Consideramos um desreipeito, como leitores do jornal e como ambientalistas atuantes no setor, nos depararmos com uma matéria tão absurda e parcial como a que presenciamos na Folha de SP de quinta feira, dia 29 de abril de 2012.
Na citada matéria, o diretor mundial de uma empresa poderosa, como única fonte ouvida, afirma que as organizações que atuam no campo da agroecologia hoje já não combatem os sistemas (compostos por sementes transgênicas e fortes agrotóxicos) comercializados por ela, reconhecendo que é preciso abrir espaço de diálogo em função do cenário atual, em que água e desmatamentos são pontos problemáticos para a garantia de alimentos a todos.
Nós, integrantes da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, bem como as pessoas e as organizações que trabalham diariamente para que as grandes multinacionais como a referida empresa não destruam a possibilidade de termos um mínimo equilíbrio socioambiental no país, solicitamos o direito de sermos ouvidos e de ressaltar nosso profundo repúdio às declarações falaciosas do senhor Hugh Grant.
Empreiteiros são obrigados a usar o veneno. Quem não usa tem o pagamento retido. Funcionários não usam luvas ou qualquer outro instrumento de proteção
do Boletim da AS-PTA
Empreiteiros responsáveis pela manutenção das ruas estão fazendo a chamada capina química em todas as ruas de Cabo Frio. O produto usado é um agrotóxico de alta periculosidade. O uso desse veneno em área urbana é terminantemente proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
O blog [de Dirlei Pereira] registrou com fotos o momento em que funcionários de uma empreiteira aplicavam o produto. Os dois funcionários estavam sem luvas, sem botas e sem roupas especiais de couro, como manda o rótulo do produto.
22 de março de 2012
Uma audiência pública, realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, discutiu, nesta quinta-feira (22/3), o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (Para) da Anvisa. Os dados mais recentes do Programa apontaram que 28% das amostras analisadas estavam insatisfatórias. As principais irregularidades verificadas foram: presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada ou teores de resíduos de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados.
Durante a audiência, o gerente geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, ressaltou que o Para tem se firmado com uma ferramenta importante para auxiliar os gestores de saúde na tomada de decisões relacionadas a agrotóxicos. “O programa trabalha para que a qualidade dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros seja a melhor possível. A presença de resíduos de agrotóxicos pode representar um risco”, afirmou Meirelles.
Apesar de contexto desfavorável ao crescimento de escala da produção agroecológica no Brasil, sociedade civil não se furta do papel de provocar um debate político com o governo. Verônica Pragana - Asacom
Denis Monteiro, secretário nacional da Agência Nacional de Agroecologia (ANA) | Foto: Divulgação O governo federal e a sociedade civil organizada estão empenhados na elaboração da Política Nacional de Agroecologia e Sistemas Orgânicos de Produção. De 10 a 12 de abril, acontecerá em Brasília, um Seminário Nacional no qual serão consolidadas as propostas das organizações e movimentos sociais do campo para esta política. O evento acontece após seminários em todas as regiões do país. A Agência Nacional de Agroecologia (ANA) anima os processos de reflexão e proposição da sociedade civil e tem intermediado o diálogo com o governo. Apesar do desejo dessa política se tornar, de fato, um conjunto de diretrizes que favoreçam a ampliação da escala de produção de alimentos agroecológicos, as organizações e movimentos do campo acreditam que esta expectativa não será atingida no atual cenário de hegemonia do agronegócio.
Mesmo sem chance de vencer essa disputa, não se furtam do seu papel de provocar um debate político com o governo e dar mais visibilidade aos exemplos práticos de produção de alimentos saudáveis para consumo dos brasileiros sem agressão aos recursos naturais. Para falar sobre o papel da sociedade civil e do governo na relação com a agroecologia e fazer uma leitura do contexto político atual, a jornalista da Asacom, Verônica Pragana, entrevistou o engenheiro agrônomo e secretário executivo da ANA, Denis Monteiro. Confiram!
O atual modelo de desenvolvimento do Brasil favorece o agronegócio, os latifundiários e as empresas multinacionais. Essa é uma afirmação do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), composto pela CONTAG, pelas Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs). Essas entidades, representadas por cerca de 5 mil assalariados e assalariadas rurais, estiveram na tarde desta terça-feira (20 de março) em frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para denunciar as medidas adotadas que inviabilizam o fortalecimento da agricultura familiar, a manutenção dos postos de trabalho no campo e melhores condições de emprego e renda aos assalariados e assalariadas rurais de todo o país.
Cerca de 150 assalariados e assalariadas rurais de vários estados estão reunidos na manhã desta terça-feira (20 de março) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em um ato com caixões pretos representando os casos de morte de trabalhadores e trabalhadoras rurais pelo uso de agrotóxicos sem proteção em atividades agrícolas. Segundo informações da Embrapa, o Brasil é o líder mundial no consumo de agrotóxicos e utiliza pelo menos oito tipos de ingredientes tóxicos já banidos em outras partes do mundo.
Contratados pela Shell, trabalhadores atuam em área isolada devido à contaminação por pesticidas sem o uso de todos os equipamentos de proteção necessários
Do Boletim da AS-PTA - Número 578 - 23 de março de 2012
O novo movimento Occupy Monsanto, uma ramificação do Occupy Wall Street, está convocando pessoas e organizações de todo o mundo a fazer parte de um dia internacional de protestos em 17 de setembro, quando o movimento Occupy Wall Street completará um ano. O grupo demanda, entre outros, a rotulagem obrigatória de alimentos contendo ingredientes transgênicos (que não existe nos EUA) e que não sejam aprovados novos cultivos transgênicos desenvolvidos para tolerar aplicações de herbicidas altamente tóxicos (como é o caso da soja tolerante ao 2,4-D, já em testes no Brasil).
“Goste você ou não, é provável que a Monsanto tenha contaminado a comida que você comeu hoje com agrotóxicos e transgênicos. A Monsanto controla a maior parte do suprimento global de alimentos às custas da democracia alimentar ao redor do mundo”, diz o site do movimento.
O Seminário Estadual contra o uso de Agrotóxicos acontece agora a tarde (23/03) no auditório da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS).
O evento é organizado pelo Comitê Estadual Contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida, Wanderlei Severino da Silva, ele explica que além de debater o tema o objetivo primordial do debate é organizar as diversas lideranças para compor um comitê central. “As lutas estão isoladas em Mato Grosso do Sul, precisamos unir todas as ideiais e as pessoas que irão compor as nossas regionais”.
Vários estados do Nordeste participam do programa.
Emater projetou construção de cerca de 1,4 mil barragens no RN.
Uma solução simples pode ajudar os agricultores do semi-árido a segurar a umidade das águas do período chuvoso. A barragem subterrânea é uma construção rápida e barata que mantém perfeitamente a umidade do solo favorecendo o plantio durante, praticamente, o ano todo.
O rio Seridó dá nome à região sudoeste do Rio Grande do Norte, justamente conhecida como Região do Seridó, que é pobre de água, como toda a caatinga. Por isso, barragens são muito comuns e já fazem parte da paisagem.
Do Portal da Embrapa Arroz e Feijão, divulgada dia 17 de janeiro de 2011
Reportagem de Roselene Chaves
É comum os agricultores da Região Centro-Oeste no Planalto Central considerarem o cultivo de feijão de primeira safra, ou safra das águas, como muito vulnerável ao fungo causador do mofo branco e à praga mosca branca, que transmite o vírus do mosaico dourado. Embora ambas as doenças possuam geralmente maior incidência na segunda ou terceira safra da leguminosa, elas podem ser bastante graves também nas lavouras nesta época do ano. Contudo, esse risco encontra-se sob controle no campo de estudos agroecológicos da Embrapa Arroz e Feijão.
Nesse local, o centro de pesquisa vem conduzindo há oito anos, em parcelas experimentais, avaliações acerca do cultivo orgânico de feijão sem que ocorra a infestação dessas duas doenças. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão, trata-se de áreas cujo solo foi corrigido com calcário e rocha fosfática e que o feijoeiro vem sendo plantado na primeira safra. Após a colheita dos grãos, em meados de fevereiro/março, são semeados adubos verdes como sorgo, crotalária, mucuna e guandu. Essas espécies servem para reciclar e fixar nutrientes no solo e, no período de florescimento, são cortadas, permanecendo os restos culturais até a safra de verão seguinte (novembro), quando o feijão com inoculantes é semeado em plantio direto.
Para produtor, uma das vantagens é não ter de lidar com veneno.
Alimento é plantado em volta de árvores e espécies nativas do cerrado.
Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (
Embrapa) Arroz e Feijão está testando uma nova variedade do feijão, chamado de agroecológico. Os testes acontecem em uma propriedade de
Pirenópolis, a 127 quilômetros de
Goiânia. “Ele é produzido absolutamente sem nenhum produto químico e desenhado de acordo com as normas da natureza. As plantas conseguem conviver com insetos e com pragas e fungos sem causar danos econômicos”, explica o pesquisador Agostinho Didonetti.
Plantado em uma área experimental, no meio de uma roça de milho e em volta de árvores frutíferas e espécies nativas do cerrado, o alimento parece estar em um local estranho, mas é neste ambiente em que se cultiva o feijão no novo sistema.