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Vazamento de agrotóxicos causa crime ambiental no norte do ES

O fato faz parte de série de crimes ocorridos em vários municípios do estado em decorrência da utilização dos agrotóxicos na agricultura.

O Espírito Santo é palco de mais um crime ambiental provocado pelo uso de agrotóxicos na agricultura. O fato ocorreu no início da semana passada (15/10), na comunidade de São João Bosco, município de Jaguaré, norte do estado, quando o agricultor, conhecido como Seu Ratinho, injetava veneno na irrigação para pulverizar seu cafezal. Ao desligar a bomba, a bóia que controlava a saída do veneno parou de funcionar, o que provocou o vazamento de todo o agrotóxico no córrego 16, contaminando a água e o solo da região.

O córrego 16 deságua no Jundiá, riacho que alimenta a represa de Jundiá, a principal fonte de abastecimento de água da cidade. A água do córrego é utilizada para a alimentação humana e animal, além de servir para irrigar as plantações dos agricultores.

Na Paraíba, agricultora morre vítima de agrotóxicos

Por Patrícia Ribeiro - Articulação do Semi-árido – ASA

A agricultora Rosália Barbosa de Souza, de 23 anos, morreu no último dia 18 de julho, vítima da doença Aplasia Medular, adquirida após trabalhar por anos no cultivo de tomate em lavouras na região de Cubati, no estado da Paraíba. Grávida, ela manteve contato direto com agrotóxicos e foi vítima de Aplasia Medular, uma doença autoimune que resulta numa anemia profunda comprometendo todos os tipos de células do sangue. O bebê foi salvo por médicos que a acompanhavam no Instituto Materno Infantil (IMIP), no Recife (PE), após indução de parto prematuro.

O pai da agricultora, o senhor Damião Barbosa de Souza, conta que ela apresentou manchas na pele e sangramento na gengiva quando estava grávida do seu terceiro filho. “Ela trabalhou na plantação de tomate e ainda chegou a apanhar tomate. O marido dela também trabalha. Era ela que lavava a roupa dele quando ele chegava. Tudo isso é contato, né? Quando ela ia lavar roupa, chegava a sair aquela água diferente do veneno. Devido ela estar amamentando também, e depois ter engravidado, a imunidade estava baixa, aí ficou mais fácil pra doença”, relatou.

TST suspende decisão de pagamento de indenização pela Shell e Basf

da Agência Pulsar

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) suspendeu a decisão da Justiça do Trabalho de Paulínia, no interior paulista, que determinava que as empresas Shell e Basf deveriam pagar mais de 1 bilhão em indenizações.




www.brasil.agenciapulsar.orgO valor diz respeito a danos morais coletivos causados à sociedade pela contaminação ambiental ocorrida na cidade, que a 119 quilômetros da capital paulista. Está mantida, no entanto, a obrigação das empresas em custear o tratamento médico das vítimas de contaminação por agrotóxicos.

O presidente do TST, João Oreste Dalazen, atendeu parcialmente pedido das empresas, até o julgamento de recurso contra a condenação imposta pela Justiça do Trabalho da 15ª Região, de Campinas.

Basf e Shell devem depositar indenização de R$ 1 bilhão

As empresas Shell (atual Raízen) e Basf devem depositar judicialmente o valor atualizado de mais de R$ 1 bilhão, referente ao pagamento de indenização por danos morais coletivos causados à sociedade brasileira, pelo episódio da contaminação ambiental ocorrida em Paulínia, no interior paulista. A juíza Maria Inês Correa Cerqueira Cesar Targa, da 2ª Vara do Trabalho de Paulínia, acolheu pedido de reconsideração apresentado pelo Ministério Público do Trabalho.

O agrotóxico está na pauta na Fiocruz

campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida 028
Malefícios do agrotóxico na saúde humana e no meio ambiente são discutidos em seminário realizado nos dias 4 e 5 de junho na Ensp.

Viviane Tavares, da EPSJV
campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida 028Na semana em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Fiocruz realizou o Seminário de Enfrentamento dos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana e no Ambiente, no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), nos dias 4 e 5 de junho. Com a presença de representantes de diferentes setores da saúde, movimentos sociais, alunos e pesquisadores, o evento defendeu que a questão do agrotóxico tem que estar cada vez mais pautada nas discussões de saúde pública.

Logo na mesa de abertura ficou evidente pelas falas dos participantes que as ações de enfrentamento aos agrotóxicos devem ser urgentes. A mesa foi composta pelo vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, o diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini; o representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc) e professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, Alexandre Pessoa; o representante da Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida, Cleber Folgado; o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Gustavo Souto; o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública - Ensp/Fiocruz, Antonio Ivo de Carvalho, a representante do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (SVS/MS), Cássia Rangel; o gerente-geral de toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Luiz Cláudio Meirelles e o representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Fernando Carneiro. "Temos que nos libertar do pensamento de que saúde depende unicamente de um avanço tecnológico, saúde depende do acesso e convivência em um ambiente saudável. É importante que assumamos um discurso de que medicina é política. Precisamos encarar uma visão mais humanista neste campo", comentou o diretor da Ensp, Antonio Ivo. Alexandre Pessoa acrescentou ainda que a sociedade é vítima de dois tipos de contaminação: o químico e o político. "Precisamos enfrentar o modelo de desenvolvimento agrário", provocou.

Agronegócio, agrotóxico e “agrocâncer”

As consequências desse modelo, que se tornou hegemônico nos últimos dez anos, já apresentam resultados perversos para o meio ambiente, para a economia e para a saúde dos brasileiros

Brasil de Fato, editorial da edição 482

As três palavras acima não são mera propaganda. Nos últimos dez anos tomou conta da forma de produzir na agricultura brasileira, o chamado agronegócio. Ele é um modelo de produção de mercadorias agrícolas, subordinado agora aos interesses do capital financeiro e das grandes empresas transnacionais. Aliados aos fazendeiros brasileiros, que entram com a natureza.

Nesse modelo, o capital financeiro entra com o capital. Do valor bruto de produção agrícola ao redor de 160 bilhões de reais, os bancos entram com aproximadamente 110 bilhões todos os anos, financiando a compra dos insumos e cobrando os juros, sua parte na mais-valia agrícola. E as empresas transnacionais fornecem os insumos agrícolas, máquinas, fertilizantes químicos e, sobretudo, os venenos agrícolas. A produção agrícola depois se destina ao mercado mundial, as chamadas commodities agrícolas.

Assembleia do RS debate malefícios de agrotóxicos na produção agrícola


Audiência Pública ouviu especialistas e órgãos governamentais para discutir o tema | Foto: Galileu Oldenburg/ALRS

Samir Oliveira

Quantas substâncias químicas possui uma folha de alface, um pimentão ou uma batata? Invisíveis ao olho nu, os agrotóxicos impregnam a maior parte dos alimentos cultivados que são vendidos nas prateleiras dos supermercados e atacam diariamente a saúde dos brasileiros de uma forma silenciosa e, às vezes, letal.

Na manhã desta quarta-feira (2), a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul realizou uma audiência pública sobre a utilização de agrotóxicos na produção agrícola. O tema não é novo e, apesar de o Brasil ser o maior consumidor desses produtos no mundo, o assunto encontra dificuldades para se consolidar na agenda pública estadual e nacional devido à influência das empresas que produzem os chamados “defensivos agrícolas”.

Para se ter uma ideia do volume de dinheiro movimentado pelo setor, somente em 2010 foram vendidas 789,9 mil toneladas de agrotóxicos no país, totalizando um montante de US$ 6,8 bilhões. Até 2009, o Brasil possuía 2.195 marcas registradas e 434 tipos diferentes de agrotóxicos à disposição dos produtores rurais. E 80% desse mercado é absorvido por apenas dez empresas: Syngenta, Milenia, Monsanto, Nufarm, Daw, Bayer, Basf, Nortox, Atanor e DuPont.

Agrotóxicos: um mercado bilionário e cada vez mais concentrado

Mercado de Agrotóxicos

Raquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Mercado de Agrotóxicos
Seminário realizado na Anvisa mostra o processo de concentração da produção e comercialização de insumos agrícolas. Pesquisador alerta para risco à soberania nacional.

O mercado mundial de agrotóxicos movimentou US$ 51,2 bilhões em 2010. E o brasileiro US$ 7,3 bilhões. As seis maiores empresas - Basf, Bayer, Dow, Dupont, Monsanto e Syngenta - controlam hoje 66% do mercado mundial. E, no Brasil, as dez maiores empresas foram responsáveis por 75% da venda nacional de agrotóxicos na última safra. As gigantes do setor estão comprando as empresas menores, tanto de agrotóxicos, quanto de sementes, formando monopólios e oligopólios. Os dados foram apresentados no 2º Seminário Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 11 de abril, com a palestra do professor da Universidade Federal do Paraná Victor Pelaez.

Basf desiste de transgênicos na Europa

Boletim da AS-PTA - POR UM BRASIL ECOLÓGICO, LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS, Número 570 - 20 de janeiro de 2012

A Basf, multinacional do setor químico com sede na Alemanha, anunciou esta semana a decisão de abandonar o mercado europeu de sementes transgênicas. Segundo um comunicado divulgado pela empresa, a decisão é devida ao fato de que “ainda existe uma falta de aceitação à tecnologia em muitas partes da Europa – por parte da maioria dos consumidores, agricultores e políticos”. A empresa irá concentrar seus esforços em “mercados mais atrativos para a biotecnologia de plantas na América do Norte, na América do Sul e nos mercados em crescimento na Ásia”.

Revista Veja sai em defesa dos agrotóxicos

do Boletim da AS-PTA

A revista Veja da última semana publicou uma matéria buscando "esclarecer" os brasileiros sobre osalegados "mitos" que vêm sendo difundidos sobre os agrotóxicos desde a divulgação pela Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no início de dezembro último, dos dados do PARAPrograma de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos referentes ao ano 2010. A revista sepropõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminaçãoda comida que põe à mesa.

Os entrevistados são todos conhecidos defensores dos venenos agrícolas, em sua maioria professores universitários, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo – como é o caso do Prof. José Otávio Menten, da ESALQ/USP, em Piracicaba, que já foi diretor executivo da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que reúne as empresas fabricantes de veneno (vínculos como esses não são explicitados na matéria). A única exceção entre os entrevistados é Luiz Cláudio Meireles, gerente geral de toxicologia da Anvisa, cuja fala aparece imediatamente contestada por outro especialista.

Rio Grande do Sul lança Comitê Estadual

Depois dos Estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Sergipe, chegou a vez do Rio Grande do Sul realizar o lançamentodo Comitê Estadual da Campanha Permanente contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida. Será na próxima segunda-feira, dia 24 de outubro, às 18h30min no auditório da Emater/RS, e será aberto ao público.

O evento se iniciará com a exibição do documentário ?O agrotóxico está na mesa?, de Silvio Tendler. Na sequência, haverá a palestra da Prof. Dra. Magda Zanoni, bióloga e socióloga, que organizou, junto do francês Gilles Ferment, o livro Transgênicos para Quem? Agricultura, Ciência, Sociedade (MDA, Coleção NEAD Debate) lançado em 2011. Ao seu lado, irão compor a mesa, representantes da Via Campesina e da Emater/RS.