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Transgênicos: a estratégia da inovação de exterminadores e traidores

EBC

 As sementes exterminadoras e traidoras agregam um mecanismo composto de vários transgenes que bloqueiam o seu uso, destruindo a biodiversidade mundial.

Najar Tubino, na Carta Maior

EBC

Trata-se de um caso histórico de dominação, via tecnologia, de um setor estratégico na vida das populações mundo afora – o das sementes. O assunto voltou à tona no Brasil, com a iniciativa do deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), cuja profissão original é comerciante, de alterar a Lei de Biossegurança, de 2005, que proibiu o uso de tecnologias genéticas de restrição, GURT, na sigla em inglês. Na linguagem científica definem como variedades V-GURT ou T-GURT, que mundialmente ficou conhecida como semente exterminadora (terminator) e traidora (traitor). A primeira é programada para não reproduzir na segunda geração, portanto, uma semente estéril, e a outra, só reproduzirá se for induzida por um agente químico, lógico, o mesmo produzido pela empresa.
 
A mudança que a bancada ruralista pretende emplacar na Comissão de Agricultura é para tornar possível o uso das tecnologias em qualquer cultura onde o resultado é considerado benéfico. Mas essa iniciativa não é uma proposta solta no mercado, embora o Brasil seja o segundo país no plantio de transgênicos – soja, milho e algodão. A tecnologia de restrição foi criada na década de 1990, no auge do neoliberalismo. O governo dos Estados Unidos, por intermédio do Departamento de Agricultura, contratou o cientista inglês Melvin Oliver, para desenvolver um sistema de proteção de tecnologias inseridas em sementes, patenteadas em 1998, juntamente com outra ação da Delta & Pine Land, empresa posteriormente comprada pela Monsanto. 

Feira da Reforma Agrária debate impactos dos agrotóxicos e transgênicos

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Seminário reuniu pesquisadores e especialistas de diversas entidades, que analisaram os efeitos desses alimentos no Brasil e no mundo.


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Por José Coutinho Júnior, com fotos de Alexandre Gonçalves
Da Página do MST


Além da venda de produtos e da programação cultural, a 1a Feira Nacional da Reforma Agrária é palco de debates e seminários. Na manhã desta sexta-feira (23) ocorreu o seminário "a realidade dos agrotóxicos e transgênicos no Brasil e seus impactos sobre a saúde humana e ambiente".

Estavam presentes na mesa Leonardo Melgarejo, da Campanha contra os Agrotóxicos; Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz; Sheila Castro, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Javier Balbea, da Rede de Médicos da Argentina. 

Meirelles iniciou o debate com um panorama sobre o uso de agrotóxicos no Brasil e como os trabalhadores rurais são os principais afetados: de 1 milhão de intoxicações acidentais, 700 mil se dão no trabalho (Clique aqui para ver mais fotos da feira)

Alimentos saudáveis para povos livres

Alimentos saudáveis para povos livres! "Os transgênicos não diminuem a fome e aumentam o uso de agrotóxicos. O alimento é uma construção social, e os transgênicos estabelecem uma forma de domínio dos nossos territórios", afirmou Javier Balbea, da Rede de Médicos da Argentina no seminário sobre os riscos dos agrotóxicos e transgênicos . #ComidaSemVeneno #FeiraDaReformaAgrária

Compõe a mesa do seminário sobre os riscos dos …

Compõe a mesa do seminário sobre os riscos dos agrotóxicos e transgênicos Leonardo Melgarejo, da Campanha contra os Agrotóxicos; Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz; Sheila Castro, Instituto Nacional do Câncer; e Javier Balbea, da Rede de Médicos da Argentina. #ComidaSemVeneno #FeiraDaReformaAgrária

Com manifestações e mais de 730 dias de barricadas, povoado argentino impede construção de fábrica da Monsanto

“Chamam de progresso, mas os lucros são privados e nos territórios ficam a doença e a devastação”, diz um dos moradores; “Já nos deram golpes e balas de borracha. Não me importo. Vou deixar a vida pelos meus filhos”, afirma outro.

Do Opera Mundi

Formado por donas de casa, funcionários públicos, empregados do setor privado, jovens e adultos, o movimento Assembleia das Malvinas Argentinas – cidade da província de Córdoba – completou em setembro mais de 730 dias combatendo a Monsanto, a maior corporação agrícola mundial. “Chamam de progresso, mas os lucros são privados e nos territórios ficam a doença e a devastação”, diz um dos moradores.

A região é cercada por plantações de transgênicos e fumigações. O impacto na vida das pessoas é sentido pela contaminação vivenciada por familiares, vizinhos e no próprio corpo. Aos poucos, os moradores da região começaram a se informar sobre a empresa e o impacto que a fábrica de milho transgênico teria naquela sociedade. Então decidiram, em 19 de setembro de 2013, realizar o bloqueio da entrada da fábrica e, mesmo com a repressão da polícia e do governo local, dois anos depois, seguem barrando os objetivos da corporação.

O fato, estranhado pela própria empresa que “reconheceu nunca ter passado por semelhante situação”, como afirma um dos moradores, é objeto de estudo para acadêmicos e é considerado um importante caso testemunhal para outros movimentos, além de mau exemplo por governos e empresas. Para a Monsanto, é uma manifestação que impede "o direito ao trabalho".

Para retratar essa experiência, o jornalista argentino Darío Aranda foi até a localidade e registrou as impressões dessas pessoas que lutam contra uma causa supostamente perdida e estão ganhando. Segue o relato:

Na Argentina, oito em cada dez, com venenos

Estudo da Universidade de La Plata encontrou agrotóxicos em verduras e cítricos. Em análise de 60 amostras de frutas e verduras foram encontrados agrotóxicos em 83% dos cítricos e cenouras, e em 78% dos pimentões, e em 70% das verduras de folhas. Os venenos detectados foram inseticidas e fungicidas.

Por Darío Aranda – Tradução: Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Oito em cada dez verduras e frutas têm agrotóxicos. É o que afirma uma pesquisa realizada pela Universidade Nacional de La Plata (UNLP), na qual foram analisadas verduras de folha verde, cítricos e hortaliças. Em 76,6% das amostras havia ao menos um tipo de agrotóxico, e em 27,2% havia entre 3 e cinco tipos da substância. “A variedade de agrotóxicos é muito grande. E o coquetel de químicos é muito forte”, assegurou Damián Marino, coordenador do trabalho. Entre os produtos mais encontrados está o inseticidas endolsulfan, proibido na Argentina desde 2013.

Agrotóxicos. Os condimentos não declarados” é o nome do estudo realizado por cientistas do Espaço Multidisciplinar de Interação Sócio Ambiental (Emisa), da UNLP. O trabalho, realizado entre novembro de 2014 e abril de 2015, analisou 60 amostras de frutas e verduras. Separadas por categoria, 83% dos cítricos (laranjas e tangerinas) e de cenouras tinhas agrotóxicos. Também tiveram resultado positivo 78% dos pimentões e 70% das verduras de folha verde (alface e acelga).

Filmes sobre transgênicos e agrotóxicos são premiados no FICA2015

17ª edição do Festival internacional de Cinema e Vídeo Ambiental premiou o francês Transgenic Wars, como melhor filme, e o brasileiro o Veneno Está na Mesa 2, como melhor longa. Confira a reportagem.

Troféu na mão: filmes premiados do Fica 2015

Reportagem: Clenon Ferreira e Leandro Arantes

A entrega dos troféus aos filmes premiados na 17ª edição do Festival internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, Fica 2015, ocorreu neste domingo, último dia do Festival, às 17h no Cinemão do Colégio Sant’Ana. A Secretária de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Raquel Teixeira, foi quem entregou o troféu ao média-metragem francês Transgenic Wars, do diretor Paul Moreira, eleito o melhor filme pelo júri da Mostra Competitiva do Fica 2015.

O filme aborda domínio da agricultura mundial pelos alimentos transgênicos. A produção foi da Dinamarca à Argentina e apontou efeitos da alimentação de animais de abate com transgênicos para trazer à tona a discussão sobre o crescimento desenfreado desta prática e suas consequências.

O documentário O Veneno está na mesa 2, de Silvio Tendler, recebeu o Troféu Carmo Bernardes, como o melhor longa da competição, pela perspicaz associação entre o meio ambiente, saúde e economia, propondo alternativas ao modelo hegemônico na agropecuária brasileira.

Papa Francisco se une à batalha contra os transgênicos

Eduardo Santillán / Presidencia de la República

O Papa criticou os transgênicos por seus impactos agrários, sociais e econômicos, e fala da necessidade de um debate amplo sobre o tema.

por Emilio Godoy - Tierramérica

Eduardo Santillán / Presidencia de la República

 

MÉXICO, 10 de agosto de 2015 (IPS) – Há alguns séculos atrás, a indústria da biotecnologia poderia ter comprado uma bula para autorizar seus pecados e obter a redenção prévia. Porém, em sua ecológica encíclica Laudato si, o papa Francisco condenou os organismos geneticamente modificados (OGM) sem perdão possível.
 
Em sua primeira carta circular aos católicos desde que iniciou seu pontificado, no dia 24 de maio de 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio critica os OGM por seus impactos agrários, sociais e econômicos, e fala da necessidade de um debate amplo sobre o tema, e não somente desde a esfera científica.
 
Laudato si – “louvado sejas”, em italiano antigo – faz referência ao título de um cântico de Francisco de Assis que reza: “louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa Mãe Terra, a qual nos sustenta, nos governa e produz diversos frutos com coloridas flores e ervas”.
 
É a primeira encíclica na história dedicada à situação ambiental e à reflexão sobre “a casa comum” da humanidade, o planeta.
 
O documento reconhece a falta de “comprovação contundente” sobre o dano que os OGM poderiam causar aos seres humanos, mas destaca que existem “problemas importantes que não devem ser relativizados”.
 
“Em muitos lugares, após a introdução desses cultivos, se constata uma concentração de terras produtivas nas mãos de alguns poucos, devido à progressiva desaparição dos pequenos produtores, obrigados deixar a produção direta, como consequência da perda das terras exploradas”, segundo a encíclica.

Agora na Argentina

Agora na Argentina: Em 5 de Junho de 2015, várias ONGs, coletivos sociais do país, Cátedras da Universidade Publica e profesionais de saúde, direito, ciências sociais e agrárias solicitaram ao SENASA (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria), o início do procedimento de análise de risco de todos os registros de produtos contendo glifosato. Durante o processo de tramitação do pedido, pedem que seja restringido o uso do glifosato, com proibição de aplicação aérea, e proibição da fumigação terrestre a menos de 5 km de zonas urbanas, assentamentos, escolas rurais centros apícolas, rios, lagos e poços de extração de água. Veja também em http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/531-argentina-presentacion-administrativa-solicitando-al-senasa-la-prohibicion-del-glifosato

Argentina: Presentación administrativa solicitando al SENASA la prohibición del Glifosato

Agrotóxicos

Agrotóxicos

El 5 de Junio de 2015, varias ONGs, colectivos sociales del país, Cátedras de la Universidad Pública y profesionales de la salud, el derecho, las ciencias sociales y agrarias solicitaran ante el SENASA (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria), a fin de que disponga el inicio del procedimiento de Análisis de Riesgo de todos los registros con el principio activo Glifosato, conforme lo establece el Punto 3 del Capítulo 18 de la resolución SENASA 350/1999.

El glifosato fue decladado como "probablemente cancerígeno para los seres humanos" (Grupo 2A) el informe del mes de Marzo de 2015 del Centro Internacional de Investigaciones sobre el Cáncer - Órgano que actúa dentro del marco de la Organización Mundial de la Salud -.

Objetos de la presentación:

- Como objeto inicial de la presentación administrativa se solicita al SENASA que disponga el procedimiento de Análisis de Riesgo de todos los registros con el principio activo Glifosato, en virtud de que existen evidencias harto suficientes que justifican el inicio del mismo, conforme lo establece el Punto 3 del Capítulo 18 de la resolución SENASA 350/1999 que reglamenta, el registro, clasificación y uso de agroquímicos para fines agropecuarios en la Argentina. Dejamos de manifiesto que la presentación tiene como objetivo final que el organismo dictamine al concluir el proceso de reevaluación: la prohibición del uso y aplicación, en todo el territorio argentino, de todos los formulados con el principio activo glifosato.