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INCA realiza seminário sobre Agrotóxicos e Câncer e reafirma compromisso com a Campanha

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 IMG 0829por Alan Tygel

Nos dias 7 e 8 de novembro, o Institituto Nacional do Câncer – INCA, realizou o seminário Agrotóxicos e Câncer. Estiveram presentes representantes dos Ministérios da Saúde, Desenvolvimento Agrário e Meio-Ambiente, além de instituições como a Fiocruz, Anvisa, Abrasco, CONSEA e Ministério Público. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida também esteve presente, trazendo a contribuição da sociedade civil acerca do tema. O Ministério da Agricultura foi convidado, mas não compareceu.

Durantes os dois dias de evento, 5 mesas debateram diversos temas, buscando afirmar de forma inquestionável a relação do uso de venenos na agricultura com o aumento de casos de câncer no meio rural. Estudos epidemiológicos apresentados pelas pesquisadoras Ubirani Otero (INCA) e Neice Faria (UFPel) mostraram que as chances de um agricultor exposto aos agrotóxicos desenvolver diversos tipos de câncer é mais alta do que o normal.

Relatório da Câmara dos Deputados relaciona agrotóxico a câncer em Unaí

frei gilvander contra os agrotóxicos

frei gilvander contra os agrotóxicosComissão de deputados diz que incidência de câncer é três vezes maior. Documento pede criação de estudo específico sobre uso de agrotóxicos.

 Frei Gilvander Moreira diz que o que o motivou a sair de Belo Horizonte e ir até Unaí, a 580 km de distância, para gravar o vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=DFGlST3ncTk), agora contestado na Justiça, foi sua relação afetiva com a cidade. Ele morou lá durante a infância, dos 4 aos 8 anos de idade. "Conheço a fundo a realidade do Noroeste de Minas, inclusive porque existe uma ordem dos Carmelitas lá em Unaí."
No vídeo polêmico, o frei entrevista uma moradora de Arinos, cidade vizinha a Unaí, dizendo que o feijão servido na merenda escolar está contaminado por agrotóxicos. A marca produtora do feijão entrou na Justiça alegando que foi difamada e o juiz da Comarca de Unaí determinou retirada do vídeo da internet em até cinco dias, sob pena de multa e prisão em flagrante do frei Gilvander e dos representantes legais do Google no Brasil.

Segundo o frei, o número de pessoas com câncer na região aumentou muito nos últimos anos. "É difícil encontrar uma família que não tenha algum parente que está com câncer ou morreu da doença. Eles vão de ônibus para Ribeirão Preto fazer tratamentos e agora, numa cidade com 80 mil habitantes, vão criar um Hospital de Câncer. Onde já se viu isso? É muito grave e estamos preocupados."

Vazamento de agrotóxicos causa crime ambiental no norte do ES

O fato faz parte de série de crimes ocorridos em vários municípios do estado em decorrência da utilização dos agrotóxicos na agricultura.

O Espírito Santo é palco de mais um crime ambiental provocado pelo uso de agrotóxicos na agricultura. O fato ocorreu no início da semana passada (15/10), na comunidade de São João Bosco, município de Jaguaré, norte do estado, quando o agricultor, conhecido como Seu Ratinho, injetava veneno na irrigação para pulverizar seu cafezal. Ao desligar a bomba, a bóia que controlava a saída do veneno parou de funcionar, o que provocou o vazamento de todo o agrotóxico no córrego 16, contaminando a água e o solo da região.

O córrego 16 deságua no Jundiá, riacho que alimenta a represa de Jundiá, a principal fonte de abastecimento de água da cidade. A água do córrego é utilizada para a alimentação humana e animal, além de servir para irrigar as plantações dos agricultores.

Especialistas defendem a taxação dos agrotóxicos

Por Davi Lemos

A taxação dos defensivos agrícolas e a publicação nos rótulos dos alimentos da quantidade a que foram expostos são formas de controle do uso de agrotóxicos na produção defendidas por especialistas ligados ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e ao Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA).

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), referentes a análises de produtos colhidos em 2010, vegetais como pepino, cenoura, morango, pimentão e alface são os que apresentam o maior índice de contaminação por agrotóxicos.
Vale ressaltar que as amostras de pimentão são as que apresentam o percentual de contaminação por defensivos agrícolas mais elevado. Um total de 91,8% das amostras deste produto examinadas ou apresentavam contaminação por agrotóxico acima do permitido ou por substâncias proibidas no País.

Brasil é negligente no controle de agrotóxicos

Agricultura brasileira ainda utiliza 22 produtos químicos proibidos pela União Europeia e EUA. Anvisa tenta barrar 14 dessas substâncias

O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, é uma das nações mais atrasadas no controle de agrotóxicos. Dos 50 produtos químicos mais aplicados na agricultura, 22 são proibidos pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, mas continuam sendo largamente utilizados em território brasileiro, apesar dos riscos que oferecem à saúde.

Entre eles, agentes que causam cegueira, má formação fetal, câncer (em especial os de tireoide e mama), puberdade precoce, problemas respiratórios e disfunções renais, de acordo com relatórios técnicos de várias entidades lançados neste ano e que corroboram alertas feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em anos anteriores.

“Agrotóxicos violam direito humano à alimentação adequada”

Alan Tygel

Alan TygelDe acordo com Alan Tygel, membro da Coordenação Nacional da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o agronegócio atua como propulsor no uso de agrogóxicos no país.

Há três anos, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dois terços dos alimentos consumidos, diariamente, pelos brasileiros estão contaminados pelos agrotóxicos, que contribuem para a insegurança alimentar da população e causam danos à saúde e ao meio ambiente.

Brasil é o vice-líder em produção de transgênicos

Mesmo regularizada somente em 2005, com a aprovação da Lei de Biossegurança pelo Congresso Nacional, a produção de alimentos transgênicos no País já é a segunda maior do mundo, com 30 milhões de hectares de plantações em todo o território brasileiro, de acordo com a última safra registrada este ano. Especialistas apontam que a soja é a principal responsável por esse crescimento na produção. Ao todo, 89% da soja produzida no País são geneticamente modificadas. Só os Estados Unidos têm uma plantação maior: 69 milhões de hectares.

Na Paraíba, agricultora morre vítima de agrotóxicos

Por Patrícia Ribeiro - Articulação do Semi-árido – ASA

A agricultora Rosália Barbosa de Souza, de 23 anos, morreu no último dia 18 de julho, vítima da doença Aplasia Medular, adquirida após trabalhar por anos no cultivo de tomate em lavouras na região de Cubati, no estado da Paraíba. Grávida, ela manteve contato direto com agrotóxicos e foi vítima de Aplasia Medular, uma doença autoimune que resulta numa anemia profunda comprometendo todos os tipos de células do sangue. O bebê foi salvo por médicos que a acompanhavam no Instituto Materno Infantil (IMIP), no Recife (PE), após indução de parto prematuro.

O pai da agricultora, o senhor Damião Barbosa de Souza, conta que ela apresentou manchas na pele e sangramento na gengiva quando estava grávida do seu terceiro filho. “Ela trabalhou na plantação de tomate e ainda chegou a apanhar tomate. O marido dela também trabalha. Era ela que lavava a roupa dele quando ele chegava. Tudo isso é contato, né? Quando ela ia lavar roupa, chegava a sair aquela água diferente do veneno. Devido ela estar amamentando também, e depois ter engravidado, a imunidade estava baixa, aí ficou mais fácil pra doença”, relatou.

“A pulverização aérea é o método de aplicação mais perverso que existe”, afirma deputado

A pulverização aérea de agrotóxicos causa polêmica: ao passo que os grandes latifundiários defendem essa forma de aplicação, movimentos sociais e organizações ambientais apontam para os riscos graves que ela causa nas pessoas e no meio ambiente. Em julho deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou decisão no Diário Oficial restringindo a aplicação de mais de 50 agrotóxicos que continham os componentes midacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam. 

Campanha contra os agrotóxicos e pela vida saiu fortalecida de seminário em Brasília

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DSCF3006Comunicadores, advogados, cientistas sociais e da saúde, militantes populares, representantes de entidades e organizações sociais e apoiadores da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida se reuniram em 28 e 29 de setembro no Centro de Estudo Sindical Rural (CESIR) da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) em Brasília, para melhorar a organização das tarefas, a articulação dos grupos de trabalho jurídico e da comunicação e definir estratégias de fortalecimento da luta contra os venenos usados pelo agronegócio nos diferentes estados e territórios de vida e dos povos da terra no Brasil.

Seminário debate estratégias de ação integradas e permanentes

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1555770552Durante toda esta sexta (28), representantes de diversos movimentos sociais, entidades da sociedade civil, militantes da área de saúde e acadêmicos estiveram reunidos no Centro de Estudo Sindical Rural da CONTAG (CESIR), em seminário de trabalho para discutir estratégias para a Campanha permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida. “Para a CONTAG, essa discussão é estratégica. Os espaços de interação das iniciativas garantem a unidade da nossa luta”, registra Willian Clementino, secretário de Política Agrária da CONTAG.

A campanha foi lançada há cerca de um ano e meio, com quatro grandes eixos de atuação: iniciativas com a sociedade, com a base das organizações que compõem a campanha, com os poderes Legislativo e Judiciário e a Comunicação. O seminário, que acontece até amanhã, está priorizando os dois últimos eixos. A discussão sobre a comunicação considera a importância de se qualificar a comunicação interna da campanha e os mecanismos de diálogo com a sociedade. O Legislativo e o Judiciário foram eleitos prioritários em função de estes poderes estarem investindo fortemente em mecanismos que visam alterar a lei dos agrotóxicos, na tentativa de fragilizá-la. “Daí a importância de nesse momento a campanha discutir estratégias nessas áreas. Esse encontro serve para garantir a unidade entre as organizações e os comitês estaduais da campanha, além de possibilitar a interação entre o que está acontecendo nos estados e animar as projeções para a próxima etapa”, analisa Cleber Folgado, coordenador nacional da Campanha.

Especialistas defendem a taxação dos agrotóxicos

Davi Lemos, A Tarde, Salvador/BA

A taxação dos defensivos agrícolas e a publicação nos rótulos dos alimentos da quantidade a que foram expostos são formas de controle do uso de agrotóxicos na produção defendidas por especialistas ligados ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e ao Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA).

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), referentes a análises de produtos colhidos em 2010, vegetais como  pepino,  cenoura, morango, pimentão e  alface são os que apresentam o maior índice de contaminação por agrotóxicos.

Vale ressaltar que as amostras de pimentão  são as que apresentam o percentual de contaminação por defensivos agrícolas mais elevado. Um total de 91,8% das amostras deste produto examinadas ou apresentavam contaminação por agrotóxico acima do permitido ou por substâncias proibidas no País.

Seminário Contra os Agrotóxicos lança Carta propondo outro modelo agrícola para o Vale do São Francisco

SAM 0961

SAM 0961
Como resultado do Seminário da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, realizado nesta terça-feira (25), no Auditório do Campus Petrolina do IF Sertão-PE, foi produzida uma Carta Aberta em que integrantes dos movimentos sociais, estudantes do IF, Uneb e Univasf, professores universitários e trabalhadores/as rurais fazem um balanço dos danos causados à saúde e ao meio ambiente pelo uso dos agrotóxicos na agricultura. Entre outras providências, apontam a necessidade de enfrentar o modelo do agronegócio, que, a partir da aliança entre latifundiários e empresas multinacionais, provoca a concentração de terra e renda, ameaça a soberania nacional, adoece as pessoas e destrói os territórios e costumes das comunidades camponesas. 

Em contraposição ao agronegócio, foi discutido e proposto outro modelo de desenvolvimento agropecuário: a agroecologia, que respeita todas as formas de vida, garante a soberania e segurança alimentar do povo brasileiro, possibilitando a troca de experiências entre o conhecimento científico e o saber popular na transformação de sementes crioulas em alimentos saudáveis e diversificados. Para tanto, é necessário romper o patriarcado e a divisão sexual do trabalho, reformular os currículos acadêmicos das ciências agrárias, desenvolver o sistema camponês de produção, banir o uso de agrotóxicos na agricultura, investir em pesquisas destinadas à produção agroecológica e em políticas públicas que assegurem a auto-sustentação das comunidades rurais.

Rússia suspende importação de milho Monsanto após relatório sobre transgênicos

(AFP)
MOSCOU — A Rússia suspendeu a importação de milho transgênico da multinacional americana Monsanto após a publicação de um estudo francês que destaca a propensão ao câncer em ratos alimentados com o produto.

A agência de proteção do consumidor, Rospotrebnadzor, informou em seu site que pediu a um instituto russo a interpretação dos dados do estudo e que até receber mais informações sobre o caso, a importação e comercialização do milho geneticamente modificado NK603 está suspensa.