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“Agrotóxicos violam direito humano à alimentação adequada”

Alan Tygel
Alan TygelDe acordo com Alan Tygel, membro da Coordenação Nacional da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o agronegócio atua como propulsor no uso de agrogóxicos no país.

Há três anos, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dois terços dos alimentos consumidos, diariamente, pelos brasileiros estão contaminados pelos agrotóxicos, que contribuem para a insegurança alimentar da população e causam danos à saúde e ao meio ambiente.

“A pulverização aérea é o método de aplicação mais perverso que existe”, afirma deputado

A pulverização aérea de agrotóxicos causa polêmica: ao passo que os grandes latifundiários defendem essa forma de aplicação, movimentos sociais e organizações ambientais apontam para os riscos graves que ela causa nas pessoas e no meio ambiente. Em julho deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou decisão no Diário Oficial restringindo a aplicação de mais de 50 agrotóxicos que continham os componentes midacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam. 

Campanha contra os agrotóxicos e pela vida saiu fortalecida de seminário em Brasília

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DSCF3006Comunicadores, advogados, cientistas sociais e da saúde, militantes populares, representantes de entidades e organizações sociais e apoiadores da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida se reuniram em 28 e 29 de setembro no Centro de Estudo Sindical Rural (CESIR) da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) em Brasília, para melhorar a organização das tarefas, a articulação dos grupos de trabalho jurídico e da comunicação e definir estratégias de fortalecimento da luta contra os venenos usados pelo agronegócio nos diferentes estados e territórios de vida e dos povos da terra no Brasil.

Seminário debate estratégias de ação integradas e permanentes

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1555770552Durante toda esta sexta (28), representantes de diversos movimentos sociais, entidades da sociedade civil, militantes da área de saúde e acadêmicos estiveram reunidos no Centro de Estudo Sindical Rural da CONTAG (CESIR), em seminário de trabalho para discutir estratégias para a Campanha permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida. “Para a CONTAG, essa discussão é estratégica. Os espaços de interação das iniciativas garantem a unidade da nossa luta”, registra Willian Clementino, secretário de Política Agrária da CONTAG.

A campanha foi lançada há cerca de um ano e meio, com quatro grandes eixos de atuação: iniciativas com a sociedade, com a base das organizações que compõem a campanha, com os poderes Legislativo e Judiciário e a Comunicação. O seminário, que acontece até amanhã, está priorizando os dois últimos eixos. A discussão sobre a comunicação considera a importância de se qualificar a comunicação interna da campanha e os mecanismos de diálogo com a sociedade. O Legislativo e o Judiciário foram eleitos prioritários em função de estes poderes estarem investindo fortemente em mecanismos que visam alterar a lei dos agrotóxicos, na tentativa de fragilizá-la. “Daí a importância de nesse momento a campanha discutir estratégias nessas áreas. Esse encontro serve para garantir a unidade entre as organizações e os comitês estaduais da campanha, além de possibilitar a interação entre o que está acontecendo nos estados e animar as projeções para a próxima etapa”, analisa Cleber Folgado, coordenador nacional da Campanha.

Campanha contra os agrotóxicos faz pressão sobre os candidatos

Cada brasieliro consome, em média, 5,2 litros de veneno por ano - Foto: Idaf
Cada brasieliro consome, em média, 5,2 litros de veneno  por ano - Foto: IdafMovimento quer que aspirantes às prefeituras e às câmaras municipais enfrentem uso de veneno em alimentos

Maria Mello, para o Brasil de Fato

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida lançou um documento que pretende comprometer os candidatos brasileiros a prefeito e vereador nas eleições de outubro com iniciativas de enfrentamento ao uso de agrotóxicos e em favor da transição agroecológica nos âmbitos Executivo e Legislativo.

Cléber Folgado, integrante da Coordenação Nacional da Campanha, explica que além do aspecto formativo da iniciativa – com o objetivo de levar aos candidatos informações sobre a situação alarmante do uso de venenos agrícolas no país -, a carta-compromisso sugere que os políticos se empenhem, fundamentalmente, em proibir o uso de agrotóxicos banidos em outros países e a pulverização aérea de venenos, além de consolidar políticas públicas de incentivo à agroecologia. “É fundamental que candidatos nestas eleições possam se posicionar frente ao que se tornou um problema de saúde pública e de meio ambiente”, pontua.

Seminário de Enfrentamento aos Impactos dos Agrotóxicos promovido pelo SINPAF lança carta com propostas


Os mais de 300 participantes do Seminário de Enfrentamento aos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador e do Ambiente, realizado nos dias 31/7 e 1/8 na Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS), produziram uma carta aberta ao final do evento, em que fazem um balanço da atividade – problemas à saúde e ao meio ambiente causados pelo uso dos agrotóxicos na agricultura – e apontam, entre outras providências, a necessidade de investimento público em pesquisas destinadas à produção de alimentos de base agroecológica, a partir da conclusão de que não existem níveis seguros para a utilização de venenos agrícolas nas lavouras.

O Seminário de Enfrentamento aos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador e do Ambiente reuniu profissionais de ciências agrárias e da saúde, técnicos de extensão e assistência técnica, militantes dos movimentos sociais, estudantes de graduação e de escolas técnicas, professores universitários, trabalhadores da Embrapa e de outras instituições de pesquisa extensão e ensino. Além dos aspectos combativos aos agrotóxicos, foram discutidos e propostos outros modelos de desenvolvimento agropecuário, com ética e respeito a todas as formas de vida, possibilitando, sobretudo, a troca de experiências entre a esfera acadêmica e o saber popular. Além disso, o evento contribuiu para a formação crítica e técnica dos participantes com relação à temática, “Agrotóxico Mata”, proporcionando ainda a integração e articulação entre os participantes.

Campanha Contra os Agrotóxicos lança carta-compromisso aos candidatos

anaprimavesi


anaprimavesi
A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida lançou uma carta compromisso pelo fim dos agrotóxicos e a favor da agroecologia aos candidatos à prefeito e vereador nas eleições deste ano. Além de mostrar os males que os agrotóxicos causam na sociedade brasileira, a carta pede aos candidatos que se comprometam com três temas: que os candidatos, caso sejam eleitos, lutem para estabelecer uma legislação proibindo o uso dos agrotóxicos em seu município; a proibição da pulverização aérea e a construção de políticas públicas de incentivo à agroecologia.

Para Nívia Regina da Silva, da Direção Nacional do MST, a carta-compromisso é um instrumento de denúncia importante. “A carta serve como um diálogo com os candidatos, para que eles conheçam o problema dos agrotóxicos e as alternativas de produção, como o modelo agroecológico”. A carta será distribuída para candidatos nos 16 estados do país onde a Campanha está organizada.

“Queremos ser os maiores produtores de alimentos saudáveis para a população”


por Raquel Júnia, da EPSJV/Fiocruz

O governo federal acaba de anunciar os investimentos para a agricultura no período 2012/2013. O chamado Plano Safra contará dessa vez com R$ 115,2 bilhões. O problema é que todo esse dinheiro não vai para os pequenos agricultores e nem para a produção de alimentos saudáveis. A realidade é denunciada por Cleber Folgado, da coordenação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Segundo ele, os pequenos agricultores têm ficado com apenas aproximadamente 14% de todo o crédito agrícola, embora sejam os responsáveis por levar quase a totalidade do alimento à mesa do brasileiro. Folgado pertence a uma família de pequenos agricultores no estado de Rondônia, onde cresceu vendo as contradições trazidas pela chamada Revolução Verde, que introduziu a utilização de agrotóxicos no campo pelas mãos do Estado brasileiro. Nesta entrevista, ele faz um balanço da Campanha e fala sobre os desafios da luta por um modelo agroecológico para o campo.

Abrasco lança parte II do dossiê sobre agrotóxicos

do Boletim da AS-PTA 

“Agrotóxicos, saúde, ambiente e sustentabilidade” é o título da segunda parte do Dossiê Abrasco – Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde, que foi lançado na semana passada durante a Cúpula dos Povos.

O documento mantém sua proposta original de ser um “alerta geral” à sociedade, com uma ampla gama de estudos, pesquisas e dados reunidos por pesquisadores e profissionais da área que evidenciam os efeitos danosos em cadeia decorrentes do avanço do sistema agropecuário dependente de agrotóxicos.

O papel do Estado como alavancador desse modelo também é abordado. No Brasil, por exemplo, ao contrário de outros países, o registro para um produto agrotóxico não tem prazo de validade. Ademais, como revela o dossiê, enquanto para a ANVISA são pagos 90 reais, nos EUA cada registro custa 600 mil dólares.

Nossas Bandeiras

Pelo fim da pulverização aérea! Pelo fim da isenção de impostos aos agrotóxicos! Pelo banimento imediato dos agrotóxicos banidos no exterior! Por uma água livre de agrotóxicos! Pela criação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos!

MPE oferece denúncia aos acusados pela morte de Zé Maria

Nota do Movimento21 sobre os acusados do assassinato de Zé Maria do Tomé


Diante de tanta impunidade, a organização e unidade dos movimentos sociais conquistaram uma importante vitória: a 1ª Vara de Justiça em Limoeiro do Norte recebeu na terça-feira (26) o pedido cautelar de prisão e a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual contra os acusados da morte de Zé Maria do Tomé, liderança comunitária executada em 21 de abril de 2010.

Como o Movimento21 já anunciava, o agronegócio é o acusado pelos 25 tiros que tentaram silenciar a voz que denunciava os crimes socioambientais cometidos na região pelas empresas da fruticultura irrigada. As denúncias de Zé Maria sobre os conflitos de terra e sua luta pelo fim da pulverização aérea de agrotóxicos atingiam diretamente os interesses dos acusados, representantes da elite econômica e política do Estado do Ceará.

A globalização da luta contra os agrotóxicos

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por Alan Tygel

Cúpula dos povos reúne lutadores contra os agrotóxicos da América Latina

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A Via Campesina reuniu nesta terça-feira (19) campanhas contra os agrotóxicos de todo o continentes na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro. O objetivo do encontro foi socializar as experiências de luta contra os venenos e articular a construção de um movimento latino-americano unificado partindo das experiências já em construção.

O quinto congresso da CLOC-Via Campesina, realizado em Quito em 2010, decidiu lançar uma campanha continental contra os agrotóxicos e pela e vida. Dentre os objetivos da campanha, estão a luta contra as transnacionais dos venenos ,a erradicação dos agrotóxicos e a promoção de uma agricultura alternativa baseada na agroecologia.

Uma população expropriada e adoecida

Pesquisadora denuncia política governamental de ocultamento dos danos à saúde gerados pelos agrotóxicos usados por empresas do agronegócio no Ceará

Maíra Mathias, da ESPJV/Fiocruz


Desmatamento, destruição da biodiversidade, contaminação das águas, poluição sonora, pulverização aérea de agrotóxicos, passividade da comunidade, intoxicações, abortamentos, exploração do trabalhador e má distribuição de renda. A lista, resultado da reflexão de comunidades impactadas pelo agronegócio, é um dos dados da pesquisa coordenada por Raquel Rigotto, professora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFCE). Também coordenadora do Núcleo Tramas (Trabalho, Meio Ambiente e Saúde), ela participou do no seminário ‘Desigualdade Ambiental e Regulação Capitalista: da acumulação por espoliação ao ambientalismo-espetáculo’, promovido nos dias 31 de maio e 1º de junho pelo Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza (ETTERN) do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ).

Segundo a pesquisadora, o estudo iniciado em 2007 foi motivado pela quantidade anormalmente alta de casos de intoxicações por agrotóxicos na região cearense que estende da Chapada do Apodi, zona na fronteira com o Rio Grande do Norte, ao Tabuleiro de Russas, às margens do rio Jaguaribe. A ligação entre o aumento dos casos e o agronegócio da fruticultura irrigada para exportação chamou atenção dos pesquisadores. Segundo ela, essas empresas –tanto nacionais, quanto transnacionais – começaram a se instalar na região no início dos anos 2000 graças a uma combinação de projetos governamentais de irrigação e incentivos fiscais.

O agrotóxico está na pauta na Fiocruz

campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida 028
Malefícios do agrotóxico na saúde humana e no meio ambiente são discutidos em seminário realizado nos dias 4 e 5 de junho na Ensp.

Viviane Tavares, da EPSJV
campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida 028Na semana em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Fiocruz realizou o Seminário de Enfrentamento dos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana e no Ambiente, no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), nos dias 4 e 5 de junho. Com a presença de representantes de diferentes setores da saúde, movimentos sociais, alunos e pesquisadores, o evento defendeu que a questão do agrotóxico tem que estar cada vez mais pautada nas discussões de saúde pública.

Logo na mesa de abertura ficou evidente pelas falas dos participantes que as ações de enfrentamento aos agrotóxicos devem ser urgentes. A mesa foi composta pelo vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, o diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini; o representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc) e professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, Alexandre Pessoa; o representante da Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida, Cleber Folgado; o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Gustavo Souto; o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública - Ensp/Fiocruz, Antonio Ivo de Carvalho, a representante do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (SVS/MS), Cássia Rangel; o gerente-geral de toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Luiz Cláudio Meirelles e o representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Fernando Carneiro. "Temos que nos libertar do pensamento de que saúde depende unicamente de um avanço tecnológico, saúde depende do acesso e convivência em um ambiente saudável. É importante que assumamos um discurso de que medicina é política. Precisamos encarar uma visão mais humanista neste campo", comentou o diretor da Ensp, Antonio Ivo. Alexandre Pessoa acrescentou ainda que a sociedade é vítima de dois tipos de contaminação: o químico e o político. "Precisamos enfrentar o modelo de desenvolvimento agrário", provocou.