agrotóxicos e pela vida só pode ser iniciada com terra para o povo plantar. Enquanto o Estado não parar não para criminalizar nossas lutas, não vai ter agroecologia nem alimentos saudáveis para a população. Por nossos mortos, nem um minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta!

Campanha completa 5 anos de luta permanente contra os agrotóxicos e pela vida

Por Iris Pacheco - Foto: Renato Consentino
Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Neste dia 07 de abril de 2016, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida completa 05 anos de luta e resistência contra uma das principais expressões do modelo agrário capitalista no país, o agronegócio.

O objetivo da campanha é denunciar o modelo que domina a agricultura brasileira por meio de sua principal contradição: os agrotóxicos. Assim, resultado de muitas iniciativas e articulações entre diversas organizações que desde 2010 vinham construindo uma rede em torno dessa perspectiva de luta unitária, a Campanha foi lançada em 2011 denunciando os impactos severos que os venenos causam na saúde humana e no meio ambiente.

Ao mesmo tempo em que a Campanha busca explicitar as contradições e malefícios gerados pelo agronegócio, ela também vem trazer um anúncio. Por isso traz em seu nome a Vida, colocando a agroecologia como paradigma necessário para construção de outro modelo de agricultura.

Bom dia, e boa semana para todas e todos, e …

Bom dia, e boa semana para todas e todos, e sobretudo para quem ainda tem dúvidas sobre a importância da luta feminista na construção da agroecologia. Com ajuda da companheira Mariana Rocha, indicamos alguns materiais para quem quer entender melhor o assunto! AGROECOLOGIA, TRABALHO E MULHERES: Um olhar a partir da Economia Feminista: http://www.ufpb.br/evento/lti/ocs/index.php/18redor/18redor/paper/viewFile/1955/877 Documentário “As Sementes” destaca a participação das mulheres na Agroecologia: http://soscorpo.org/documentario-as-sementes-ressalta-a-participacao-das-mulheres-na-agroecologia/ Documentário: https://www.youtube.com/watch?v=PFjvcX2S_wo Documentário "Outras Marias": https://www.youtube.com/watch?v=3WHzQDIaY44