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Lei míope ameaça pesquisa pública, agroecologia e agricultura familiar em SP

A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida se insurge contra esta iniciativa e conclama a todos os paulistas e brasileiros a se unirem em defesa das unidades de pesquisa e ensino ameaçadas.

Em período de acelerada mudança climática, a multiplicidade de unidades de observação que permitam acompanhamento cientifico das relações entre o ambiente e o genoma, para atividades de interesse econômico, assume importância estratégica. Sabemos que a saúde da economia e estabilidade social dependem da consolidação de relações amigáveis do homem com o ambiente, e que estas se mostrem úteis para fortalecer o tecido social estabelecido nos territórios rurais.

Isto depende da biodiversidade e de seleções que assegurem uma combinação positiva entre as mudanças climáticas e seus impactos sobre as atividades de interesse da agricultura familiar. Se trata de algo ignorado pelas transnacionais do ramo, focadas em escassas atividades, que praticamente se resumem às lavouras de soja, algodão, cana, eucalipto e milho. Portanto, resta ao poder público dar conta do vasto leque de itens que que compõem agrobiodiversidade fundamental para a soberania e a segurança alimentar, nutricional e social dos territórios rurais.

Neste sentido causa espanto e asco a noticia de que, no estado mais rico do pais, o mesmo governador que perdoou dividas no valor de R$ 116 milhões da Alston, se proponha a desativar e a vender 79 unidades que realizam este trabalho, “para fazer caixa”.

Patentes de sementes são injustas e …

Patentes de sementes são injustas e injustificáveis. Uma patente ou qualquer direito de propriedade intelectual é um monopólio garantido pela sociedade em troca de benefícios. Mas a sociedade não se beneficia de sementes tóxicas e não renováveis. Estamos perdendo biodiversidade e diversidade cultural, estamos perdendo nutrição, sabor e qualidade em nossos alimentos. Sobretudo, estamos perdendo nossa liberdade fundamental de decidir quais sementes plantaremos, como iremos cultivar nosso alimento e o que iremos comer.

Vandana Shiva: Batalha das Sementes e as ameaças da Monsanto contra a Natureza

 

 

Por  Vandana Shiva
Do Outras Palavras

 

O 22 de maio foi declarado Dia Internacional da Biodiversidade pela ONU. Isso oferece oportunidade de tomar consciência da rica biodiversidade desenvolvida por nossos agricultores, como cocriadores junto à natureza. Também permite tomar conhecimento das ameaças que as monoculturas e os monopólios de Direitos de Propriedade representam para nossa biodiversidade e nossos direitos.

 

Assim como nossos Vedas e Upanishads [os textos sagrados do hinduísmo] não possuem autores individuais, nossa rica biodiversidade, que inclui as sementes, desenvolveu-se cumulativamente. Tais sementes são a herança comum das comunidades agrícolas que as lavraram coletivamente. Estive recentemente com tribos da Índia Central, que desenvolveram milhares de variedades de arroz para o seu festival de “Akti”. Akti é uma celebração do convívio entre a semente e o solo, e do compartilhamento da semente como dever sagrado para com a Terra e a comunidade.

 

É preciso rever a produção de alimentos, diz …

É preciso rever a produção de alimentos, diz criador do Slow Food
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/06/1779266-e-preciso-rever-a-producao-de-alimentos-diz-criador-do-slow-food.shtml?cmpid=newsfolha

ps: Engraçado que a matéria fala um monte do MDA, mas a Falha "esquece" de dizer que seu presidente, primeiramente Fora Temer, extinguiu o ministério.

Se hoje Carlo Petrini, 66, o italiano fundador Slow Food, pudesse eleger seu maior desafio, ele diria que é tornar os consumidores responsáveis por suas escolhas alimentares —e mostrar-lhes o quão política são essas decisões.

O movimento, que se apõe à padronização dos gostos e à perda da cultura gastronômica, imposta pelo modelo norte-americano, avançou para mais de 160 países ao longo de quase 30 anos.

Hoje, o Slow Food vê na América Latina um "terreno particularmente fértil", que conjuga biodiversidade, cultura alimentar antiga e ambiente propício para movimentos sociais.

No Brasil, onde fincou-se desde 2000 e envolve uma rede de 50 mil ativistas, o Slow Food acaba firmar sua primeira articulação política nacional.
Em abril, passou a vigorar uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que prevê desenvolver a agricultura familiar nas cinco regiões brasileiras, junto a universidades federais, e reforçar a acessibilidade a um alimento bom ("saudável e prazeroso"), limpo ("produzido com um baixo impacto ambiental e respeitando o bem-estar animal") e justo (que respeite "o trabalho de quem produz, processa e distribui os alimentos").

Trata-se de um dos programas "mais inclusivos, impactantes e geradores de valor para o campo e para as famílias ligadas diretamente à produção alimentar", diz Petrini. Leia entrevista.

Folha - O sr. diz que "a política mais importante passa pela comida". Como se faz política por meio da comida?
Carlo Petrini - As escolhas dos alimentos são fundamentais para determinar a agricultura, as culturas e a política. Se uma pessoa escolhe comer carne todos os dias e comprá-la em um supermercado, vai apoiar a pecuária industrial com tudo o que tal implica (sem bem-estar animal, transgênicos, exploração de trabalhadores nas fábricas, aumento das emissões de gases de efeito estufa, desertificação da Amazônia).

O que é a "crise do sistema alimentar mundial"?
O modelo agroalimentar industrial moderno tem tido impacto devastador sobre o ambiente e uma perda global da diversidade, tanto biológica e cultural. A produção agrícola tem adotado o modelo de produção das indústrias, cujas principais características, como uso crescente de produtos fertilizantes e pesticidas e avanço das monoculturas, causaram consequências graves para o ambiente e ameaçam a viabilidade econômica dos pequenos produtores.

E como sair da crise?
É preciso pensar, com urgência, em novas formas de agricultura. Usar métodos sustentáveis capazes de compartilhar o conhecimento que ainda não tenha sido excluído da agroindústria; retornar às áreas produtivas onde a agricultura foi abandonada porque não era mais barato de acordo com critérios industriais; preservar, reforçar e disseminar as práticas tradicionais; restaurar a dignidade e as oportunidades para aqueles que foram marginalizados pela globalização.

O que significa quando o sr. diz que "a humanidade não reconhece o valor da alimentação"?
Em um sistema alimentar cada vez mais dominado pela lógica do mercado, estabeleceu-se a crença de que os alimentos devem estar disponíveis a baixo custo, independentemente do seu valor intrínseco. Esse modelo provocou o boom da indústria agroalimentar e quebrou o vínculo entre os que produzem a comida e quem o consome. Há um equívoco que a alimentação saudável é cara e que, em tempos de crise, a única solução é o fast food ou produtos processados.

Tomo emprestada uma pergunta que Michael Pollan se faz: "O que aconteceria se fôssemos pensar na comida menos como um objeto e mais como uma relação?"
Infelizmente, na era do consumismo, pessoas menos conscientes não perguntam de onde vêm os alimentos que compram. Devemos amar a terra a 360 graus: o que comemos tem um impacto sobre o futuro do planeta, e nossas escolhas diárias (reciclagem, apoio de campanhas ambientalistas) vão afetar o que comemos.

E como mudar a relação do consumidor com a comida?
A melhor maneira é comparar os alimentos produzidos por métodos industriais intensivos e os por métodos tradicionais: em primeiro lugar você vai notar a diferença do gosto, raramente aqueles que provaram um tomate "real" comprado de um produtor voltarão a comprar tomates que são encontrados no supermercado. Descobrir os verdadeiros sabores, falar diretamente com os produtores e ir visitá-los são maneiras de mudar hábitos.

Como influenciar o consumidor para que ele passe a aceitar produtos que não seguem os critérios estéticos vigentes?
Hoje estamos acostumados a comprar o que é "bonito". Uma vez em casa, no entanto, percebemos que aqueles tomates tão perfeitos não têm gosto. Tudo que cresce naturalmente da terra tem defeitos, falhas, tamanho e cores como deveriam ser. A natureza dá a cada produto individual características especiais e únicas, em oposição ao que é criado em laboratórios ou em uma estufa com hormônios de crescimento.

No Eataly SP [parceiro do Slow Food], as frutas seguem, em absoluto, o padrão estético moderno. Parece-me um contra-senso com o que divulga o movimento
Devemos distinguir duas realidades: Eataly é uma cadeia de lojas ao redor do mundo que promove produtos genuinamente italianos, enquanto o Slow Food é uma organização que promove produtos locais de cada país.

No final do ano passado, ficaram públicos relatos de inadimplência no Eataly. Como o Slow Food se posiciona?
O Slow Food trabalha com Eataly exclusivamente na Itália no que respeita à escolha dos fabricantes e produtos para promover. Fora da Itália são duas realidades diferentes e com objetivos distintos.

A produção local de pequenos agricultores pode se relacionar com a ânsia capitalista?
Pequenos produtores precisam participar de mercados locais e criar acordos com os mercados maiores, se necessário, para que o público possa comprar. Não há nada de errado se um fabricante decidir comercializar seu produto nas maiores redes de varejo, desde que o produto não seja descaracterizado e os métodos de produção não sejam alterados diante de um forte aumento da procura. É o agricultor e o pecuarista que devem encontrar equilíbrio entre subsistência e manutenção de tradições.

A indústria alimentar vai contra a comida "boa, limpa e justa"?
Não é possível aplicar métodos de produção industrial na agrícola, a natureza deve ser interpretada e não vale um modelo universal. Precisamos entender o que "industrial" significa: é um discurso quantitativo. Não é para demonizar o modo de produção que pode ser definido como industrial, desde que não afete negativamente o ambiente e aqueles que produzem a matéria-prima (pagando direito), que não crie situações de transporte excessivos, que mantenha com nível de qualidade e tenha padrões de qualidade.

Não há vantagem alguma na industrialização desse setor?
Geralmente, falamos de "industrial" com uma visão negativa, porque fala-se de situações que, para garantir quantidade, prejudica-se o ambiente e a qualidade do que se produz. Se a indústria seguir nesta direção, com a necessidade de vender e ganhar mais, em algum momento, ela chegará a um limite em relação ao ambiente.

Por que a América Latina está nas prioridades do Slow Food?
A América Latina constitui o berço da biodiversidade e possui uma cultura alimentar com raízes profundas. Por outro lado, o ativismo da sociedade civil e dos movimentos sociais faz da América Latina um continente em contínua efervescência onde o movimento Slow Food encontra um terreno particularmente fértil.

O que é o acordo firmado entre o Slow Food e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, no Brasil?
O acordo traz, por um lado, a filosofia e a força da mensagem da acessibilidade a um alimento bom, limpo e justo para toda a sociedade, tendo a agricultura familiar como a força motriz desse movimento, e, por outro, um dos programas mais inclusivos, impactantes e geradores de valor para o campo e para as famílias ligadas diretamente à produção alimentar.

O que representa, na prática?
Ele permite o desenvolvimento de uma grande iniciativa conjunta, entre as universidades federais, lideradas pela UFSC, o movimento Slow Food e o MDA. Tal iniciativa permitirá a ampliação e qualificação da participação da agricultura familiar brasileira no movimento.

O Slow Food fala muito em recuperar as tradições dos campos, em revalorizar as técnicas antigas e, ao mesmo tempo, em uma "nova agricultura". O novo é voltar ao velho, será?
Primeiro vamos esclarecer o fato de que as técnicas tradicionais e a "nova agricultura" muito frequentemente se encontram no mesmo nível, e não separados. A recuperação da tradição não deve ser percebida como técnicas antigas ou medievais. Ela também pode fazer uso de tecnologia moderna para ajudar na preservação. Podemos mencionar ciências modernas, como agroecologia, que hoje estudam o sistema e analisam o que os agricultores fizeram há muito tempo.

E no restaurante? O sr. diz que não se pode restringir a gastronomia à figura do cozinheiro. Como deve ser um bom cozinheiro do futuro?
Em um momento histórico em que o cozinheiro se tornou uma estrela, é importante que eles estejam na vanguarda da promoção do trabalho dos camponeses que são excluídos do boom gastronômico. Os cozinheiros devem afirmar enfaticamente que, sem essas pessoas, não pode haver alta cozinha. Só com uma aliança forte e sólida entre cozinheiros e produtores podemos dar um futuro à nossa alimentação.

O autor argentino de "El Hambre", Martín Caparrós, diz que "a fome tem muitas causas" e que "a falta de comida não é uma delas".
Não há dúvida de que em certas áreas do mundo os trágicos acontecimentos como guerras ou desastres naturais podem levar a uma falta de alimentos, mas estas situações são a minoria. O que é certo, como também atestam os documentos oficiais da FAO, é que a causa da fome é a pobreza, e não a falta de alimentos. Na maioria dos casos, as pessoas estão morrendo de fome porque não podem comprar comida. É um problema de acesso.

Mata-se a fome do mundo com as pequenas produções?
Certamente a pequena produção local pode ajudar muito o problema da fome. É por isso que Slow Food desenvolveu o projeto de "10.000 Hortas na África" e conseguiu criar até agora cerca de 2.093 hortas com escolas, vilarejos e periferias de cidades em mais de 35 países africanos. Uma horta tem várias funções: defende as sementes e a biodiversidade; com o plantio, envolve pessoas de todas as idades para valorizar os produtos locais e trabalhar em busca da suficiência e da soberania alimentar.

RAIO-X Carlo petrini, 66

Origem
Nasceu em 1949, em Bra, na Itália

Formação
Sociólogo e jornalista

Atuação
Fundou o movimento internacional Slow Food e a Universidade de Ciências Gastronômicas; em 2006, foi homenageado com o grau honorário em Letras Humanas, pela Universidade de New Hampshire (EUA)

Na natureza, a prática da “financeirização” …

Na natureza, a prática da “financeirização” vincula os direitos fundamentais do ambiente saudável e o direito à vida ao criar mecanismos de pagamento por tudo aquilo que a natureza produz gratuitamente. A natureza nos fornece água, ar, terra, minérios, biodiversidade (florestas, fauna e flora) e não cobra por esse benefício providencial.

Paulo Kageyama: toda uma vida de luta!

Paulo KageyamaRecebemos hoje a triste notícia do falecimento de Paulo Kageyama. Professor titular da ESALQ/USP, nunca se limitou à universidade: atuou em defesa da agricultura familiar, inclusive dentro do governo, contribuiu no desenvolvimento da agroecologia junto aos movimentos sociais, especialmente o MST, e nos últimos anos se dedicou fortemente ao tema dos transgênicos. Foi membro da CTNBio, onde lutou com todas as forças contra a aprovação do eucalipto transgênico e do mosquito transgênico.

Perdemos um companheiro de luta, ganhamos uma inspiração e um motivo a mais para continuar nossa batalha.

Em sua memória, deixamos a homenagem feita por Leonardo Melgarejo:
           
Pensem numa pessoa gentil, respeitosa, com disposição e humildade para ouvir a todos, demonstrando que sempre haverá o que apreender, na escuta atenciosa do que cada um tem a dizer. Pensem em um PROFESSOR disposto a enfrentar escolas, insistindo, sempre, que os mestres devem aprender com os alunos. Que devemos desconfiar das tecnologias e estudar não para divulgá-las ou ganhar com elas, mas para filtrar seus efeitos a partir das respostas da natureza e da interpretação trazida pelos que com elas interagem, em sua vivência  cotidiana. Nosso líder na luta contra os transgênicos, Paulo Kageyama.

Campanha completa 5 anos de luta permanente contra os agrotóxicos e pela vida

Por Iris Pacheco - Foto: Renato Consentino
Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Neste dia 07 de abril de 2016, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida completa 05 anos de luta e resistência contra uma das principais expressões do modelo agrário capitalista no país, o agronegócio.

O objetivo da campanha é denunciar o modelo que domina a agricultura brasileira por meio de sua principal contradição: os agrotóxicos. Assim, resultado de muitas iniciativas e articulações entre diversas organizações que desde 2010 vinham construindo uma rede em torno dessa perspectiva de luta unitária, a Campanha foi lançada em 2011 denunciando os impactos severos que os venenos causam na saúde humana e no meio ambiente.

Ao mesmo tempo em que a Campanha busca explicitar as contradições e malefícios gerados pelo agronegócio, ela também vem trazer um anúncio. Por isso traz em seu nome a Vida, colocando a agroecologia como paradigma necessário para construção de outro modelo de agricultura.

Quer que eu desenhe?

Quer que eu desenhe? :D

Editado: conforme alertado nos comentários, esse desenho é machista. Afinal de contas, a biodiversidade vai para além das diversas plantas e animais convivendo no mesmo espaço. A biodiversidade - ou agroecologia - que defendemos também pressupõe como pilar a igualdade de gênero, o que não é o caso desta ilustração. Tão importante quanto produzir alimentos sem uso de agrotóxicos, é que as mulheres tenham seu trabalho reconhecido e sejam donas do próprio destino.

Monsanto e a Fundação Gates pressionam o Quênia para suspender a proibição sobre transgênicos

do IHU

Devido a pressões corporativas o Quênia retira as proibições aos cultivos transgênicos com todas as suas implicações. Para aqueles que não se convencem com os argumentos de saúde sobre os riscos destes cultivos podem se concentrar nos argumentos econômicos, ambientais ou climáticos.

A reportagem foi publicada por La Tarcoteca e reproduzida por La Rebelión, 13-01-2016. A tradução é de Evlyn Louise Zilch.

Os planos para a África como um celeiro futuro do mundo já foram decididos pelas corporações, tão somente atrasados pelos planos extrativistas ou bélicos regionais. Agora mesmo difundem-se em sua propaganda, sob o nome de “Nueva Revolución Verde” (Nova Revolução Verde) da agricultura hiperintensiva e Supercultivos empurrada pela “Nueva Crisis Alimentaria” (Nova Crise Alimentar) criada pelo sistema capitalista, as corporações ergo. Ação, reação, solução.

Continuam os esforços das grandes corporações para introduzir os transgênicos a qualquer preço. Por quê? Em vista das resistências encontradas em todo o planeta, não seria lógico produzir sementes não modificadas? Evidentemente não, por três motivos fundamentais, três mercados:

  • As sementes modificadas são estéreis e por isso têm que ser compradas todos os anos. Produzir semente normal implicaria na volta das plantações, perdendo cota de mercado primário. Procuram evitar a renovação dos cultivos a todo custo e manter as situações de dependência.
  • As sementes modificadas são resistentes a seus agrotóxicos. Produzir semente normal, não resistente, suporia perder este mercado secundário.
  • As sementes são o meio utilizado para vender pacotes de produtos, mercados terciários ou acessórios: seguros, equipamento agrário, tecnológico e serviços.

Sim, a produção de alimentos saudáveis não …

Sim, a produção de alimentos saudáveis não apenas é possível, como é uma forma de enfrentamento político à um modelo destruidor que coloca em risco o meio ambiente, a biodiversidade, a vida e a soberania alimentar no mundo.

http://migre.me/slJym

Hoje já existem provas concretas dos males causados pelos agrotóxicos tanto para quem o utiliza na plantação, quanto para quem o consome em alimentos contaminados. Ao mesmo tempo, milhares de agricultores pelo Brasil já adotam a agroecologia e produzem alimentos saudáveis com produtividade suficiente para alimentar a população.

Tribunal Internacional Monsanto ocorrerá em outubro de 2016

Organizadores anunciaram o tribunal no último dia 3 de dezembro, e têm como objetivo investigar crimes cometidos pela multinacional estadunidense, e buscar responsabilização jurídica por ecocidio

Para um número crescente de pessoas pelo mundo, a Monsanto é hoje o símbolo do agronegócio. O modelo químico-intensivo de produção agrícola incentivado por ela envenena populações, polui o meio ambiente, acelera a perda de biodiversidade, e contribui massivamente para o aquecimento global.

Desde o início do século XX, a Monsanto, uma empresa baseada nos Estados Unidos da América, têm desenvolvido um grande número de substâncias altamente tóxicas, que têm prejudicado permanentemente o meio ambiente e causado doença e mortes para milhares de pessoas. Este produtos incluem:

  • PCBs, um dos 12 Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) que afetam a fertilidade humana e animal;
  • 2,4,5 T, uma dioxina componente do desfoliante Agente Laranja, que foi utilizado na Guerra do Vietnã pelo exército estadunidense e continua a causar má-formações fetais e câncer;
  • Lasso, um herbicida já banido na Europa
  • e o RoundUp, o herbicida mais utilizado no mundo, e fonte do maior escândalo ambiental e de saúde da história moderna. Este herbicida tóxico é usado em combinação com a semente geneticamente RoundUp Ready em monocultivos de larga escala, principalmente para a produção de soja, milho, e canola para ração animal e biocombustíveis.

Você sabia que o agronegócio é uma forma de …

Você sabia que o agronegócio é uma forma de produzir mercadorias agrícolas que só funciona com uso de muitos agrotóxicos?

O agronegócio utiliza largas extensões de terras, os latifúndios, para plantar uma mesma espécie – normalmente soja, milho, algodão, eucalipto ou cana-de-açúcar. Dessa maneira, o agronegócio destrói a biodiversidade e desequilibra o ambiente natural, facilitando o surgimento de plantas, insetos ou fungos que podem destruir a plantação. Por isso, é uma agricultura dependente química: só funciona com muito veneno. O agronegócio também utiliza maquinário pesado, que compacta o solo, e não gera empregos, favorecendo assim o êxodo rural.

No plano da agricultura, disse ainda Stédile, o …

No plano da agricultura, disse ainda Stédile, o capitalismo financeiro sequestrou a principal função social dessa atividade, que é a produção de alimentos para a reprodução da vida humana. “O capitalismo sequestrou essa função e transformou-a em um mero mecanismo de apropriação de riqueza. Houve uma nova divisão internacional da produção agrícola. Um grupo de aproximadamente 50 empresas decidiu, por exemplo, que o Brasil deveria passar a produzir fundamentalmente soja, carne de gado, etanol e celulose. No Brasil, 85% das terras cultivadas, se destinam só a cinco culturas: soja, milho, pastagem, cana de açúcar e eucalipto. Cerca de 70 mil proprietários de terra fizeram uma aliança com essas empresas para implementar esse modelo. A Argentina, que no século XX chegou a ser chamada de celeiro do mundo, hoje só produz soja”.

Transgênicos: a estratégia da inovação de exterminadores e traidores

EBC

 As sementes exterminadoras e traidoras agregam um mecanismo composto de vários transgenes que bloqueiam o seu uso, destruindo a biodiversidade mundial.

Najar Tubino, na Carta Maior

EBC

Trata-se de um caso histórico de dominação, via tecnologia, de um setor estratégico na vida das populações mundo afora – o das sementes. O assunto voltou à tona no Brasil, com a iniciativa do deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), cuja profissão original é comerciante, de alterar a Lei de Biossegurança, de 2005, que proibiu o uso de tecnologias genéticas de restrição, GURT, na sigla em inglês. Na linguagem científica definem como variedades V-GURT ou T-GURT, que mundialmente ficou conhecida como semente exterminadora (terminator) e traidora (traitor). A primeira é programada para não reproduzir na segunda geração, portanto, uma semente estéril, e a outra, só reproduzirá se for induzida por um agente químico, lógico, o mesmo produzido pela empresa.
 
A mudança que a bancada ruralista pretende emplacar na Comissão de Agricultura é para tornar possível o uso das tecnologias em qualquer cultura onde o resultado é considerado benéfico. Mas essa iniciativa não é uma proposta solta no mercado, embora o Brasil seja o segundo país no plantio de transgênicos – soja, milho e algodão. A tecnologia de restrição foi criada na década de 1990, no auge do neoliberalismo. O governo dos Estados Unidos, por intermédio do Departamento de Agricultura, contratou o cientista inglês Melvin Oliver, para desenvolver um sistema de proteção de tecnologias inseridas em sementes, patenteadas em 1998, juntamente com outra ação da Delta & Pine Land, empresa posteriormente comprada pela Monsanto. 

Diga não aos exterminadores de sementes

Diga não aos exterminadores de sementes! Contra o Projeto de Lei 1117/2015 no Brasil (antes, PL 268/2007)

Vamos impedir que nossas sementes se tornem suicidas

No mês em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, mais uma vez está tramitanto no Congresso brasileiro um Projeto de Lei (PL) que afeta diretamente a soberania alimentar e os direitos dos agricultores no Brasil e no mundo.

Trata-se de um Projeto de Lei que visa legalizar a tecnologia Terminator, que não está permitida em qualquer país, graças à moratória internacional que foi aprovada pelas Nações Unidas (Convênio de Diversidade Biológica) em 2000.

A tecnologia Terminator é a esterilização genética de sementes.
Se o Brasil legalizar esta tecnologia, estará violando a moratória internacional e permitirá que as empresas transnacionais pressionem outros países para liberá-la.

O PL 1117-2015, apresentado pelo Deputado Alceu Moreira (PMDB/RS), permite isenções específicas para o uso do Terminador mas, ao mesmo tempo, a redação deixa uma lacuna gigantesca que permite que a tecnologia Terminator seja usada para qualquer cultura, quando for considerada benéfica para a biossegurança.

Por quase duas décadas, a tecnologia controversa Terminator foi amplamente condenada por agricultores, organismos científicos, governos e sociedade civil/movimentos sociais como uma ameaça à soberania alimentar, biodiversidade e direitos humanos. Em maio, o Papa Francisco escreveu sobre a ameaça representada pelas "sementes inférteis.”

É muito importante que, do Brasil e do mundo, nos manifestemos junto aos Deputados da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural sobre os graves riscos desta liberação, demandando a rejeição ao PL.

Com Terminator, os produtores serão escravos das transnacionais de sementes, que vão decidir sobre a comida de todos!

Esta é uma campanha organizada por:
ActionAid Brasil
ANA – Articulação Nacional de Agroecologia
AS-PTA
Centro Ecológico
Centro Sabiá
CONTAG
Cooperativa AECIA
Cooperativa Econativa
CTA - ZM
FASE - Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional
FBSSAN - Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
FESANS/RS
Grupo ETC
GEA - Grupo de Estudo em Agrobiodiversidade
Movimento dos Pequenos Agricultores
MMTR-NE
MST
Multirão Agroflorestal
Plataforma Dhesca Brasil
Rede de Mulheres Negras para Segurança Alimentar
Rede Ecovida de Agroecologia
Terra de Direitos
Via Campesina Brasil

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