Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida Fotos: Iris Pacheco De 24 a 26 de outubro, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), recebe o Seminário Diálogos Internacionais sobre a luta contra os agrotóxicos. Organizado pela…
Têm as outras duas primeiras teses como perspectivas antagônicas as quais considera ameaça ao campesinato na medida que avança com o projeto de transformação do campesinato em agronegócio sob a chefia da Kátia Abreu que defende escancaradamente o Uso de Agrotóxicos para a alimentação dos pobres. Esta perspectiva para o campo ganha força na medida em que esta mesma pessoa assume o cargo de Ministra de Estado da Agricultura e Abastecimento, negando os valores e a capacidade socioeconômica, cultural e ecológica que cumpre o campesinato. Abaixo alguns elementos dos dois projetos em disputa:
A máquina do agronegócio funciona vinte e quatro horas por dia, todos os dias perpetrando e implementando planos de assassinatos de indígenas, camponeses, ambientalistas, daqueles que estão no seu caminho e colocam algum tipo de dificuldades para seus intentos sem limites de exploração fundiária.
Desde 2015, temos visto níveis sem precedentes de fusões pelas poucas corporações do agronegócio na forma de fusões e aquisições como Monsanto-Bayer, Dow-DuPont, Syngenta-ChemChina, Agrium Inc. e Potash Corp. Com estas consolidações, apenas quatro empresas controlam mais dois terços da produção mundial de insumos agrícolas, dando-lhes a capacidade de manter como refém a agricultura mundial para os seus lucros. A fome e a pobreza vão piorar na medida em que estas empresas que ganham enormes lucros por meio de segregação, a diversidade de alimentos será reduzida e a impunidade reforçada, bem como seu controle sobre as políticas agrícolas e dos Estados Soberanos.
O agronegócio surge no cenário global cumprindo o papel que a poderosa geopolítica dos grandes estabelece para cada país do mundo. E embora o setor apareça como sustentáculo da economia nacional, na verdade, o nosso papel – de fornecedores de produtos primários e commodities – enfraquece a posição do Brasil em relação às nações industrializadas e lhe retira da urgente tarefa de produzir para o mercado interno, garantindo o direito ao alimento, no campo e na cidade. A monocultura também implica na perda do direito ao trabalho, seja pela expropriação dos pequenos proprietários, seja pela baixa geração de postos de trabalho. A promessa do emprego farto vem sendo desmascarada por pesquisadores Brasil afora.
A onda de fusões bilionárias no agronegócio está mascarando uma transformação na agricultura. O domínio dos produtos agrícolas geneticamente modificados está ameaçado.
Desde sua introdução nas lavouras americanas, 20 anos atrás, as sementes transgênicas ficaram parecidas com celulares: multifuncionais e onipresentes.
Se fosse possível extinguir totalmente espécies que uma empresa ou instituição considere daninhas, seria justificado fazê-lo? Quem decide? Como isso afeta as cadeias alimentares e os ecossistemas?
Inquietante artigo de Silvia Ribeiro, do ETC Group.
UFABC abre concurso na área de Economia Política do Sistema Internacional Agroalimentar. O conteúdo programático inclui Agronegócio, empresas multinacionais e o mercado internacional de commodities, e soberania alimentar, segurança alimentar e nutricional, e agroecologia, entre outros temas que discutimos sempre aqui.
O agricultor Atílio Marques da Rosa, 76, andava de moto quando sentiu uma forte tontura e caiu na frente de casa em Braga, uma cidadezinha de menos de 4.000 habitantes no interior do Rio Grande do Sul. "A tontura reapareceu depois, e os exames mostraram o câncer", conta o filho Osmar Marques da Rosa, 55, que também é agricultor.
Seu Atílio foi diagnosticado há um ano com um tumor na cabeça, localizado entre o cérebro e os olhos. Por causa da doença, já não trabalha em sua pequena propriedade, na qual produzia milho e mandioca. Para ele, o câncer tem origem: o contato com agrotóxicos, produtos químicos usados para matar insetos ou plantas dos quais o Brasil é líder mundial em consumo desde 2009.
"Meu pai acusa muito esse negócio de veneno. Ele nunca usou, mas as fazendas vizinhas sempre pulverizavam a soja com avião e tudo", diz Osmar.
Só esqueceram de dizer que é justamente por causa dos transgênicos, que obrigam o uso de muito agrotóxico, que o Brasil se transformou no maior consumidor de agrotóxicos do mundo, responsável por 20% do consumo no planeta.
Também não mencionam a completa perda da soberania. Se amanhã a Monsanto não quiser mais vender sementes para o Brasil... o agronegócio "brasileiro" está nas mão do império.
Em setembro deste ano, a Assembleia Malvinas Luta pela Vida completa três anos de resistência / Reprodução
Durante a primeira semana de agosto, o site corporativo "Profesional" publicou a notícia de que a Monsanto começou a desmontar sua planta de “acondicionamento” de sementes de milho transgênico, destinado a produção de biocombustíveis e alimentos, que estava sendo construída desde 2012.
O fato é uma vitória de três anos de mobilização dos moradores e moradoras da cidade Malvinas Argentinas, na província de Córdoba, que se manifestaram contrários ao empreendimento e bloquearam o acesso às obras logo que começaram. Eles estão organizados desde setembro de 2013 na Assembleia Malvinas Luta pela Vida, que irá completar três anos no mês que vem.