A Lupa procurou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), solicitando a lista de testes a que a farinata produzida pela Plataforma Sinergia havia sido submetida. Por nota oficial, foi informada, no entanto, de que a FAO não fez qualquer avaliação sobre esse produto e que não possui “nenhuma parceria” direta com a Plataforma Sinergia.
"Percebemos que o problema dos agrotóxicos está em todos os lugares", diz Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em agricultura e alimentação. "Ou seja, não é uma questão geográfica. E para mostrarmos isso escolhemos alimentos de São Paulo e Brasília". Para ela, não há níveis seguros para o consumo de agrotóxicos a longo prazo. "Estamos comendo veneno. Os agrotóxicos estão na nossa rotina".
O atual Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) passou por mudança fundamental. Quando foi estabelecido, pelo menos 30% da alimentação escolar seria comprada da agricultura familiar e comunidades tradicionais. Voltar a distribuir suplemento, em lugar da compra da agricultura familiar, e em um município como São Paulo, que na gestão anterior tomou a decisão de comprar alimentos agroecológicos e orgânicos, é um enorme retrocesso.
Foi levando tudo isso em consideração que o Armazém Organicamente levou para a região do Campo Limpo, na periferia da zona sul de São Paulo, a oferta de verduras, legumes, frutas e cereais de qualidade e a preço justo. O armazém, virtual, consiste na entrega, em domicílio, de itens disponíveis em uma lista que pode ser fornecida pelo WhatsApp.
Os relatos desse massacre começaram a chegar no município amazonense de São Paulo de Olivença, na região da tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia, em agosto, quando também os supostos assassinos passaram a mostrar materiais recolhidos de suas vítimas, como flechas e um remo. De acordo com as investigações em andamento, os assassinos ainda teriam cortado os corpos dos indígenas mortos ao meio e jogado no rio, como desova, para que afundassem, acelerando a decomposição, de forma dificultar as investigações.
A Feira aconteceu numa escola estadual, com participação de cerca de 500 pessoas. Pela manhã, lideranças falaram para a plateia; à tarde, na praça central de Eldorado, os trabalhadores montaram uma feira aberta para vender produtos agrícolas e trocar mudas e sementes. Aconteceram também apresentações culturais, como roda de capoeira e de violeiros.
Município de Americana, em SP, está próximo de uma decisão histórica: proibir a pulverização aérea.
Carla Bueno da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida afirmou que "o município de Americana e toda sua população sofre sérios riscos de contaminação pela produção do agronegócio da cana ao redor da cidade com esse modelo de produção assassino, baseado no latifúndio e no veneno. A conquista da proibição da pulverização aérea deve servir de exemplo para todo o estado de São Paulo. Essa é uma luta que envolve toda a região, pois o desafio da construção de uma transição deste modelo de produção atrasado é assunto urgente nacional e precisa se alastrar."
A Rádio Brasil Atual apresentou a série de reportagens "Envenenados", que trata do emprego de agrotóxicos pelo agronegócio brasileiro e seus múltiplos efeitos nocivos para a saúde, o meio ambiente, os trabalhadores, comunidades indígenas, em um país que é campeão mundial no uso desse tipo de substância.
Os episódios apresentam casos emblemáticos ocorridos nos estados de Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul.
#AgroMata
Em uma pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e o Hospital de Câncer de Barretos, ao menos 100 produtores rurais foram estudados sobre uso de defensivos agrícolas.
Sobreviventes do caso Shell-Basf ainda convivem com efeitos dos agrotóxicos
O sétimo e último episódio da série “Envenenados” revela como estão hoje trabalhadores da antiga fábrica de agrotóxicos da Shell, em Paulínia, interior de São Paulo. O caso Shell-Basf é emblemático por ter resultado na maior indenização trabalhista homologada pela Justiça do Trabalho no Brasil.
#AgroCorrupto!
A propriedade, registrada no nome da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia LTDA) e também no nome de João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, assessor e amigo pessoal do presidente golpista Michel Temer - e um dos sócios da Argeplan - tem cerca de 1.500 hectares e ostenta luxos como uma piscina, salas decoradas e possui apenas produções de eucalipto.
Por Márcia Lia é deputada estadual pelo PT de São Paulo.
"A possibilidade de flexibilizar ainda mais o uso de agrotóxicos é uma decisão política que tem por base a extinção de todos os programas de distribuição de terra outrora bem-sucedidos. O plano é devolver para a elite do Brasil tudo que ela precisou compartilhar com os menos favorecidos: das cadeiras nas universidades as terras griladas, roubadas. O intento do governo Temer e seus aliados é criar um órgão que estará nas mãos das indústrias para regular o assunto – o que seria impensável em qualquer democracia! Querem reduzir nossa possibilidade de fiscalizar os impactos negativos que agrotóxicos geram a saúde tirando ou aparelhando a Anvisa e o Ibama na jogada. E é estrutural entender porque nós somos tão preocupados com esses químicos."
“Diante desse cenário de extrema vulnerabilidade da população brasileira a doenças causadas pelos agrotóxicos, diretrizes regulatórias e legislações mais restritivas são urgentes, assim como o investimento em serviços de saúde e a promoção de políticas de prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, diz o trecho final do estudo Exposição ambiental e ocupacional a agrotóxicos e o linfoma não-Hodgkin.
A relação dos agrotóxicos com o LNH se soma a muitas pesquisas e estudos desenvolvidos tanto no Brasil quanto no exterior, que apontam a conexão entre o uso de venenos na lavoura e o surgimento de diversos tipos de câncer – a segunda maior causa de mortes no Brasil. Segundo estimativa do Inca, cerca de 600 mil novos casos de câncer surgiram em 2016 no país.
Audiência Pública ontem em São Paulo discute efeitos dos agrotóxicos.
Márcia Sarpa contou que o Inca realizou uma pesquisa com mil agricultores do município Dom Feliciano (RS), e constatou que a exposição à agrotóxicos levou a um aumento de desordens mentais e depressão, além de um crescimento alarmante do índice de suicídio na região. “Não existem limites seguros de exposição a essas substâncias”, disse a pesquisadora.
Defensivos agrícolas ou veneno? Boa pergunta!
"Outro estudo, promovido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, revelou o risco de exposição crônica de agrotóxicos em cultivos como arroz, feijão, soja e frutas, identificando 68 compostos que excediam o valor da ingestão diária aceitável, também de acordo com os limites determinados pela Anvisa.
Apenas para ilustrar, a pesquisadora Jacqueline Mary Gerage identificou que dentre os 283 agrotóxicos estudados, o brometo de metila (BM) – pertencente à classe dos inseticidas, formicidas e fungicidas, e listado como extremamente tóxico – foi a substância com maior estimativa de frequência, segundo informa a Agência USP."